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Categoria: Livro de Urântia Page 2 of 8

A esposa de Jesus Cristo

Meu amigo Daniel Chistino, que colabora neste blog, tem toda a razão: eu também sou um herege. Mas já que, além de ser herege, também sou presunçoso posso dizer: sou herege apenas para quem ainda não aceitou o novo upgrade da Revelação Divina, o que evidentemente é muito diferente da heresia de perverter a Tradição por não tê-la compreendido. Porque, engulam ou não engulam os ateus e agnósticos, e menos ainda as diversas espécies de crentes de não importa quais doutrinas tradicionais, Deus não pode se revelar por inteiro, duma só vez, a nós paupérrimos terráqueos. “Não atire pérolas aos porcos”, já dizia nosso Mestre e Senhor deste Universo. Por isso, a Revelação, isto é, o download de informações, ideais, valores e conceitos divinos, só vai sendo feita na Terra aos poucos, de acordo com a capacidade de processamento médio das mentes mortais. O Corão já criticava, desde o século VII, aqueles que, ao ouvirem novas revelações, ousam dizer: “fábulas dos tempos antigos” (Corão 6:25). E olha que o Corão não passa de um patch de segurança para mentalidades tribais que ainda se encontram muito abaixo da visão de mundo judáica…

Bem, tudo isso é para dizer que, à luz do Livro de Urântia, nada mais ridículo, estúpido, canhestro e insensato que toda essa preocupação e balbúrdia em torno de O Código Da Vinci, de Dan Brown. Protestar contra esse livro? Exigir sua proibição? Ou ainda pior: dar-lhe um crédito para além da categoria entretenimento?

Exortações e conselhos finais

Após a conclusão do discurso de despedida feito aos onze, Jesus conversou informalmente com eles e relatou novamente muitas experiências que lhes diziam respeito como grupo e como indivíduos. Afinal, esses galileus estavam começando a perceber que o seu amigo e instrutor iria abandoná-los e, nas suas esperanças, eles agarravam-se à promessa de que, após um curto período de tempo, ele estaria de novo com eles, no entanto estavam propensos a esquecer que essa visita de volta era também por pouco tempo. Muitos dos apóstolos e principais discípulos realmente pensavam que essa promessa de voltar por um período curto (o curto intervalo entre a ressurreição e a ascensão) indicava que Jesus estava indo embora para uma breve visita ao seu Pai, após o que ele voltaria para estabelecer o Reino. E tal interpretação do seu ensinamento conformava-se tanto às suas crenças preconcebidas, quanto às suas esperanças ardentes. Posto que, desse modo, as suas crenças de toda uma vida e esperanças de ver os desejos satisfeitos estavam de acordo, não era difícil para eles encontrarem uma interpretação para as palavras do Mestre que justificasse as suas aspirações intensas.

Depois de terem analisado o discurso de despedida e de terem começado a assimilá-lo nas suas mentes, Jesus chamou novamente os apóstolos à ordem e começou a fazer-lhes exortações e a dar-lhes os seus conselhos finais.

1. ÚLTIMAS PALAVRAS DE CONFORTO

Quando os onze tomaram seus assentos, Jesus permaneceu de pé e dirigiu-se a eles: “Posto que eu esteja convosco na carne, não posso ser senão um indivíduo em meio a vós ou no mundo inteiro. Mas, quando eu tiver sido libertado dessa veste de natureza mortal, serei capaz de retornar como um espírito que residirá em cada um de vós e em todos os outros crentes deste evangelho do Reino. Desse modo o Filho do Homem tornar-se-á uma encarnação espiritual nas almas de todos os verdadeiros crentes.

“Quando eu tiver voltado para viver em vós e trabalhar por vosso intermédio, eu poderei conduzir-vos melhor nesta vida e guiar-vos pelas várias moradas na vida futura, nos céus dos céus. A vida na criação eterna do Pai não é um descanso sem fim, de indolência e sossego egoísta, mas é, antes, uma progressão incessante na graça, na verdade e na glória. Cada uma, entre tantas estações na casa do meu Pai, é um local de permanência para uma vida destinada a preparar-vos para a próxima, que está à frente. E assim os filhos da luz irão, de glória em glória, até que alcancem o estado divino no qual estarão espiritualmente perfeccionados, como o Pai é perfeito em todas as coisas.

O Discurso de Despedida

Após cantarem o salmo, na conclusão da Última Ceia, os apóstolos pensaram que Jesus tivesse a intenção de voltar imediatamente ao acampamento, mas ele indicou-lhes que deveriam sentar-se. Disse o Mestre:

“Vós vos lembrais bem quando vos enviei sem bolsa ou carteira e até avisei mesmo que não levásseis nenhuma roupa extra. E vos lembrareis que nada vos faltou. Mas agora estais em tempos turbulentos. Não mais podeis depender da boa vontade das multidões. De agora em diante, aquele que tiver uma bolsa, que a leve consigo. Quando sairdes para o mundo para proclamar este evangelho, façais as provisões para o vosso sustento como achardes melhor. Eu vim para trazer a paz, mas ela não surgirá ainda por muito tempo.

“Chegou a hora do Filho do Homem ser glorificado, e o Pai será glorificado em mim. Meus amigos, devo ficar convosco apenas por pouco tempo mais. Em breve buscareis por mim, mas não me encontrareis, pois estou indo para um lugar onde vós não podeis ir, neste momento. Mas quando tiverdes acabado a vossa obra na Terra, como agora eu completei a minha, então vireis a mim do mesmo modo que agora eu me preparo com a finalidade de ir para o meu Pai. Muito em breve eu vou deixar-vos, e não me vereis mais na Terra, vós todos me vereis, todavia, na idade que virá, quando ascenderdes ao Reino que o meu Pai me deu”.

A traição de Judas

Acabei não indo assistir – apesar da insistência do meu bróder, o artista-plástico Juliano Moraes – ao documentário da National Geographic sobre o famigerado Evangelho de Judas. Aliás, creio que ele não ouviu – na festa em que nos encontramos, ocupado que estava em discutir com certo Barbosa sobre “arte crítica”, “crítica de arte”, gnosticismo e “religião enquanto mítica” – o motivo da minha preguiça. Na verdade, após todos os alcoóis, até mesmo eu acabei por me esquecer do meu argumento contra a validade dessa idéia de Judas ter apenas obedecido a Jesus quando de sua traição. Graças ao De Gustibus, veio-me a lembrança e vejo que não fui o único a levantar a questão, aliás, uma questão óbvia. Também o Cláudio – e provavelmente mais alguns milhões de pessoas mundo afora – no blog Se Liga:

Desculpem a minha ignorância nesses assuntos, mas se Judas não fez nada mais que atender a um pedido do próprio Jesus quando o traiu, por que ele se enforcou depois?

Claro que alguém poderá dizer: e quem pode ter certeza se ele realmente se suicidou? Bem, nesse caso darei um sorrisinho pseudo-fundamentalista e voltarei à leitura do meu livro de Urântia, que dá uma boa idéia da piração do revolucionário Judas, o qual esperava ver seu Mestre convertido no Messias político de sua crença e à cabeça duma luta armada pela emancipação do povo hebreu. Judas achava que, feito o Neo da Matrix, Jesus, caso fosse realmente o prometido Messias – àquela altura, devido à aparente contradição de certas atitudes do mestre, Judas já acumulava muitas dúvidas e rancores pessoais -, assim que se visse nas mãos dos seus inimigos, poderia partir pra porrada cósmica. Seu raciocínio era: se o Mestre é quem diz ser, se livrará sozinho de seus perseguidores; se não o é, não terei feito mais que minha obrigação ao livrar o mundo de um falso Messias. Sim, porque esse papo de “meu Reino não é deste mundo” não entrava na cabeça do confuso apóstolo, para quem este mundo era tudo o que de fato existia. Ainda assim, segundo consta, sua traição foi um “chover no molhado”, um ato completamente desnecessário à consecução dos planos do Mestre. Judas se deixou meramente levar pelo orgulho ferido e pela vergonha de participar de um grupo que definitivamente não pretendia aderir à batalha política contra o invasor estrangeiro.

Eis o capítulo 4, do Documento 179 (A última ceia), que trata d’As últimas palavras ao traidor:

A Internet Cósmica

Apenas para corroborar minha concepção de que o Planeta Terra (ou Urântia, para os iniciados) é literalmente o lugar em que Judas perdeu as botas, o cu do universo, a periferia da periferia da periferia da periferia – ainda que vc more em Londres, Roma, Paris ou Nova Iorque – veja algumas informações (ou imaginações, diria o Daniel) sobre as transmissões cósmicas de dados, através das quais, imagino eu, zilhões de neguinhos teriam acesso ao “blog” do Anjo Gabriel:

(…)
5. Os diretores de teledifusão. As transmissões do Paraíso, dos superuniversos e dos universos locais estão sob a supervisão geral desse grupo de conservadores do pensamento. Eles servem como censores e editores, bem como coordenadores das transmissões materiais, fazendo uma adaptação, para o superuniverso, de todas as transmissões do Paraíso, adaptando e traduzindo as transmissões dos Anciães dos Dias para as línguas individuais dos universos locais.

O eXegeta está aqui

Durante um ano – entre 2003 e 2004 – mantive outro blog, de título O eXegeta – lendo e relendo o Livro de Urântia, que, segundo pude averiguar, foi o primeiro blog no mundo dedicado exclusivamente a essa possível Revelação. (Eis o post inicial dele.) Foi descontinuado porque, ironicamente, muito atrapalhou minha exegese particular do Livro. Sim, porque tornou-se – contra minha vontade – um fórum no qual me vi colocado como advogado de algo que ainda não conhecia plenamente. As mil e uma discussões me cansaram ao extremo, encheram o meu saco.

Ok, embora eu acredite que religião seja sim uma questão de foro pessoal, apesar dos pesares ainda creio que possa ser debatida enquanto condição da vida em sociedade. As discussões desse naipe, n’O eXegeta, foram proveitosas. Mas não dá pra debater com quem pense que Deus seja algo passível de prova científica. Essa gente só me fez perder tempo. (Ou não, afinal aprendi a não perder mais tempo com quem não tem olhos de ver e ouvidos de ouvir.)

Bom, a questão é que andei separando o joio do trigo, retirei os comentários (hoje tenho muito clara a concepção de que blog não é fórum) e importei algumas entradas d’O eXegeta aqui para o Garganta. Daí essa súbita ultrapassagem dos 1000 posts.

Dez planetas não – doze!

Os cientistas continuam discutindo se o 2003 UB313 é ou não um novo planeta, o que evidentemente tem lá sua importância. Primeiro porque, se decidirem que não, terão de rebaixar o status de Plutão, que é menor que o novo astro. Segundo porque, se decidirem que sim, continuarão procurando novos planetas, o que evidentemente poderá levá-los a descobrir ainda mais um, afinal, Monmátia, nosso sistema solar, possuía doze planetas quando de sua formação, sendo que um deles teria se fragmentado entre Júpiter e Marte, dando origem ao Cinturão de asteróides Principal. Contudo, é também possível que esse novo planeta já seja o décimo primeiro, isto é, se incluirmos Sedna no jogo.

[Ouvindo: the gypsy (kodaly girls choir) – bartok ]

A caricatura de Maomé

Não se irrite, Maomé!
Os muçulmanos estão putos com os dinamarqueses apenas porque os jornais destes últimos andaram publicando caricaturas de Maomé. (Incrível, os caras chegam a pegar na metralhadora por conta disso!) E tal fato obviamente atraiu a solidariedade do restante da imprensa européia: “Sim , a gente tem o direito de caricaturar Deus”, diz a manchete do France Soir.

O Pai Universal

Será que meus colaboradores haviam esquecido que eu, o editador deste blog, continuarei urantiano mesmo com a presença deles? (“Yurantiano”, dirá o Daniel.) Pois é, fiquem eles sabendo que o HAL9000 retornou dos confins do espaço e, após passar por uns maus bocados, também ele veio proclamar, de cima dos telhados digitais, o amor do Pai Universal por seus desencaminhados filhos terráqueos, quero dizer, urantianos.

Escutem só.

Para saber (em português) o que foi que o HAL9000 aprendeu após sofrer um boot da parte do Dave – não há nada como uma experiência de quase-morte – clique no link abaixo. (Por favor, amigos, respeitem a minha loucura e eu respeitarei as respectivas.)

Urantia Project

No Equador, sempre que alguém me explicava algo, e eu não compreendia, surgia a invariável pergunta: “Quieres que te dibuje?” Para nós, brasileiros, o termo dibujar – pronuncia-se “diburrar” – soa quase ofensivo. (Di burro é a…) Mas a irônica indagação apenas sugeria que o assunto fosse explicado graficamente, através de um desenho(dibujo). Daí o aspecto interessante desse tal Urantia Project, que dibuja alguns dados do Livro de Urântia, tal como a organização física do cosmos. (Todo mundo acha lindo o Silmarillion e sua narrativa sobre a origem do mundo, aquele papo de uma coluna encimada pelo sol, outra pela lua e etc., etc. Claro, né, ficção é demais, é uma beleza. Mas basta alguém acreditar que o LU é uma revelação real – e muitos acreditam – e as pessoas se borram de medo de lê-lo, como se temessem uma lavagem cerebral. Não imaginam a viagem que estão perdendo.)

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