“‘Que o soldo é, não digo fictício, mas efetivo – isto é, está vinculado a uns lucros – nota-se bem no mundo do trabalho. No caso extremo, num blecaute, o soldo carece de valor ao passo que o ouro o conserva e até aumenta.’ (…) O anarca está do lado do ouro, mas não se deve tomar isto como se tivesse sede de ouro. Reconhece no ouro o poder central, imutável. Ama-o, não como Cortés, mas como Montezuma, não como Pizarro, mas como Atahualpa: são estas as diferenças entre o fogo plutônico e o resplendor solar, tal como era adorado nos templos do sol. A qualidade mais apreciada do ouro é sua luz: difunde-se apenas com sua existência.”
Eumeswil, Ernst Jünger.