blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: setembro 2005 Page 3 of 5

Jô, o garotinho da mamãe

Hermelino Neder, compositor e professor de música, em sua coluna, na Folha de São Paulo:

“Deduzi que exaltar qualquer feito ou fala da criança, na presença dela, poderia favorecer a necessidade da fama, de ser comentada sempre, de ser veiculada primeiro na mídia doméstica, depois na grande mídia. Minha mulher acha que o Jô Soares parece um garotinho gordinho exibidinho, o orgulho do papai e da mamãe. Dance, filhinho, para a dona Maricotinha ver, toque bongô, como é que fala ‘eu te amo’ em inglês? E em francês? Minha mulher é malvada.”

Lula e Gushiken contra Casseta&Planeta

No site da Primeira Leitura:

Na edição deste domingo do jornal Correio Braziliense, o humorista do programa Casseta e Planeta(TV Globo) Marcelo Madureira conta em entrevista ao repórter Luiz Carlos Azedo que o grupo recebeu “recado velado de desagrado” do presidente Lula. A mensagem foi repassada por ninguém menos que a primeira-dama Marisa Letícia, em evento no Palácio Alvorada. “A dona Marisa fez uma colocação meio impertinente. O Cláudio Manoel respondeu à altura”, contou Madureira – o jornal não revela nem os detalhes da impertinência nem da resposta. Segundo Madureira, desde que o programa existe, há 14 anos, “todos [os presidentes] foram sacaneados democraticamente, na mesma medida, na mesma proporção das sandices e babaquices que fizeram”. Porém, de Sarney para cá, “curiosamente, o único que mandou recado”, foi Lula. Outro que reclamou das piadas do programa foi Luiz Gushiken. “Na época do [personagem] Luiz Eskudeskem chegaram recados também”, contou o humorista. Para Madureira, “aquelas manobras que houve na regulamentação da Agência Nacional de Cinema e na [tentativa de criar] o Conselho de Jornalismo eram para tentar cercear ou controlar a imprensa e o meio artístico”.

Limite

Ana agora cursava uma escola de línguas na Inglaterra. Falou, “Eu queria escapar da língua portuguesa. Sentia que era isso que fazia do meu avô um homem tão limitado. Ele não tinha uma verdadeira idéia do mundo. A única coisa em que podia pensar era em Portugal, África portuguesa, Goa e Brasil. Na sua cabeça, por causa da língua portuguesa, todo o resto do mundo foi filtrado, excluído. E eu não queria aprender o inglês da África do Sul, que é o que as pessoas aprendem por aqui. Queria aprender o inglês inglês”.
(Meia Vida, V.S. Naipaul.)

Câmara imunda

Realmente, a Câmara dos Deputados anda uma sujeira só

Não se irrite!

Os dois, no boteco:

“Eu sempre sigo o conselho do Fernando Pessoa.”

“Que conselho?”

“Aquele: ‘Irritar é também uma forma de agradar. Toda criatura que gosta de mulheres sabe disso e eu também o sei’.”

“Por que ele diz eu também? Ele era bicha por acaso?”

“Homossexual talvez, bicha não.”

“Pois então! Ele tinha era um caso com o Álvaro de Campos…”

“Eram a mesma pessoa, idiota!”

“Claro que não, eles só inventaram essa história de heterônimo pra não chocar a sociedade. Ficava um sentando no colo do outro.”

“Que absurdo! Você só fala merda.”

“O Ricardo Reis adorava uma suruba gay. Os três não saiam da quinta do Caeiro…”

“Puts, quanta besteira…”

“Que foi? Tá irritado, é? Não posso falar assim do seu mestre?”, disse o outro, colocando a mão no joelho do primeiro.

“Qué isso, meu chapa? Pirou, é?”, e deu um empurrão no companheiro de mesa, que caiu estatelado para trás, um copo na mão, às gargalhadas.

Por que canto tão bem no chuveiro?

Na internet encontramos respostas até para esta pergunta. Quer saber por quê? Clique aqui.

Tempo é Arte

No filme Tão perto, tão longe, de Wim Wenders, a certa altura vemos, num muro de Berlim, a frase “Zeit ist kunst”, isto é, “Tempo é Arte”, o mesmo lema do calendário Maya. Wim Wenders e aprendenders…

Raves

Recebi o email de um amigo me indagando por que nunca falo sobre raves. Sim, ele sabe que apenas entre 1996 e 1998 fui a mais de trinta festas, uma média de 1,25 por mês. Raves em São Paulo, no litoral norte, na Bahia, em Minas Gerais, na Chapada dos Veadeiros, em Brasília e Goiânia. Sim, altas baladas. Mas não vou simplesmente dizer que ando desiludido com a “cena”, já que agora tudo o que vemos são megaraves infestadas de traficantezinhos e neguinhos travados de tanto a, e, i, o, u… Claro, ainda rolam boas festas aqui e ali, algumas muito bem organizadas. (Pra ser sincero, tenho saudades das private parties com menos de 300 pessoas.) Sim, também é verdade que fiquei um tanto traumatizado depois que uma ex-namorada minha (e também ex do Raul Seixas, imagine), mais velha que eu doze anos, numa rave em São Paulo (não me lembro qual), misturou cerveja com ecstasy e sofreu uma parada cardíaca nos meus braços. Ah, como poderia esquecer? Uma linda manhã de céu muito claro, sol brilhante de inverno, árvores agitadas por uma aragem fria e eu na beira da estrada de terra fazendo massagem cardíaca e respiração boca-a-boca na minha branco-arroxeada companheira… Foi foda. As pessoas passavam, cochichavam e deviam acreditar que aquele era o casal mais louco e azarado da noite. Talvez tivessem razão. Ao menos ela não morreu e o médico receitou lá seu remédio, proibindo-a de fumar, entre outras coisinhas mais. Isso foi em 1998. (Ainda bem que fiz um curso de socorrismo em 1990.) Nunca mais quis viajar numa dessas festas. Mas também não é por isso que não tenho escrito sobre raves. Qualquer dia contarei causos tais como o dia em que a polícia parou a mim, ao Dante Cruz, ao DJ Rica Amaral (criador da XXXperience) e à sua então namorada, Jennifer Vaz (que foi capa da revista Trip), quando nos encaminhávamos à rave da Arte Cidade, organizada pela Érika Palomino nas ruínas da fábrica Matarazzo. A polícia agiu de forma tão apavorante que fiquei calmíssimo, afinal, estávamos limpos e não devíamos nada a ninguém. Desmontaram o carro do Rica inteirinho, no fundo no fundo, apenas para sacaneá-lo diante da linda namorada. Aliás, o Rica sempre foi o cara mais CDF das raves. Odontólogo por formação, capoeirista de coração, a droga mais forte que ele costuma consumir é xarope de guaraná e água. Existem ravers e ravers… E sobre isto falarei mais em meus contos do LSDeus, para os quais, enfim, estou reservando essas histórias.

Os livros do Coronel Kurtz

Alguém notou quais eram os livros lidos pelo Coronel Kurtz no filme Apocalipse Now? From the ritual to romance, de Jessie L. Weston, The Golden Bough, de James G. Frazer e, claro, a Bíblia…

Sheldrake

O tal cientista que afirma ser o cérebro um receptor da mente – e não um produtor ou gerador da mente – é o Rupert Sheldrake, PHD. Claro que os cientistas mais ortodoxos acham isso um absurdo, daí a teoria dos Campos Morfogenéticos do Dr. Sheldrake estar entre os verbetes do The Skeptic’s Dictionary. Bom, o Livro de Urântia atribui a mesma função ao cérebro e também se encontra no mesmo dicionário, assim como nele também são citados a acupuntura, a projeção astral, Edgar Cayce, Freud, o livre arbítrio, o I Ching, Jung, Deus…

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