Escreveu Mário Ferreira dos Santos: “A lei não nos une porque decreta a nossa união. O Estado moderno é uma abstração dentro da sociedade, e não é um organismo. É apenas uma máquina. Falta-lhe a vida. Se fosse a sociedade organizada, seria ela mesma. Só então o Estado seria a sociedade. Por mais que alguns queiram, a polícia não é um substituto de Deus, nem a lei decretada pelos poderes constituídos a lei que brota dos corações e da inteligência. Tudo isso é uma mentira que custará muito caro aos homens, como já vem custando. O Estado moderno conseguiu realizar mais uma brutalidade, e nada mais. É preciso que surja espontaneamente o que une, como surge o amor de mãe e filho, a amizade entre os indivíduos humanos. Não se decretam simpatias.” (in Filosofia da Afirmação e da Negação.)