“SE NÃO FORMOS CAPAZES DE REDUZIR EM 78% ATÉ 2050 NOSSA EMISSÕES DE GASES-ESTUFA, AS CONSEQUÊNCIAS SERÃO CATASTRÓFICAS.”

A frase acima foi dita ontem por Sir Nick Stern, que está de passagem pelo Brasil. Secretário de Orçamento e Finanças do Tesouro de Sua Majestade, ex-vice-presidente sênior e Economista-Chefe do Banco Mundial, foi encarregado por Tony Blair para a produção de um review sobre a “Economia das Mudanças Climáticas”. O trabalho, aguardado com ansiedade, deve ser concluído até o final de setembro para a nova rodada de negociações do G8 no México, como desdobramento da Cúpula de Gleneagles, na Escócia, ano passado, onde esteve presente “Nosso Grande Líder”.

Sir Stern está percorrendo alguns países importantes do ponto de vista da questão climática para falar sobre seu trabalho e colher opiniões e dados. Por participar de um projeto financiado pelo DEFRA, equivalente do Ministério de Meio Ambiente na Inglaterra, pude ouvi-lo em uma de suas reuniões ontem na Embaixada Britânica, em Brasília.

O “Stern Review” surgiu da necessidade de juntar evidências e desenvolver modelagens mais acuradas do ponto de vista dos desdobramentos econômicos para orientar a posição do Reino Unido nas negociações e de forma a buscar sólidas evidências que permitam convencer os mais céticos e forçar adesões às mudanças que devem ser feitas.

Ele enfatiza, entretanto, que, como se sabe, um certo grau de aumento nas temperaturas e as consequentes mudanças no clima são inevitáves. Portanto, não se trata mais de reverter uma situação, mas de no prepararmos e adaptarmos para os impactos, ao mesmo tempo em que tentamos evitar consequências ainda piores trabalhando por uma drástica redução nas emissões. Na sua opinião – e isso é o mais controverso -, estas adpatações podem ser feita a um custo alto, porém razoável e realista, com a adoção de novas tecnologias.

Para quem se interessar, o paper para discussão e as apresentações de Sir Stern estão disponíveis aqui.