O Alex Cojorian me enviou o link dessa entrevista com o escritor cubano Guillermo Cabrera Infante, na qual há um comentário que justifica os três milhões de dólares que Lula ganhou de Fidel:

GMN: Entre suas admirações, alguém lhe decepcionou quando visto pessoalmente ?

Cabrera Infante: “Uma das pessoas com quem tive uma enorme decepção depois de vê-lo pela televisão e pelos jornais foi Fidel Castro. Tivemos contato íntimo. Em abril de 59, fomos a Washington, Nova Iorque, Montreal e ao Brasil, antes de seguirmos para Montevideu e Buenos Aires. A intimidade de estar num avião para apenas vinte pessoas em companhia de Fidel Castro durante tantos dias me convenceu de que aquele indivíduo era um horror. Era um avião de hélice. Em direção ao Rio, o avião baixou para que víssemos a floresta amazônica. O piloto disse : “Comandante, estamos voando sobre a floresta!”. Eu estava sentado no banco logo atrás de Fidel Castro. O que foi que aconteceu? Fidel ficou olhando a floresta não sei por quanto tempo. De repente, disse : “Que grande país!”. Eu pensava que era admiração pelo Brasil. Mas ele disse: “Aqui é que deveríamos ter feito a nossa Revolução!”. Neste momento, entendi que Cuba era pequena para ele. Fidel se achava um lider tão grande que necessitava de um continente, não de uma ilha…”

GMN: Se, num acaso digno de uma das páginas de Garcia Marquez, o senhor se encontrasse com Fidel Castro hoje, num saguão de aeroporto, o que é que o senhor diria a ele ?

Cabrera Infante: “Eu só diria uma frase : ‘Você não acha que já chega?'”.

(Fonte: http://www.geneton.com.br)