Conforme dizia às minhas irmãs arquitetas, o Second Life é uma beleza para quem trabalha com design. Um arquiteto pode comprar uma área e executar ali todas as casas que já projetou vida afora. Quando alguém quiser ver seu “portfólio”, basta passar o endereço do seu próprio condomínio virtual. Seu possível cliente pode, então, visitar casa por casa, conhecendo cada detalhe do projeto, seja a parte interna, seja a externa. O arquiteto pode ainda pedir a um amigo decorador para dar um jeito no interior das casas. E a um amigo artista-plástico para ceder suas telas e esculturas. E a um paisagista para tratar dos jardins. Enfim, solte sua imaginação.

E por falar em soltar a imaginação, tal como um desenhista de moda costuma criar roupas apenas para expressar e marcar seu estilo – roupas essas que não frequentam senão as passarelas -, um arquiteto também pode dar asas à sua criatividade e projetar casas que deixariam um engenheiro com um derrame cerebral. Os construtores do Second Life ainda estão muito presos à reprodução das circunstâncias do mundo real e não percebem que, ali dentro, as pessoas podem voar, se teletransportar e, por isso, não há necessidade de ruas, estradas, calçadas e portas ao nível do chão. Por que não entrar pelo telhado? Por que não uma “pessoaporto” no teto da casa? Aliás, para quê uma casa tão presa ao chão? Os arquitetos precisam soltar suas imaginações, como o fez o construtor da casa baixo:

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Uma casa sobre um rochedo flutuante que está preso à terra apenas por uma âncora? Ganhou!

E para quem acha que a coisa não é séria, lembre-se de Ailin Graef, a figura que já faturou 1 milhão de dólares vendendo casas e terrenos virtuais