blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: dezembro 2005 Page 2 of 3

Julio D. Borges, Pedro S. Câmara e euzito

Em 1997, um relâmpago de indignação cruzou o céu nublado da vida universitária brasileira. No Rio de Janeiro, Pedro Sette Câmara quase foi linchado (leia aqui) ao divulgar seu artigo onde provava que os politicamente corretos da Semana da Consciência Negra é que se comportavam como racistas. Em São Paulo, Julio Daio Borges publicava seu desabafo-manifesto “A Poli como Ela é“, causando polêmica entre seus colegas e professores e o reconhecimento quase solitário do jornalista Luis Nassif. Quanto a mim, em Brasília, eu finalizava o livro A Tragicomédia Acadêmica – Contos Imediatos do Terceiro Grau, iniciado em Outubro de 1996, que não foi senão minha vingança literária contra a modorra e a alienação que nos são incutidas pelas universidades (estudei em três delas).

O muuundo animaaaal

Ontem à noite, no canal Animal Planet, assisti à incrível saga do gringo que veio até a amazônia realizar seu mais acalentado sonho: agarrar uma sucuri de cinco metros! E não só agarrá-la: abraçá-la, enrolar-se nela, esfregar-se em suas escamas, banhar-se a dois, enfim, curtir uma transa, uma sacanagem com uma serpente gigante. Isto é o que eu chamo de inversão de valores. Quem já passou dos trinta deve se lembrar do programa O Mundo Animal, no qual o apresentador, ao contrário dos seus cinegrafistas, certamente não saía ou do jardim da sua casa ou do zoológico da cidade. Nem posso imaginar o que eu – como diria meu amigo Leo Razuk, eu, com minha “mente doentia” – iria pensar, quando criança, se percebesse toda aquela ânsia de se atracar a uma sucuri no simpático e ingênuo apresentador do Muuundo Animaaaal. Coitado daquele velho. Ele provavelmente já não se atracava sequer com a esposa, quanto mais com uma sucuri de cinco metros. Se ainda fosse uma índia, eu até entenderia: “Aaah, quer saber?, tô morrendo de vontade de ir até a amazônia me agarrar às tetas caídas duma ianomami…” Mas a uma cobra?! E quem viu esse episódio sabe que a surpresa não é só minha: a cobrona ficou de cara, juro. Ela mal pôde acreditar naquela situação: foi o índio branco, magro, alto e de cabelo amarelo que nadou atrás dela e a abraçou e não o contrário! Aposto que as demais sucuris, ao ouvi-la, até hoje burlam-se dela e ficam cochichando umas com as outras cada vez que ela se aproxima: “Lá vem aquela maluca que diz ter sido agarrada por um índio branco, coitada…” Alguém deveria ensinar um pouco de ética a esse biólogo documentarista. Ele pode causar danos psicológicos terríveis às pobres cobrinhas gigantescas. Tudo se passa como numa abdução por extraterrestres: a vítima tem de esconder a verdade para não cair vítima do ridículo e do ostracismo social. Vocês precisavam ver o cara, por assim dizer, fazendo amor com a bicha. Que coisa…

Um iT ou um laptop de U$100?

U$100 LaptopPrimeiro foi o MIT e seu laptop de U$100 destinado a crianças carentes do terceiro mundo (isto é, do inferno na Terra), que certamente o venderão no semáforo mais próximo para comprar comida para suas famílias. Aliás, bem que eu queria esperar um deles aparecer na janela da minha Caravan 83 para finalmente – finalmente! – conseguir adquirir um laptop, ainda que um a manivela. (Aposto que a tal manivela faz cócegas num dinossaurozinho oculto lá dentro e que este, ao dar risadas e agitar-se, faz funcionar um dínamo ou coisa assim. Já que vivemos num país da idade da pedra lascada, tudo a ver.) Claro que os caras do MIT não perderam tempo em avisar que também venderão aos consumidores comuns esses mesmos laptops. Só que a U$200… Para um pobre escritor, muito caro.

iTDaí, logo em seguida, eu ficar feliz ao descobrir esse iT, que além de super funcional (i bunitim) custa apenas U$0,00 (zero dólares). Sim, basta vc dar uma olhada de soslaio vezenquando para as teclas patrocinadas e pronto, tá pago. Eu queeero! Eu queeero! Eu queeero!

“Aposto que a China – o troço é chinês – já meteu um chip por dentro para melhor nos rastrear, planeta afora, via satélite”, disse o paranóico do Señor Recóndito.

“De graça, até um laptop na testa”, respondi. “Depois a gente arranja uns hackers pra extraírem o dente grampeado do bicho. Vc não assistiu a Os Doze Macacos?”

“Pode ser… Pode ser…”

A propósito: iBunitim seria um bom nome abrasileirado para qualquer desses dois aparelhos. Vou patentear…

Al Qaeda na China

Segundo o artigo Al Qaeda’s Passage to China, da DEBKAfile, os terroristas dessa gangue islâmica já estão com suas células chinesas prontinhas para agir contra embaixadas, empresas e turistas norte-americanos. Já estão juntando a fome anti-americana com a vontade de comer os senhores do Dólar…

José Dirceu on the road

Escreveu Cláudio Humberto, em sua coluna do dia 03/12:

Dirceu sabia que seria cassado
O ex-deputado José Dirceu tinha tanta certeza que seu mandato seria cassado, que, antes mesmo da votação de quarta-feira, ele já havia renovado o visto de entrada e programado uma temporada nos Estados Unidos. Sua base será em Washington, a partir de janeiro, e planeja palestras em multinacionais com interesses no Brasil e em universidades. Também obteve sua “drive licence”, carteira de motorista válida nos EUA.

Assim, ó
Preso político trocado em 1969 por Charles Elbrick, embaixador americano seqüestrado, José Dirceu virou queridinho da turma de George W. Bush: seu circuito de palestras nos EUA tem o apoio do Departamento de Estado.

Engraçado como o anti-americanismo dessa gente acaba quando, no plano pessoal, se está numa pior. Por que será que o petista bengalado não planejou um circuito de palestras na Venezuela, em Cuba ou nos acampamentos do MST? Ah, claro, que infantilidade a minha: nesses lugares as acomodações não devem ser tão boas quanto a dos hotéis americanos, sem falar na má condição dos meios de transporte e, sobretudo, na pouca grana que ali receberia por cada palestra. Dirceu é louco e mentiroso, mas não é burro.

O dia do Juízo

Segundo meu profundo estudo dos arcanos do Apocalipse, o fim do mundo se dará assim que o Sílvio Santos morrer, isto é, daqui 53 anos…

O cangaceiro intelectual

Escreveu Cláudio Humberto, em sua coluna de hoje:

O escritor Ariano Suassuna roubou a cena, na posse do deputado Eduardo Campos (PE), neto de Miguel Arraes, na presidência do PSB. Contou causos e fez uma revelação: sempre votou e continuará votando em Lula.

Isto me lembra o que me disse o Bruno Tolentino, em 1999, lá na casa da Hilda Hilst: “O Suassuna é sobretudo um cangaceiro intelectual…” Acho que o Bruno tem razão. Depois de tudo o que já vimos nessa infinita crise política, só mesmo um bandoleiro da moral para revelar algo assim. Votar no Lula?! Errar duas vezes é o que mesmo? E errar sempre? Que a Compadecida se compadeça dele.

Papai Noel em depressão

Do Olavo, no Diário do Comércio:

“A aliança de comunistas, radicais islâmicos e burocratas globalistas é demasiado parecida com um conluio entre o Pingüim, o Coringa e a Mulher-Gato para não ser notada logo à primeira vista, exceto por um Batman de porre.”

E essa aqui:

“Vocês não se iludam com as aparências. Aquele velhinho maluco com a bengala, em Brasília, não era o Yves Hublet. Era eu. Não saí da Virginia, mas, juro, era eu. Esse prazer ninguém me tira. E acho que alguns milhões de brasileiros sentem o mesmo.”

Impostômetro

No site do Impostômetro, descubra quanto cada um de nós, brasileiros, vem pagando para sustentar essa classe de parasitas que cresce em ritmo galopante, esse sem número de burocratas, políticos e funcionários públicos. (Se vc se encaixa numa dessas espécies, e por acaso se sente útil, não precisa se irritar comigo, não é? Afinal, conhece essa realidade melhor do que eu e sabe muito bem que gente verminosa é essa.) Pois é, com o Impostômetro vc pode descobrir quanto se paga em cada estado e qual o valor exato da sua própria “contribuição”.

Poetas brasileiros, quantos somos?

Nossa, que coisa. Estou listado entre os 8.557 poetas brasileiros ainda à solta por aí. (Eu, claro, sou o Yuri V. Santos.) Bem, a lista é fruto duma pesquisa de Leila Míccolis para o Blocos online. Agora só falta o governo adotá-la e começar a nos cobrar impostos por estarmos assim, poetando livremente. (Eu obviamente deveria ser preso, pois enquanto poeta sou uma falcatrua, totalmente 171..)

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