Dei uma navegada por aí e parece unânime aos analistas profissionais que Alckmin foi melhor do que Lula no debate. Eu sinceramente não sei. É o primeiro debate do Lula como situação; em todo os outros ele esteve na oposição. Ele não estava confortável. Perdeu a paciência várias vezes, deixando transparecer aquela impaciência de menino que não gosta de levar bronca. Esteve com cara de quem poderia dizer, de supetão, “e daí, é problema meu, porra! Não torra o saco”.
Alckmin, pelo seu lado, manteve aquela irritante incapacidade de responder diretamente às perguntas, preferindo apenas atacar Lula e, por isso, perdeu uma ótima oportunidade de responder ao Joelmir Beting e, depois, passar a bola. O Lula, decididamente, não consegue responder questões técnicas com desenvoltura. Seu ethos é o da intimidade, da camaradagem. E nisso ele é bom. O diabo (o Yuri vai dizer que a expressão é literal, mas é só ênfase) foi a sua tentativa de afetar superioridade; não deu certo. Lula não consegue ser superior nem mesmo a moluscos menos sofisticados do que ele.
Na verdade, o tal ethos da camaradagem – cozinhado no azeite das metáfores e na composição da elocutio – salvou Lula de uma catástrofe total. Suas negativas são absolutamente convincentes. Dá até para imaginar que ele não é tão perverso, que está se esforçando. Some-se a isso uma verdadeira melhora na qualidade de vida e poder aquisitivo da camada mais pobre da população brasileira – por quanto tempo e a que custo, só Deus sabe – e eu acho que o barco não virou. Poderia ter sido muito pior dada a qualidade dos petardos disparados por Alckmin (picolé de chuchu é a mãe!!).
Agora um dado estatístico: a maioria do eleitorado (cerca de 80%) costuma decidir seu voto na última semana de campanha, às vezes nos últimos três dias. Este debate, portanto, serviu apenas para marcar os estilos de campanha. Se mudança houve, será episódica, mesmo se repercutida nos programas eleitorais. O último debate – da Globo – será mais decisivo e, neste caso, Lula parecerá menos surpreso e mais preparado do que neste.
Paulo Paiva
Rapaz, o Alkmin foi muito bem! Melhor que a encomenda! Esse segundo turno vai ser mais interessante que eu imaginava. Não há treinamento que o Lula possa participar que o livre dos tais petardos! Acho que ele perdeu o rumo de casa e, talvez, nem vai querer participar de outro debate. hehehehe!
Vin
“Já estou com saudades de Lula”, disse Mainardi em seu podcast. E eu também. Depois do debate de ontem (ah, se fosse na rede globo)o molusco Lula tornou-se um cadáver político.
meire
Meu comentário é que Geraldo candidato a presidente em seus discursos nunca se refere ao nordeste ao contrário de Lula e é por isso que Lula é o preferido no Nordeste.
eriton
O candidato Alckimin deixou claro que ele não está interessado nas relações entre os países latino americanos de maneira pacífica. Falou que Lula é passivo, e não sabe lidar quando nos é tirado o que “nos é de direito”. Nisso, ele deixa claro o pensamento de uma america latina desunida, exatamente como os EUA quer, proporcionando ao capital estrangeiro facilidade de entrar cada vez mais nos confíns sul-americanos, cada vez mais no Brasil. Fica claro que ele quer fazer do Brasil um mercado livre ao capital norte-americano (o que pra mim isso é ser passivo) e assim impedindo totalmente o desenvolvimento tanto o brasileiro como de todos os países que foram um dia colonias europeias e que hoje fazem parte de um grupo explorado pelo Estados Unidos da América.
giba
Parecia que o velho diabo cangaceiro estava preste a emergir da carcaça e vomitar aquela gosma verde sobre Geraldo que iluminado como bom cristão verdadeiro que é só o fitava nos olhos sem pestanejar.