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Mississippi em Chamas

Revi o filme Mississippi em Chamas este final de semana, ou seja, dezoito anos após assisti-lo pela primeira vez. Numa palavra: impressionante. Quem acha que a sociedade brasileira é racista – ou que o nosso “racismo sutil” (na verdade, meramente ocasional) – é pior que o americano, deveria assistir a esse filme. Afirmar tal coisa seria o mesmo que dizer que o genocídio sistematizado dos nazistas equivale à morte de civis libaneses durante os ataques israelenses, como se o Hezbollah não utilizasse escudos-humanos e Israel não jogasse antes, sobre as áreas suspeitas, panfletos anunciando o ataque ulterior. Epa, tá cheio de idiota-útil dizendo isso! Melhor arranjar outra analogia…

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10 Comments

  1. daniel christino

    Essa é uma ótima idéia. Aliás, o PCC já usou algo parecido quando ordenou feriado dia desses em São Paulo. Assim fica tudo mais organizado e humano.

  2. Interessante, Daniel. Parece que vc está comparando Israel ao PCC. Era só o que faltava. Espero que seja apenas impressão minha.

    {}’s

  3. Claro que tô comparando!! O quê? A virgem da casa vai ficar horroizada?? Tá doido, véi? Foda, o Yuri vai me forçar a ser didático novamente…Em qualquer comparação, Yuri, estão em jogo muito mais as partes do que o todo. Em certo sentido, não dá para comparar mesmo. Israel é um estado de direito e o PCC uma organização criminosa. Mas ambos, pelo que você disse, acreditam que podem minimizar as consequências dos seus atos avisando antes o que vão fazer, veja bem, o expediente é o mesmo. “Abandonem suas casas, nós vamos invadir”. Certo! Eu largo tudo, vou para um campo de refugiados e aí, pimba!, mandam um míssil no campo de refugiados. É isso?

    O exército de Israel é muito incompetente Yuri. Já que não dão conta de se infiltrar nas células terroristas, resolvem combater no atacado. O que eles conseguiram? Jogar o Líbano de volta ao terror. O Hezbollah deve morrer democraticamente, dentro de um Líbano autônomo, capaz de cuidar da sua própria vida, do contrário ele não morre.

    Israel não é culpada, reagiu a um ataque, mas é responsável. Ter poder significa responsabilidade. Não dá para acreditar numa política de Estado que não faz, como os EUA através da ONU estão fazendo, nada para ajudar a reconstruir o que destruiu. Sinceramente, quem defende Israel tem logo que assumir publicamente que é justificável matar (inocentes ou não) se o fim for um bem maior. Assume isso logo, pô!

  4. Bueno, hermano, quem meteu o PCC na história não fui eu, mas vc, daí esse equívoco de colocar palavras na minha boca: em momento algum eu disse que tanto Israel quanto o PCC prentendem “minimizar as consequências dos seus atos avisando antes o que vão fazer”. Na verdade, são intenções contrárias. Enquanto Israel deixa claro que será melhor os não-combatentes deixarem suas casas e salvar a pele, o PCC avisa que quem sair de casa vai tomar bala. Israel tenta uma profilaxia; o PCC procura a paralisia da sociedade. (Tô por fora desse papo de míssil disparado contra acampamento de refugiados, precisaria verificar esse fato para responder melhor. Em todo caso, já dá pra imaginar o Hezbollah em meio aos escudos-humanos de sempre.)

    Quanto ao Hezbollah “morrer democraticamente”, acho meio difícil. É o tipo do partido de cunho totalitário que só se aproveita da democracia para chegar ao poder e dali não mais sair. Aliás, o Partido de Allah não acredita em democracia, sendo esta um dos “maus” ocidentais que combatem. Eu até concordo que o Líbano deveria lidar sozinho com os malucos. Mas, caramba, por que o Líbano não faz os caras pararem de lançar mísseis e de enviar homens-bomba contra Israel? Aliás, o grande erro de Israel foi não levar a guerra até o fim. Não se sabe se acabou a verba, se deram uma parada estratégica, se começaram a se borrar com as armas nucleares do Irã ou se caíram na conversa fiada de pacifismo. O fato é que agora os jihadistas estão propagando a idéia de que o cessar-fogo é uma vitória do Islam. Não adianta, bróder, os caras usam conceitos e princípios “religiosos” para justificar suas agressões a Israel e ao Ocidente. A única maneira de pará-los seria convencê-los de que grande parte de seus ideais religiosos é falsa, atrasada, limitada. Mas, para tanto, nenhum ateu ou agnóstico daria conta do recado. Impossível. Seria necessário Maomé levantar do túmulo – arrependido – e aclarar aquelas mentes. Ou então um novo profeta islâmico com um Livro mais iluminado que o Corão. Tudo tem um pré-texto, não é? Que livro seria esse? Bom, eu dei uma dica pro Ahmadinejad, através dum comentário em inglês no blog dele. Será que ele me ouviu? Du-vi-de-o-dó!
    Abração
    Yuri

  5. Vin

    Tomara que Ahmadinejad tenha ouvido o recado, Yuri. Essa guerra tem um cheiro atômico. Não podemos jamais esquecer o fato berrante: a “camaradagem” do Irã ao Hezbollah. Na minha avaliação, só ese fato já dá – bastante – embasamento pra Israel meter bala nesses terroristas sem miolos. Onde poderá desembocar qualquer apoio que seja aos coitadinhos terroristas da Síria, Libano e Irã? Óbvio que sobrará para nós ocidentais. Portanto, Israel tem meu total e irrestrito apoio nesta guerra. E mais: deveria desde já meter bala no Irã!

  6. daniel christino

    Não senhor, o recado é o mesmo, o que vai invertido é a direção a seguir: PCC manda você ficar em casa senão leva bala, Israel manda você sair de casa senão leva bala. Não há nenhuma profilaxia em avisar que as pessoas morrerão se ficarem em suas casa. É puro cinismo. Se o ladrão te avisasse que iria assaltar sua casa, você acharia o assalto menos criminoso? Nonsense.

    Democracia implica diálogo. Você me mandou um texto dizendo que o Líbano não existe, pelo menos não depois da ocupação francesa. Em primeiro lugar o Líbano é uma invenção ocidental tanto quanto Israel, com a diferença que Israel adotou uma política expansionista. O correto seria recrudescer as fronteiras até os limites originais. Mas este pacto jamais sairá do papel, principalmente porque os palestinos querem eliminar os judeus, pura e simplesmente.

    Bem, se a regra do jogo é democrática, o embate político deve estar de acordo. Síria não quer um Líbano autônomo. Israel tampouco. Essa invasão aconteceu 1 anos apenas depois que a Síria saiu do país. O que dá para fazer em 1 ano? Por isso o Líbano não conseguiu resolver o problema (nem nós conseguimos resolver o problema do MST, mesmo tendo uma situação institucional bem mais favorável). Outra coisa, o Líbano não contou com o apoio financeiro internacional. Você imagina Israel aceitando que os EUA armassem a política civil e militar do Líbano? Que tal? Impossível. No final, mantenho minha posição: para os libaneses, Israel e Hezbollah são farinha do mesmo saco. Ambos priorizam apenas seus interesses e nenhum deles quer um país democrático e independente.

    Em tempo, você não me respondeu a pergunta feita no final do texto: é justificável matar em nome de um bem maior?

  7. Fiume

    Folks, não deu pra ir tudo, sorry. (Preciso ir pra casa)

    Sobre Mississipi em Chamas, se não me falha a memória, ele perdeu o Oscar em 87 (?) pra Rain Man (pqp!!!). E ainda concorria o Ligações Perigosas (pqp!!), do Millus Forman.

    E o Alan Parker perdeu o Oscar pro Barry Levinson (pqp!!!), de Rain Man. E é bem capaz de o Gene Hackman ter concorrido tb (não me lembro), perdendo pro Dustin Hoffman.

    Dá pra acreditar?

    Abs. R.

  8. Vin

    Hummm, sei não, mas Daniel está muuuuito esquerdista ao comparar MST com o Líbano. Pô Daniel, MST é uma criação do PT. E como resolver uma coisa que já nasceu desvirtuada e abortada? Bem disse Cervantes que “toda comparação é odiosa”.

  9. daniel christino

    Leia direito Vin, comparo o MST ao Hezbollah.

  10. stuqui

    Não da para sermos ocidentais e esquecermos que temos culpa nisso tudo .Pois o consumismo ea vontede de acumular ganhos com a gerra ea fome é inevitavel em um sistema capitalista como o nosso.Pois as nações consideradas grandes tem condições de acabar com a gerra na mesma hora, pois não o fazem por terem interesses econômicos produzindo armas e alimentos para essas nações ou sera que no deserto eles produzem comida ou armas?É claro que não.
    Se analizarmos bem não iremos ver o fim dessas mazelas enquanto a concientisação não for diseminada pelo mundo.

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