Do escritor romeno Vintila Horia, Viagem aos centros da Terra:

“É evidente que a psicologia, sobretudo a freudiana – e Jung pressentiu-o logo desde o primeiro encontro com Freud -, se transformou, com o tempo, numa filosofia, no sentido mais vulgar do termo. O homem para quem ‘Deus morreu’, como reza o desespero contemporâneo, tem que se refugiar numa algaravia. E aquele que não se quer politizar, ou vender a alma ao diabo, põe-se a acreditar na psicanálise ou nos seus sacerdotes. É todo um culto laico, engendrado por um profeta do século XX, de cuja propaganda se encarregaram, pelo menos ao princípio, as mulheres, como acontece na fase inicial de todas as religiões.”

Ah, apenas um adendo: Harold Bloom acredita que, mais dia menos dia, as pessoas perceberão que não há, num sentido estrito, ciência alguma nos escritos de Freud. Para ele, Freud será lido como um grande ensaísta nos moldes de Montaigne.