Li meu primeiro livro do Li Hongzhi – Zhuan Falun – quando ainda morava em Campinas-SP. Nele, Hongzhi explica, entre diversos outros temas, como o budismo foi desenraizado da China continental pelo assassinato sistemático de praticamente todos os mestres budistas. O comunismo pretendia, através da eliminação da cadeia mestre-discípulo, eliminar da face da Terra uma das tradições esotérico-religiosas mais antigas. Daí o espanto do governo chinês ao surgir um homem que se auto-intitula o restaurador do budismo tradicional, um homem que atrai milhões de “praticantes” e “cultivadores” para as fileiras da Falun Gong. (Já escrevi sobre a Falun Gong neste outro artigo.)
Em 2001, eu mesmo fiquei espantado com a notícia de que seguidores de Li Hongzhi haviam cometido, na Praça da Paz Celestial, autoflagelação como forma de protesto. Sim, autoflagelação e suicídio pertencem ao gênero de atitudes que sempre nos caem como sintomas de insanidade e fanatismo. Como associar tal comportamento à Verdade, Tolerância e Compaixão pregadas pela Falun Gong? Bem, a questão é que não houve autoflagelação real, mas apenas uma encenação ordenada pelo presidente Jiang posteriormente retransmitida pela televisão estatal numa versão editada e maquiada. (Claro, o “ator” principal foi realmente “autoflagelado” pela polícia.) O vídeo trata do episódio:
Neste outro vídeo, vemos um protesto de membros da Falun Gong, no Ocidente, representando as torturas perpetradas pelo governo comunista para “extrair” as crenças e supertições das mentes do povo. Vale lembrar: são os mesmos procedimentos usados contra os cristãos locais:
A propósito, Li Hongzhi vive no exílio, em Nova Iorque, com esposa e filhos.