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Inveja do intestino preso

O chato de se ter um intestino que funciona corretamente, na hora certa, com movimentos peristálticos britânicos, é que nunca consigo ler mais de um parágrafo por cagada. Eu mal me sinto entrado no texto e… pronto, acabou. E olha que tenho sete livros sobre a pia do meu banheiro, dois deles com mais de 450 páginas, a saber: Palmeiras Selvagens, de William Faulkner; Alexandre e César – vidas comparadas, de Plutarco; Física e Filosofia, de Werner Heisenberg (relendo); Lições das Parábolas de Jesus, de Ellen G. White; Tabu – o que o impede de saber quem você é, de Alan Watts (relendo); O Pensamento Artificial – Introdução à cibernética, de Pierre de Latil; e finalmente O homem eterno, de Pauwels e Bergier. Quando terminarei tal leitura? Será que terei de transferir esse leque de livros para minha escrivaninha? Mas lá já estão outros nove à minha espera, todos já iniciados… Que inveja desses intestinos presos que duram dez páginas! Segundo meus cálculos precisarei defecar no mínimo mais duzentos e cinqüenta anos para dar conta de tantos parágrafos. Mas ninguém caga com tal longevidade. Trocar por poesia não rola, o processo é todo muito prosaico. Hum, acho que vou trocá-los por livros com aforismos. Ótima idéia. O negócio é voltar à Gaya Ciência. Há lugar melhor para ler Nietzsche do que o banheiro? Talvez os demais não mereçam…

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1 Comment

  1. ah, os intestinos… tão particulares…
    gosto de ver fotos do mundo selvagem nessa hora…

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