Cada vez que vejo uma dessas notícias de “homem-bomba mata não sei quantos”, fico impressionado com a intensidade da piração desses caras. Essa perversão da fé religiosa é pior do que o “se Deus não existe, tudo é permitido” do Ivan Karamazov. É como se eles estivessem dizendo: “Deus existe e foi Ele quem mandou”. Isso é o que dá quando não se faz upgrade num sistema operacional. Jesus fez uma atualização incrível no sistema judáico – “amai a vosso inimigo” – mas essa turma islâmica ainda vive baseada num tipo de COBOL ou Fortran que se recusa a qualquer alteração. Essa confa toda ainda vai dar muito pano pra manga nesse século.

Mas o que eu queria mesmo dizer é o seguinte: se eu fosse artista plástico ou ator, elaboraria um happening cujo título seria “O Homem-bomba-flor”. Colocaria alguém me filmando de longe e entraria – num país islâmico, de preferência – num espaço público qualquer (ônibus, restaurante, feira, etc.) e dispararia uma bomba de ar comprimido que faria um grande estrondo, atirando flores e pétalas para todos os lados. Tudo obviamente coroado por alguns passos de dança à la Gene Kelly e por uma canção do “rei”: “Todos estão surdos”. Seria um upgrade daquela hipponga que colocou uma flor na arma do policial e uma “vingança” ocidental contra a turma da jihad. Claro, seria um risco enorme fazer isso num país muçulmano. Mas, por outro lado, o que seria da arte sem a ousadia?
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P.S.: Hoje, 31/08, várias pessoas – mais de 1000 (!) – morreram pisoteadas em Bagdá. Tudo porque entraram em pânico ao ouvir um boato sobre a suposta aproximação de um homem-bomba. A paranóia chegou ao máximo. Logo, esse happening pode ser muito mais eficaz para matar gente do que um homem-bomba real. Enfim, vou cancelar minha passagem pro Iraque. Protestozinhos de paz e amor só convencem hippies mesmo. O buraco é mais embaixo.