Coluna do Fernando Rodrigues, hoje na Folha, merece leitura. O título é Indecência:
BRASÍLIA – As informações preliminares são as seguintes:
1) o governo tem envolvimento direto na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Nildo, cujo depoimento comprometeu a vida do ministro da Fazenda, Antonio Palocci;
2) a Caixa Econômica Federal fez a violação. O extrato de Nildo foi entregue a um assessor de Palocci;
3) os governistas continuam insinuando que Nildo recebeu “algo” para falar. Nildo nega.
Tudo está pendente de confirmação final, exceto pelo fato principal: a violação criminosa do sigilo bancário de um cidadão.
Fosse este um país minimamente decente -promessa de campanha de Lula em 2002 -, deveriam ser demitidos sumariamente, a bem do serviço público, o ministro da Fazenda e o presidente da CEF, Jorge Mattoso. Por envolvimento ou por omissão.
Os governistas pareciam baratas tontas ontem no Congresso. Queriam minimizar o episódio. “Foram assessores. Palocci e Mattoso não têm culpa”, era um dos argumentos usados. Esse raciocínio pertence à categoria “eu acredito em duendes”.A outra peça de resistência foi na linha lulista do “todo mundo faz”. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, entrou na onda. Criticou o fato, mas completou fazendo confusão: “O vazamento de informação é uma praga terrível que deve ser combatida”. Errado. O ocorrido não foi um vazamento, mas violação explícita de um direito constitucional.
O comportamento irracional do governo chegou ao paroxismo com a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti, exigindo as gravações do circuito interno de TV do Congresso para verificar com quem o tal Nildo falou nas últimas semanas. Numa espécie de Big Brother congressual, a petista, mais conhecida pelo seu apego aos solecismos na tribuna, quer agora vigiar seus colegas.
Esse episódio todo pode até dar em nada, mas resume à perfeição o desapego atroz do PT e da administração Lula às instituições do país.
paulo paiva
É claro que não existe apego do PT às instituições , afinal, a moral vigente é a “moral burguesa” (dita com desprezo nos lábios), insignificante diante da moral dos “ilumidados” (também dito com desprezo nos lábios) do Partido. Bleargh!