Carol MartinsGrata surpresa encontrar, na revista de bordo da Gol, uma matéria sobre minha amiga Carol Martins, estilista da Madalena. Foi ela quem fez – certamente inspirada pelo gorro que ganhei da Hilda Hilst (além, é claro, de certo humor inglês com o qual, segundo Carol, eu nasci) – minha roupa de bobo da corte. (Há uma foto da calça neste post de 2004.) Também foi a Carol quem me levou a passear algumas vezes pela Daslu Homem, na época em que era vendedora da famigerada loja. (Nunca me esqueço de caminhar em meio àquela chiqueza enquanto fazia o possível para esconder um buraco no meu tênis de camurça, bem ali, logo acima do dedão esquerdo. Ah, esse meu ascendente libra…) Pois é, saudade de dar altas risadas com a Carol, para quem, lá na casa da Hilda Hilst, ensinei o mantra “lululalá lululalá lululalá lululalá lululalá…”, que fez com que o Lulu e a Lalá parassem de latir à noite e assim ela pudesse dormir. Besos para ti, sua cafona!! (Pois é, nos tratamos mutuamente de cafona…)

Eis o texto da revista da Gol:

Há dois anos, Carol Martins, 31 anos, da Madalena, levou um susto. Era uma tarde qualquer e uma cliente famosa entrou em sua loja na Galeria Ouro Fino, em São Paulo. Tratava-se de Naomi Campbell. que se encantou por suas roupas delicadas e comprou cinco peças. “A Naomi pode ter a roupa dos estilistas mais incríveis do mundo e quis ter uma minha!”, comemora. A carreira da estilista é pontuada por esses “sustos positivos”. Criada em 2003, a Madalena desfila na Casa dos Criadores, celeiro de novos estilistas de São Paulo. Suas roupas setentistas viraram sucesso para um público de quem se orgulha. “Faço moda democrática: senhora, patricinhas e o povo alternativo compra na minha loja”. A democracia de Carol é praticada até nos preços. “Faço questão de não cobrar caro, para que garotas normais possam ter”. Um vestido da marca custa cerca de R$150. Trafegar em vários mundos não é novidade para a moça. Ela já foi vendedora na Daslu. Quando saiu, morou cinco anos em uma comunidade. “Essas foram as maiores influências no meu trabalho.”