blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Viagens Page 24 of 38

Limite

Ana agora cursava uma escola de línguas na Inglaterra. Falou, “Eu queria escapar da língua portuguesa. Sentia que era isso que fazia do meu avô um homem tão limitado. Ele não tinha uma verdadeira idéia do mundo. A única coisa em que podia pensar era em Portugal, África portuguesa, Goa e Brasil. Na sua cabeça, por causa da língua portuguesa, todo o resto do mundo foi filtrado, excluído. E eu não queria aprender o inglês da África do Sul, que é o que as pessoas aprendem por aqui. Queria aprender o inglês inglês”.
(Meia Vida, V.S. Naipaul.)

Sheldrake

O tal cientista que afirma ser o cérebro um receptor da mente – e não um produtor ou gerador da mente – é o Rupert Sheldrake, PHD. Claro que os cientistas mais ortodoxos acham isso um absurdo, daí a teoria dos Campos Morfogenéticos do Dr. Sheldrake estar entre os verbetes do The Skeptic’s Dictionary. Bom, o Livro de Urântia atribui a mesma função ao cérebro e também se encontra no mesmo dicionário, assim como nele também são citados a acupuntura, a projeção astral, Edgar Cayce, Freud, o livre arbítrio, o I Ching, Jung, Deus…

Memética

Embora eu não tenha ainda todos os dados necessários para uma crítica mais bem fundamentada, o pouco que já li sobre a tal “teoria memética”, na internet, só me deixa decepcionado. O que li até agora só me leva a crer que se trata de mais um reducionismo materialista. A cibernética, por exemplo, até poderia ser encarada da mesma forma, mas, em sua equação, ela tem abertura para a Vontade. Já a memética vê a mente humana como um sistema formado meramente pelo Entendimento, este, aliás, em sua forma mais básica, a memória. Não aceita qualquer possibilidade de livre-arbítrio. Quem acredita numa teoria assim deve fatalmente acreditar que o computador um dia superará o homem em inteligência, o que é absurdo, já que inteligência não é apenas “memória em movimento” e a Vontade, por sua vez, não pode ser criada pelo homem. Na verdade, até o Krishnamurti refutaria essa memética. Porque, se formos interpretá-la através dele, poderíamos dizer que todo aquele que se deixa condicionar e contaminar por “memes” não são senão autômatos, homens mentalmente mórbidos. O homem são, integral, seria aquele imune a memes. Mas a memética não parece aceitar essa possibilidade. Para ela, qualquer pensamento dominante, “visão de mundo”, ideologia, fé, etc., não passa de um meme mais resistente e adaptado que o outro, tal como a condição que Darwin apregoava aos animais “mais fortes” que sobrevivem aos demais na evolução das espécies. Aposto que o tal cientista que considera o cérebro um receptor e não um produtor da mente (vou descobrir quem é) não iria aceitar semelhante teoria.
(De um email ao amigo Paulo Paiva.)

A Vaidade da Fogueira

Desde épocas remotas a humanidade sempre teve o costume de sentar-se ao redor do fogo, à noite, para conversar e trocar impressões sobre o dia, sobre a vida, a morte e o universo. Os intervalos entre os diálogos eram pontuados de meditação espontânea tendo o brilho do fogo como catalisador. Qualquer um que já acampou – ou curtiu uma noite numa chácara – sabe o que é isso. Há aquele silêncio no qual a voz do coração fala mais alto, aprofundando o nível da charla ulterior. Isto é tão atávico em todos nós que até hoje as cozinhas – onde ainda há um resquício de fogo – costumam ser verdadeiras salas de reunião em nossas casas.

Katrina: No doubt ‘End Times’ here

E o radialista norte-americano George Noory já está divulgando em seu programa “Coast to Coast AM” que o fim dos tempos realmente começou. Que o diga o PT…

Se eu fosse você…

“Se eu fosse você, não faria isto…”
“Sério? Então feche os olhos e me dê suas mãos.”
“Que maluquice é essa?”
“Não discuta comigo. Me dê logo as mãos… Isto. Agora grite comigo bem alto: aaaah!!
“Ah!”, e ri.
“Não, com o diafragma, bem do fundo, de dentro, vamos: aaaaaah!!”
“Aaaaaah!”
“Viu? Trocamos; agora eu sou você e você é eu.”
“Tá, muito engraçado.”
“É verdade, só que você se tornou tão eu mesmo, que nem sequer se lembra que era você e até continua, ou melhor, continuo falando. E o que antes era eu agora é você, tão você que já não se lembra de ter sido eu.”
“Sei…”
“Enfim, se você fosse eu, você faria exatamente o que faço, pois, afinal, você seria eu!”
“Tá certo, tá certo…”
E saem, sem notar os sapatos trocados…

Vaidade

“A vaidade está de tal forma arraigada no coração do homem que um soldado, um criado, um cozinheiro, um malandro, se gaba e pode ter seus admiradores; e os próprios filósofos pretendem o mesmo. E os que escrevem contra isso querem a glória de escrever bem, e os que os lêem querem ter a glória de os ter lido; e eu, que escrevo isto, talvez tenha essa vontade, e talvez os que me lerem…”
Pascal

Fotos de Brasí­lia

Neste site, há bonitas fotos de Brasília – provavelmente a única capital do mundo dentro de um “condomínio fechado”-, a maioria assinada por Augusto Areal. Finalmente encontrei imagens que me deixam com saudade…

Tá difícil, Nélson…

“No ano 2010, o Brasil será maior que os Estados Unidos, a Rússia e qualquer outro. O Brasil é que dirá a grande Palavra Nova.” (Nélson Rodrigues)

A despedida

Coube a mim fazer o panegírico, de improviso, diante de parentes, amigos e desconhecidos, à minha avó materna, em seu funeral. Eu nunca havia discursado ao lado de um caixão, quanto mais do caixão de uma pessoa amada. O Espírito baixou e, ao contrário dos demais, já nem me lembro do que disse. Foi uma experiência metanóica.

Page 24 of 38

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén