No dia 15 de Setembro, a jornalista italiana Oriana Fallaci encerrou sua missão: partiu desta pra melhor. Bom, melhor em termos, vá lá saber o que é o pós-vida de uma atéia honesta e corajosa, talvez ela preferisse ter deixado de existir, sei lá, mas… enfim, a mulher trabalhou muito por aqui entrevistando, conforme diz a revista Época citando a própria, “os filhos da puta estúpidos que mandam em nossas vidas”. (Faltou entrevistar o Chávez e o Lula, provavelmente.) Eu a li pela primeira vez ainda garoto graças à coleção de revistas Playboy que meu pai mantinha. Sempre que rolava uma entrevista com algum ditador, terrorista, líder revolucionário, aiatolá e assim por diante, lá estava a assinatura dela: Oriana Fallaci. Uma mulher de fibra que, ainda pré-adolescente, participou da resistência florentina contra os alemães na Segunda Guerra. Indignada com a violência e com os ataques à liberdade, tornou-se correspondente de guerra e, por fim, uma entrevistadora que parecia jogar pimenta na cara dos entrevistados. Há uma entrevista com ela, na revista Época, concedida ao jornalista dinamarquês Flemming Rose, o editor do Jyllands-Posten, o mesmo que lançou o concurso de caricaturas de Maomé. Sim, porque seus últimos três livros são alertas contra a islamização da Europa que, conforme me disse o Olavo de Carvalho outro dia, foi prevista por Frithjof Shuon, discípulo de René Guénon, ainda no início do século XX. (Citei alguns dos artigos da Oriana sobre o mesmo tema, por ocasião dum comentário do jornalista Janer Cristaldo.) Bom, leia este trecho da entrevista publicada pela revista Época:
Rose – Você se encontrou com o Papa Bento XVI no ano passado. Sobre o que vocês conversaram?
Fallaci – Foi um encontro entre espíritos livres. Eu, uma atéia declarada, fui sua primeira convidada particular depois de sua posse. Respeito isso. Eles percorreram um longo caminho. Tornaram-se mais liberais, ao contrário do Islã. Confio em Ratzinger. É um grande pensador e é um homem que acredita na razão. Ele está defendendo os valores ocidentais quando diz que a Europa não gosta de si mesma. Isso é muito importante. Eu também me preocupo com o crescente ódio a si mesma que atormenta a Europa. Essa foi a premissa do nosso encontro. Ele chora pela Europa, repreende a Europa. Sob esse aspecto somos aliados. Ele faz isso de uma forma delicada e educada, enquanto eu o faço de forma selvagem.
Rose – Seu embate com o Islã afastou muitos dos que a apoiavam. Qual a conexão que você vê entre seus escritos iniciais e esses livros recentes sobre o Islã?
Fallaci – Em primeiro lugar, eu nunca vendi tantos livros como nos últimos quatro anos. Os três livros sobre o islã venderam mais de 5 milhões de exemplares na Itália. Segundo, estou fazendo agora exatamente o que fazia antes. Estamos enfrentando um novo fascismo na Europa, o fascismo islâmico. Eu não quero o profeta deles, seu Corão, sua burca, seu xador e suas cinco preces diárias. Eles podem ir pra casa e praticar sua religião, obrigada, mas não a tragam para dentro da minha. Não quero abrir mão da minha liberdade. Os muçulmanos não querem a nossa liberdade. Eles não sabem o que é. São escravos de Deus. Não compreendem conceitos como liberdade de escolha e independência. Graças a meus pais e a uma longa tradição familiar, tive a sorte de ser criada na religião da liberdade. Quando você está lidando com fascistas, é preciso lutar contra eles. Ponto. Não sinto nada em especial em relação a essa situação. Em princípio, não é novidade, ela se liga a experiências anteriores da minha vida. Você não viu as coisas que eu vi quando era criança. Coisas como aquelas você jamais esquece. Viram uma cicatriz na alma.
Rose – O que você viu?
Fallaci – Vi o que é o fascismo, o nazismo, a tirania, a violência, a destruição, a tortura, o ataque a uma cultura. Liberdade, como ensinou Platão, é disciplina. Não é a liberdade para fazer qualquer coisa que você queira, ser descomedido. A liberdade requer sacrifício – é um dever, antes de tornar-se um direito. Não se deve confundir liberdade e licenciosidade. Se o fizermos, a perderemos. Sou anticlerical, e em nosso tempo isso quer dizer anti-islâmica, porque o cristianismo tornou-se tão liberal que não exige nada de nós, mas o islã quer nos punir por não sermos islâmicos. Querem conquistar o mundo todo, é isso o que diz seu Mein Kampf (livro de Adolf Hitler que estabeleceu as bases da ideologia nazista), o Corão, e é estúpido não levar isso a sério. É o que querem. Toda essa conversa sobre islã moderado e radical, islã bom e mau, não faz sentido. Há somente um islã e ele está no Corão.
Schuon dizia que a islamização da Europa ocorreria devido ao vácuo espiritual do Ocidente. O fim da força do Cristianismo seria portanto o nosso fim. Fallaci tinha ótima percepção da realidade, do seu entorno, mas seria exigir demais de uma jornalista a visão nua e crua da essência do problema.
bruno costa
Que os adoradores de Mafoma não se metam a besta comigo! O primeiro que reclamar do decote da minha mulher, no meu país, sob as minhas vistas, vou logo embolachando, e se não tomar tento, vai entrar no Courão! O proselitismo católico, e mais notadamente o evangélico, nos últimos tempos, já é insuportável, imagine só ter de aturar o desses malucos misóginos (ah… me desculpem, há também os muçulmanos moderados, eu já ia me esquecendo).