blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: outubro 2006 Page 5 of 9

Minha segunda previsão

Depois de prever que alguém postaria aqui o vidente Juscelino de Tal falando sobre o acidente da Gol, informo-lhes minha segunda previsão: eu previ uma espinha no rosto de uma colega. Na quinta-feira, sonhei com pessoas que trabalham comigo e uma delas tinha um bandaid na bochecha esquerda. Dois dias depois, a mesma garota apareceu com um bandaid no lado esquerdo do nariz (tudo bem que errei o local exato). Perguntei-lhe o que era. “Uma espinha”, disse ela.

Te cuida, Juscelino!

A lousa do MIT

Bom, eu acho que muita gente ainda continuaria babando durante uma aula de Mecânica…

Ocupados

De terça-feira a domingo, eu e o Paulo estaremos ocupados gravando o making of do Goiânia Mostra Curtas, ele na direção de produção e eu na direção. Já o Pedro viajou hoje à Tailândia para participar de uma dessas reuniões em que jovens lideranças trocam idéias sobre como dominar o mundo. (Hehehe.) Ele ficará por lá até o final do mês. Esperamos que os demais colaboradores deste blog ajudem a não deixar a peteca cair.

A propósito: estou aguardando o ok do Olavo de Carvalho para divulgar aqui nosso podcast semanal. Já gravamos dois bate-papos de 46 minutos cada. Você não perde por esperar… 😉

Debate da Band – Lula se segura

Dei uma navegada por aí e parece unânime aos analistas profissionais que Alckmin foi melhor do que Lula no debate. Eu sinceramente não sei. É o primeiro debate do Lula como situação; em todo os outros ele esteve na oposição. Ele não estava confortável. Perdeu a paciência várias vezes, deixando transparecer aquela impaciência de menino que não gosta de levar bronca. Esteve com cara de quem poderia dizer, de supetão, “e daí, é problema meu, porra! Não torra o saco”.

Fedor e Fluoxetina

A fluoxetina começou a fazer efeito. A raiva passou, a ejaculação deixou de ser precoce. E ele quis um poema assim, fácil como a fluoxetina; fácil como mentir para os pais. Algo que ele pudesse ler em voz alta, num almoço de domingo. Ligou o computador, escreveu sobre as flores, o riso das crianças, as curvas deliciosas das mulheres. Mas o diabo lhe apareceu e disse: “Não te precipites, rapaz. Ainda não é a tua vez.” E, súbito, ele lembrou que sua mãe fedia. Bastou pensar na mulher para o poema nascer, fácil como uma ansiolítico, mas agora fétido como uma mãe mesquinha. Obviamente não mostrou os versos aos pais. Mostrou aos amigos, e todos se perguntaram: “Meu Deus, será que ela fede mesmo?” Era verdade, a mulher fedia, e nem toda a fluoxetina do mundo podia esconder aquele fedor.

Duas pragas nacionais

As duas coisas mais nojentas deste país:

1) A arrogância e tesão totalitário da esquerda: eles querem mesmo é governar sozinhos e calar toda e qualquer oposição;
2) A retórica liberal de grande parte do empresariado que mama nas tetas do Estado com um lado da boca e arrota um discurso de desestatização e livre mercado, com o outro. Eles gostam mesmo é de capitalismo sem risco. Pergunta: por que os impostos que eu pago têm que pagar o prejuízo do agricultor nacional que se endinheirou com o preço das commodities nas alturas há três anos e agora vai chorar em Brasília fazendo “tratoraços” e levando a conta do prejuízo pra viúva pagar? (Em tempo, os 30 bilhões dados a esta turma de liberalismo de boteco não são coisa apenas de governo Lula, são a história do Brasil que se repete em todos os governos: eles tomam prejuízo, choram e o governo endurece, mas na primeira matéria importante a ser votada no Congresso, a bancada ruralista endurece e barganha um novo megaperdão de dívidas às nossas custas).
Sem tornar estas duas pragas coisas do passado, este país não sai do lugar.

Ainda sobre as indenizações dos esquerdistas

Discurso de Jair Bolsonaro na Câmara.

Mãe é mãe, piada é piada.

Olha, o Bruno Costa disse, com toda a propriedade, que a piada não diminui em nada as – como direi?? – capacidades totalitárias do PT. É verdade. Mas o Yuri parece ter levado para o lado pessoal um post endereçado exclusivamente a posicionamentos políticos impermeáveis ao bom senso. O meu argumento, brilhantemente ilustrado pelo caso da ONG plutônica, é o de que se vive um contexto de luta política e, neste caso, não há lá muita preocupação com o compreender. Há, na verdade, esforço doutrinário. A ironia, claro, é só a cereja do bolo.

Saiu pela culatra

Ainda sobre o artigo fake do Carlos Chagas a respeito da tal “Sociedade dos Amigos de Plutão”: o tiro saiu pela culatra. O cara, conforme afirmei, quis brincar com os limites entre realidade e ficção ao mostrar o quão absurdo é o atual estado de coisas criado pelo PT, mas acabou é ridicularizando alguém que pretendia combater essa mesma situação de corrupção generalizada. O Daniel, que contribui neste blog, afora mil comentaristas, vieram criticar e/ou tirar o sarro do meu post – fato que já comentei e esclareci – e isso não me abalou em nada: não sou um chefe de redação com repórteres na rua para confirmar cada notícia. Bobagem. O pior mesmo é que essa onda não atingiu apenas este escritor blogueiro, mas até mesmo um senador da república – Heráclito Fortes. A mentira de Carlos Chagas acabou por servir ao PT.

E era piada… (a Sociedade dos amigos de Plutão)

E não é que a história sobre a ONG Sociedade dos Amigos de Plutão era, na verdade, estória (para usar uma distinção bem fora de moda). Por isso eu sempre digo: cuidado com as identificações fortes demais em política. Parece a alguns tão clara a essência maligna de outros, parecem-lhes tão claros os fatos, que não lhes custa muito tomar como verdadeiras informações falsas, se estas confirmam o caráter imaginado destes outros (como disse o Olavo a respeito da ciência: os fatos tornam-se meramente uma ilustração do que o intelecto, a priori, descobriu por si). E isso acontece, principalmente, quando o pathos do texto é o desprezo.

Curioso como esquecemos facilmente o caráter singular dos indivíduos. Quando me dizem que a maioria dos conservadores é hipócrita – escondem interesses esgoístas sob uma fachada moralista -, penso: “será que o Yuri seria capaz disso?”. A resposta, obviamente, é não. Logo, deve haver algo de bom em ser conservador e, com certeza, tem a ver com esta característica moral. Faço o mesmo com meus amigos esquerdistas. Quando pregam por aí a essência totalitária e mau-caráter da esquerda, penso: “Será que meu amigo Ricardo é totalitário e mau-caráter?”. A resposta, obviamente, é não. Logo, deve haver algo de bom em ser esquerdista e, com certeza, tem a ver com uma legítima preocupação social. Emparedados entre a amizade e suas conclusões lógicas, muitos optam pela saída muito cafajeste de reclassificar os amigos como idiotas ou estúpidos (embora “idiota” seja a preferida, por sua óbvia origem etimológica). É de uma prepotência inimaginável. Primeiro, porque quem usa este expediente supõe, sempre, estar correto, mesmo que não consiga explicar o porquê. Segundo, ele acredita que a verdade é uma disjunção exclusiva. Deveria estudar um pouco de lógica modal.

Ah, sim! E mando ao inferno qualquer discurso aterrorizante – o medo é uma arma totalitária -, cujo objetivo seja me fazer ver um amigo como hipócrita ou mau-caráter ou estúpido. O resto é assunto para a psicanálise.

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