blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: setembro 2004 Page 1 of 3

70.001

Como já disse noutra oportunidade, é óbvio que tem gente muuuuito mais requisitada do que eu na Internet. Blogueiros adolescentes inclusive. Mas chegar às 70.001 visitas, para mim, já está passando de bom.

Rodam de Alexandria

Reli o Documento 160 do livro de Urântia e fiquei de cara: esse livro é realmente um Despertador. Acho que quem não conhece nada do dito cujo poderia começar a leitura por esse documento. E, claro, sem esquecer de relevar alguns vícios da tradução. Por exemplo, no final do primeiro parágrafo o correto seria grafar “evangelho”, ou mesmo “boa nova”, e não “evangelhos”, o que pode dar a impressão de que se está falando dos textos do Novo Testamento, os quais obviamente ainda não existiam. Outro: a expressão “modern phraseology” do original virou “construção moderna de frases”, que a meu ver é totalmente esdrúxula. Mas, enfim, a mensagem está lá e é mais do que válida. Trata-se da visão de um filósofo grego, contemporâneo de Jesus, sobre a boa notícia de que fazemos parte de uma família cósmica.

John Kerry

Esta semana percebi por que os americanos não querem votar no Kerry. Não, o povo não se preocupa com ideologia, não dá a devida atenção a isso. Mas uma entrevista que ele deu ao David Letterman mostrou a razão: ele gaguejava ao tentar responder justamente as perguntas que exigem uma resposta firme. Exemplo: “Você teria iniciado a guerra se tivesse as mesmas informações que tinha o Bush sobre o Iraque?”, e o cara: “ah, é, bem, eu, quer dizer…” E ainda tinha a ousadia de se sentir aliviado ao ser interrompido por nova pergunta do Letterman, como se estivesse sendo salvo pelo gongo. Bastava ele dizer sim ou não e se justificar, caramba. Se ele estivesse na sala de reuniões do Donald Trump, no Aprendiz, certamente teria ouvido: “you’re fired!”

Propaganda eleitoral

Às vezes me pego matutando o que afinal o comandante George W. Bush tem a ver com as eleições brasileiras. Fico tentando lembrar qual candidato petista o citou e detonou em seu “horário gratuito”. E, então, após firmar a vista interna, percebo que estou misturando o Farenheit 9/11 do Michael Moore com as campanhas locais. Farinha do mesmo saco. O PT devia inscrever suas campanhas no Festival de Cannes…

Idem

“Gosto de estar nos lugares, mas ir aos lugares me fere visceralmente. Viagem é, para mim, metáfora de morte.”
Paulo Francis

Cantando no chuveiro

Quando inventarem um karaokê em que eu possa ficar sob uma ducha, serei fisgado. Sou como o Bambam: só posso cantar no chuveiro. Atualmente tenho ensaiado duas canções das mais gostosas: Jiv Jâgo Jiv Jâgo (Despertem, almas dormentes! Despertem, almas dormentes!) e Ode an die Freude (Ode à alegria), de Schiller, imortalizada por Beethoven no quarto movimento da Nona. Não, eu não falo nem sânscrito, nem alemão. Apenas canto. E os males se espantam.

Bolsa-escola

Não sei se foi em 2001 ou 2002 que fui a Brasília escrever roteiros publicitários para uma agência local. Em uma semana, escrevi 19 roteiros, incluindo aí roteiros de reclames de TV, cartilhas e histórias em quadrinhos. Campanha institucional. Até hoje não me pagaram… Mas a questão é que, no apê em que me hospedei, havia uma empregada doméstica que me deu sua opinião a respeito da bolsa-escola do Cristovam Buarque: “uma boa porcaria”, me disse. E explicou: conhecia diversas pessoas – a maioria seus vizinhos – que pegavam emprestados os filhos uns dos outros para aumentar o valor de suas respectivas bolsas. Inscreviam-nos como se fossem seus. “Um bando de à toas”, dizia. “Ficam o dia inteiro em casa, se coçando, falando da vida alheia, com a vida ganha…”

Voto facultativo

Uma coisa é o dever, outra, muito diferente, a obrigação. Eu odeio ser obrigado pelo Estado a fazer o que quer que seja. Por isso me irrita pensar que terei de sair de casa num domingo para votar num malandro político qualquer. Não há ninguém, NINGUÉM, que eu tenha visto até agora, que mereça semelhante sacrifício. Não vejo a hora em que percebam que o voto obrigatório é anti-democrático. Uma comissão do senado estudou uma reforma político-partidária em 1998 e, apesar de admitirem as vantagens do voto facultativo, até hoje não deu em nada. Saco.

Coincidência

Eu ainda não havia percebido tal sincronicidade: a Hilda Hilst faleceu exatamente sete anos depois do Paulo Francis, ambos num dia 4 de Fevereiro. Ele em 1997, ela em 2004.

Quatro leitores

Duas pessoas – Saruya e Vinícius Oliveira – me têm escrito com freqüência, mas toda vez que envio a resposta o email retorna. Ambos são usuários do Bol. Espero que percebam que a culpa não é apenas da minha atemporal indisciplina. Ah, claro: também estou devendo uma resposta ao Flávio Fontes, cujo email muito me tocou, e ao Ronaldo Roque, que me enviou um ensaio. Valeu!

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