blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: yuri vieira Page 11 of 107

7º bate-papo com Olavo de Carvalho – B

Depois de um atraso de quase um ano – que pode se justificar graças a muita enrolação, indisciplina e ao meu trabalho de direção de um curta-metragem de ficção e de dois documentários – finalmente consegui me organizar e publicar o lado B do meu mais recente bate-papo com o filósofo Olavo de Carvalho (Nov/2006), cujo arquivo eu já nem me lembrava onde estava. Teve neguinho que só faltou me jogar pedra por conta dessa demora, mas… enfim: saiu. Ainda preciso anexá-lo a um “vídeo” e colocá-lo no You Tube com os demais, que é onde a demanda é maior. Mas já dá para baixá-lo do Archive.org e ouvi-lo logo abaixo.

Temas abordados: o homem perante o Infinito (e o bobão do “entrevistador” como exemplo da “baixa inteligência do homem moderno”); a divinização do espaço, Fritjof Capra; só Alborghetti poderia comentar as “críticas” da imprensa ao livro The God Delusion, de Richard Dawkins; Bruno Tolentino e o Kung Fu, o gnosticismo adolescente e as contradições do filme Matrix; verossimilhança na ficção (a lista de super-heróis do filho do Olavo, O Exterminador do futuro, o filme Coração Satânico e seu diabo de meia tijela); o desconhecimento sobre temas e conceitos religiosos; a humanidade é mais trouxa do que julga o esforço vão da Matrix de falsificar até mesmo bananas (na verdade, bastam uma ou duas mentiras); Santo Agostinho e o poder do diabo; o diabo não é capaz de fazer a banana; o gnosticismo é uma prova permanente da estupidez humana; todos nós passamos por momentos gnósticos; o movimento revolucionário mundial; o PC do B e a apologia do genocídio; Coronel Ustra; a existência do PC do B equivale à existência de um Partido Nazista; a UNE, Cuba, o crime e a esquerda no Brasil; mais de 50.000 homicídios ao ano; o pobre não é culpado pela violência; o programa True Outspeak no BlogTalkRadio; o verbete da Desciclopédia sobre o Olavo; o governador petista punheteiro; Hilda Hilst também mandava tomar naquele lugar; a sinceridade é um tesão; o Brasil escolheu a tragédia.

Bate-papo com Olavo
[audio:http://www.archive.org/download/Bate_papo_com_Olavo_de_Carvalho/olavo7ladoB_64kb.mp3]

Hitler e o Xbox

E pensar que esta era a seqüência mais patética do filme…

LMAO!!!

Acho que dá para fazer uma sacanagem dessas com aquele vídeo do Fidel brigando com o jornalista cubano

Amigos suicidas

Com este – cujo nome não vem ao caso – já são quatro os amigos que cometeram suicídio nesses últimos dezesseis anos. (Há outros três que tentaram e não obtiveram sucesso.) Dentre os quatro, três tinham excelente senso de humor, o que certamente significa que saber rir de si mesmo e do mundo não é a conquista máxima da existência humana. Ainda bem que descobri isto logo após escrever minha própria carta de despedida em 1996. Deu chabu. Graças a Deus.

J. Toledo se despede

O escritor e artista plástico paulista J. Toledo, com quem costumava conversar ao telefone menos do que deveria, faleceu sábado passado. Eu o conheci quando eu ainda morava com a escritora Hilda Hilst, na Casa do Sol (1998-2000). Naquela época, falávamos quase todas as manhãs. Cheguei inclusive a contribuir com alguns dos verbetes de seu Dicionário de Suicidas Ilustres, editado pela Record. (Ele também publicou livros de crônicas e uma biografia sobre o artista plástico Flávio de Carvalho, a quem conheceu, e que traz um prefácio de Jorge Amado.) Toledo era um amigo extremamente atencioso e tinha um excelente senso de humor. Aliás, como costumo dizer, ele ainda o é e ainda o tem. Está vivo em algum lugar, dando risadas com a Hilda.

Logo mais colocarei em meu podcast uma gravação que fizemos juntos por telefone. Nada de mais, apenas para dar uma idéia de sua personalidade.

Vaya con Dios, hermano!

Olho de Vidro

O blog sobre cinema da Sertão Filmes, editado pelo Pedro Novaes e do qual eu e o Paulo Paiva somos colaboradores, já está em seu novo endereço. Agora só falta recolocar os links e demais firulas bloguísticas. Cada dia está com um visual distinto, mas uma hora haverá de encontrar sua própria cara. (No começo, não curti esse título, mas o Pedro insistiu e já estou começando a achá-lo engraçado.)

O blog do Fernando Meirelles

O Pedro Novaes me enviou o link do blog Blindness, uma espécie de “diário de viagem” do diretor Fernando Meirelles pelas entranhas da produção de seu filme mais recente, uma adaptação do romance do José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira. Em geral, quando leio textos de pretensos diretores de cinema, me lembro daquela sentença do Fernando Pessoa na boca de Bernardo Soares: “Ofende-me o entendimento que um homem seja capaz de dominar o Diabo e não seja capaz de dominar a língua portuguesa”. Aqui, Pessoa se referia a um livro sobre ocultismo pessimamente escrito. Mas fico particularmente irritado quando alguém tenta dominar o diabo da técnica cinematográfica sem antes dominar a escrita. O Fernando Meirelles prova que não é um desses: o cara manda bem.

Para quem tem interesse nos bastidores de uma produção cinematográfica, para quem trabalha ou quer trabalhar com cinema, o blog é uma mão na roda. Aliás, uma amiga que trabalhou durante dois anos na produtora O2 me disse que, lá, o Meirelles é visto como uma espécie de guru interno. Já um de seus sócios, segundo ela, é o mauzão da área. (Parece que as demais sócias são mulheres.) Ao fim e ao cabo, os caras são espertos e sabem que não são apenas as duplas policiais que devem ter um cara que bate e um que fala manso. Cinema também é diligência.

Com relação a diretores que sabem escrever, sugiro ainda os livros/textos de Andrei Tarkovsky, Andrzej Wajda, Glauber Rocha e François Truffaut.

Uma palestra no Second Life



Esta foto dá uma idéia de como é uma palestra no Second Life. Os avatares se sentam no anfiteatro e assistem às apresentações em Power Point, além, é claro, de ouvir a voz do palestrante ao vivo (ou, como se diz no internetês, em “tempo-real”), graças às facilidades do Voice Chat.

Sim, alguém aí pode se levantar e dizer: “Para quê isso? Já dá para acompanhar, por exemplo, ao Olavo de Carvalho ao vivo no seu programa True Outspeak, e com a mesma possibilidade de lhe fazer perguntas. Para que essa bobagem com bonequinhos?” A diferença é que, no Second Life, a gente consegue ver quantos são esses ouvintes, quem são e, após a palestra, trocar idéias, contatos e iniciar novas discussões, uma vez que o Voice Chat é capaz de comportar todas as vozes presentes. E mais: fiz o teste e sei que dá para gravar esses diálogos com o Audacity. Depois, basta subir o arquivo de áudio para algum site ou, o que me parece melhor, convertê-lo em vídeo, usando as fotos da palestra como um slideshow, e colocá-lo em seguida no You Tube.

Vale lembrar que, sempre que algum livro, artigo ou site é citado, basta escrever seu título ou endereço no chat de texto, durante a própria palestra com o Voice, e esses dados ficam guardados no histórico do seu SL.

Mas tudo isso, obviamente, é só para quem gosta de “joguinhos” de computador…

(Se eu tivesse grana para bancar uma área, criaria minha própria universidade virtual. Já tenho até a lista de professores a serem convidados…)

Um clandestino

O anti-spam do Gmail costuma funcionar perfeitamente e é mais comum vê-lo barrar mensagens legítimas, escritas por amigos e conhecidos, do que deixar passar um email indesejado. Mas a mensagem abaixo entrou clandestinamente na minha caixa de entrada, chamando minha atenção pela forma com que os caras conseguiram burlar os filtros de palavras-chave. Claro, deve ser a coisa mais batida do mundo, mas pelo menos para mim foi uma novidade. O mais engraçado é imaginar a fé do remetente em nossa boa vontade de decifrá-lo. Trata-se dum convite para quem quiser ganhar dinheiro com o câncer alheio… (Só podia ser uma coisa… assim… agradável.)

Rum’or N-e-w,s,:
O_n’cology M-e*d+. I_n*c’. (_OTC: O NCO) a Ca+ncer Tr eatme*nt Sol_utio-ns Gro-up is s,a i,d to h’a.v-e
exp++erienced o_v_e r a 100 0% inc+_rease in reve*n,ues f’o r t-h*e fisca+l 3’r’d q,uarter en_ding J_u+l_y+,
2’0-0-7 compar*.ed w,i*t-h t.h+e pri*or y+e-a.r whi,le fi’scal fo,urth qu_arter resu+lts f+o r 2_0+0+7 a r.e on
tr ack to exc_eed t_h_i,s ye,ar’s thi*rd q*uarter resu.lts.
O.N’C-O add,itionall-y plan,s to in-cre-ase se,rvice off_.erings whic-h a’r*e c-urre’ntly und*erwa-y.
Don’’t w,a’i_t f+o’r t_h’e n-e’w s to c*o+m*e o’u,t a,n+d l_o,s,e t,h.e oppor+t-unity to g,e+t in fron_t of the
genera_l inve,st_ing publi,c. On*co,logy M’e,d is in a mul,.tibillion do,llar ind,us+try w’h+e’r_e
t-h,e-y a+r e ga+ining m+arket s,hare rapi+dly.
C.a-l l y-o’u+r br,oker n’o,w f*o.r O+N’C.O+.

Pronto, agora vc já sabe que técnica usar para escapar do Echelon. Aposto que é invenção do Bin Laden.

Provincianismo

Do blog do Martim Vasques:

Segundo T.S. Eliot, ser “provinciano” não significa “não possuir a cultura ou o requinte da capital”, muito menos ser “estreito no pensamento, na cultura e no credo”. É algo além – e muito mais trágico para a cultura de uma nação que se pretenda saudável. Refere-se “também a uma distorção de valores, à exclusão de alguns, ao exagero de outros, que resulta, não de uma falta de ampla circunscrição geográfica, mas da aplicação de padrões adquiridos dentro de uma área restrita, para a totalidade da experiência humana, que confundem o contingente com o essencial, o efêmero com o permanente. Em nossa época, quando os homens parecem mais do que propensos a confundir sabedoria com conhecimento, e conhecimento com informação, e a tentar resolver problemas da vida em termos de engenharia, começa a emergir na existência uma nova espécie de provincianismo que talvez mereça um novo nome. É um provincianismo, não de espaço, mas de tempo, aquele para o qual a história é simplesmente a crônica dos projetos humanos que têm estado a serviço de suas reviravoltas e que foram reduzidos à sucata, aquele para o qual o mundo constitui a propriedade exclusiva dos vivos, a propriedade da qual os mortos não partilham. A ameaça dessa espécie de provincianismo é que podemos todos, todos os povos do mundo, ser provincianos juntos; e aqueles que não estiverem satisfeitos podem apenas tornar-se eremitas” (ELIOT, T.S. “O que é um clássico”, in: De Poesia e Poetas, págs. 96-97).

Eric e o Exército da Fênix

Minha pátria é a língua portuguesa estorricada pelo sol brasileiro. Seria uma sacanagem ser obrigado por um Estado qualquer a usar outro idioma. Reside apenas aí minha simpatia pelo caso do catalão Èric Bertrán que, ao escrever para empresas espanholas exigindo o uso de sua língua nos produtos ali vendidos, cometeu, em sua inocência de garoto de 14 anos de idade, o deslize de assinar como “chefe da organização Exército da Fênix”. Com o abismo que há entre as gerações, dificilmente as autoridades espanholas iriam se dar conta de que o figura é apenas um fã do livro Harry Potter e a Ordem da Fênix. Eric diz que não fez ameaças, mas escreveu que, caso não recebesse uma resposta, “não lhes pediria outra vez na boa, que toda a sua organização tornaria a lhes solicitar a tradução, e não muito simpaticamente”. Num outro contexto – pré-11/09 e demais atentados que a própria Espanha sofreu – esta ameaça gratuita (se não é ameaça é o quê?) nem teria sido notada. (“Ai – suspiro – mais um cliente catalão insatisfeito…”) No entanto, nos dias que seguem, tudo se deu como a brincadeira dos brasileiros na alfândega norte-americana: “O que você leva nessa bolsa?” “Uma bomba”, responde o outro, de pura gaiatice. O resultado? Cadeia obviamente.

(Ainda bem que eu não tinha internet quando criança, eu que tinha um temperamento explosivo e um facínio por pólvora. Teria sido preso umas quantas vezes pelos militares. Pausa meditativa. Ei! Não!! Na verdade, eu deveria dizer: que pena que não tive internet! Hoje, estaria recebendo a mesma mesada de revolucionário que os parasitas da nossa esquerda recebem…)

Enfim, o poder estatal é um mal necessário. Mas se torna realmente maléfico quando vai além das nossas necessidades reais. O caso desse garoto, na minha opinião, apenas ressalta algumas contradições contemporâneas. À sua maneira inconseqüente, Eric reclama que gostaria de encontrar produtos com rótulos na sua língua materna – isto é, dá um chega pra lá na nação espanhola – e do outro o estado espanhol dá um pulo de um metro, cheio de um zelo que beira a paranóia, e sai a perseguir esse possível terrorista mirim, o qual supostamente ameaça a vida de seus cidadãos. Estado espanhol X nação catalã. Enfim, cá entre nós, se eu fosse espanhol, acharia essa prontidão bastante louvável. (“Tá vendo? Pelo menos os caras tão trabalhando.”) Por outro lado, se eu fosse catalão, estaria esperneando. (Os catalãos querendo seu estado, o que é legítimo, e o Saramago a fazer piadas, dizendo que Portugal deveria ser reabsorvido pela Espanha. Ai ai…) Realmente complicado esse negócio de abrigar nações diferentes sob um mesmo Estado. (Imagine, pois, que beleza será o Estado mundial…) Mas a questão é que há sim terrorismo pipocando no mundo contra o Ocidente e não adianta o Chomsky se meter nessa história apenas para conduzir os ocidentais a se esquivar deste fato.

No fundo, tudo se resume ao seguinte: pais, prestem atenção ao que seus filhos fazem na internet. Ou melhor: dê atenção a seus filhos.

P.S.: O documentário está dividido em 5 partes.

(Valeu pela dica, Bruno.)

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