Trechos de uma entrevista concedida por Raymond Abellio – autor de “Os olhos de Ezequiel estão abertos” (1944) e “O Fosso de Babel” (1962) – a Vintila Horia:

“Neste livro (O Fosso de Babel), fenomenologia confunde-se com o problema da criação novelesca. Por outras palavras, o ‘eu transcendental’ da personagem central, que afirma ‘eu’, é um ‘eu’ universal, em oposição ao romancista que pretende alhear-se dos seus heróis. O meu ‘eu transcendental’ penetra nas personagens por todos os lados, outorgando-se desta maneira o direito de ter delas perspectivas absolutas.”

“Não creio numa síntese Ocidente-Oriente a curto prazo sem o advento de um tremendo conflito que precederá essa síntese, tal como o problema se apresenta neste momento.”

“O romance autêntico é o romance metafísico.”

“O romancista metafísico tende a escrever sempre a mesma obra. É como o diamante. Trata-se da mesma pedra, todas elas se parecem entre si. Contudo, cada uma implica uma beleza diversa e é outra efetivamente em relação às demais.”