blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: agosto 2005 Page 2 of 7

O Exorcista na Casa do Sol

Coloquei mais um arquivo de áudio no meu podcast.

Trata-se apenas da leitura da crônica acima referida, na qual descrevo como foi assistir ao filme O Exorcista, na Casa do Sol, acompanhado pela escritora Hilda Hilst, pelo poeta, ex-professor de Oxford e ex-presidiário da ilha do diabo inglesa, Bruno Tolentino, e mais quinze cães.

Comunidade no Orkut

A comunidade Comédia da vida universitária!, que criei para meu livro A Tragicomédia Acadêmica, já está com 704 membros. Caso você ainda não tenha aderido, fica aqui registrado o meu convite.

Telenovelas, Hilda Hilst, Mário Prata…

A última telenovela a que assisti integralmente – acompanhado pela noveleira de carteirinha, Hilda Hilst – foi “Andando nas Nuvens” (1999), do Euclydes Marinho, com o excelente Marco Nanini e a já gatíssima Mariana Ximenes. A Hilda adorava novelas e, nos dois anos em que morei com ela, esta foi a única a que assistimos quase sem reclamar. Sim, porque, tal qual já escrevi uma vez, novela é como futebol: quem gosta assiste mesmo quando está ruim, sem deixar de torcer pela melhora do time, digo, do enredo. (Na verdade, nessa novela em especial, a única coisa que irritava a Hilda eram meus suspiros cada vez que a Mariana Ximenes entrava em cena. Dizia ela: “Ah, não, Yuri, você agora é pedófilo?” E não adiantava argumentar que eu tinha uma grande tendência a ser um padre tarado e que a linda freirinha já devia ter, à época, mais de 18…) Pois é, depois de “Andando nas Nuvens”, eu, que não sou noveleiro, assisti apenas a alguns capítulos de “Laços de Família“, já que, de certa forma, acabei contribuindo com a produção. Manoel Carlos, o autor, quis homenagear a Hilda e, por isso, colocou o personagem de Tony Ramos, um editor, como amigo pessoal da Poeta Hilda Hilst, o qual inclusive mantinha, num porta-retrato, uma foto da “amiga”. Eis portanto minha pequeníssima participação: o Zé Mora Fuentes e eu escolhemos a tal foto que então escaneei e enviei para a Globo. Foi surreal assistir, acompanhado da Hilda, à cena em que Tony Ramos “finge” conversar com ela ao telefone e, em seguida, toma nas mãos o porta-retrato, dizendo algo do tipo “ah, Hilda, que saudade!”

Se eu fosse você…

“Se eu fosse você, não faria isto…”
“Sério? Então feche os olhos e me dê suas mãos.”
“Que maluquice é essa?”
“Não discuta comigo. Me dê logo as mãos… Isto. Agora grite comigo bem alto: aaaah!!
“Ah!”, e ri.
“Não, com o diafragma, bem do fundo, de dentro, vamos: aaaaaah!!”
“Aaaaaah!”
“Viu? Trocamos; agora eu sou você e você é eu.”
“Tá, muito engraçado.”
“É verdade, só que você se tornou tão eu mesmo, que nem sequer se lembra que era você e até continua, ou melhor, continuo falando. E o que antes era eu agora é você, tão você que já não se lembra de ter sido eu.”
“Sei…”
“Enfim, se você fosse eu, você faria exatamente o que faço, pois, afinal, você seria eu!”
“Tá certo, tá certo…”
E saem, sem notar os sapatos trocados…

Vaidade

“A vaidade está de tal forma arraigada no coração do homem que um soldado, um criado, um cozinheiro, um malandro, se gaba e pode ter seus admiradores; e os próprios filósofos pretendem o mesmo. E os que escrevem contra isso querem a glória de escrever bem, e os que os lêem querem ter a glória de os ter lido; e eu, que escrevo isto, talvez tenha essa vontade, e talvez os que me lerem…”
Pascal

Pat Robertson e Hugo Chaves

Esse Pat Robertson, o pastor gringo, é mesmo um trapalhão. Tudo bem, o Hugo Chaves é um pé-no-saco e merecia umas férias bem longas numa prisão, mas, puts, pregar a eliminação do cara não condiz senão com um negativo do Bin Laden. (Cópia em negativo porque Binzinho e Huguinho devem ser muy amigos e, por isso, se Patinho fosse uma cópia exata, certamente defenderia o protoditador venezuelano.) Mas o mais louco que ouvi sobre o tal pastor foi sua teoria de que a acentuada ocorrência de furacões no sudeste dos EUA não é senão um castigo divino devido à grande quantidade de homossexuais na região. (!) Pode? Se ele fosse mais “esperto”, teria organizado e financiado uma Parada Gay na Venezuela, bem juntinho do palácio do governo do señor Chaves. O Deus das Batalhas em que acredita daria conta do resto.

Esquerda fashion week

“Os mesmos artistas que não vacilam um segundo sequer em culpar George W. Bush por qualquer espirro dado por um soldado americano a dezenas de milhares de quilômetros da Casa Branca têm se mostrado extremamente cuidadosos quando o assunto é prever as relações entre o nosso presidente e a realidade que o cerca, incluindo-se aí o esquema político-eleitoral-financeiro que o conduziu ao poder e o manteve governando até agora. Muitos desses artistas são os mesmos que, por bem menos, esperneavam pelo impeachment de Collor ou de Celso Pitta. São figurinhas carimbadas da bravataria nacional.

“Artistas engajados sabem, enfim, onde, quando e em quem bater, embora se importem bem menos com os porquês fundamentais. Na crise atual, têm adotado um comportamento contraditório: ao mesmo tempo em que condenam a corrupção, fecham os olhos para os corruptos, com medo de enxergarem alguém conhecido. Alguns se dizem decepcionados, outros botam a culpa no “sistema político” (como se este fosse o mesmo que o clima, como se não fosse resultado direto da ação dos homens), na administração anterior, ou simplesmente se calam. Poucos parecem ter coragem de vestir carapuças.”
(Daniel Sant’Anna, no Mí­dia Sem Máscara.)

Vale a pena ler o restante do artigo, que comenta mais especificamente o comportamento de alguns artistas e veículos, digamos, mudernos.

Por conta própria

«A todos os meus melhores alunos de graduação eu digo para não cursarem pós-graduação. Façam qualquer outra coisa, garantam a sobrevivência do jeito que for, mas não como professores universitários. Sintam-se livres para estudar literatura por conta própria, para ler e escrever sozinhos, porque a próxima geração de bons leitores e críticos terá de vir de fora da universidade.»
Harold Bloom

Até tu, Dostoiévski?

Até tu, Dostoiévski?

Bandidos

Estão ambos sentados à mesa. Ele lê o jornal, ela, uma revista.
Ela: “Nossa! Você viu que eles vão clonar o Bandido?”
Ele(surpreso): “Clonar o Lula?!!”
Ela(rindo): “Não, bobo, o Bandido, aquele boi da novela…”
Ele(aliviado): “Pô, que susto você me deu!”

Page 2 of 7

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén