blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: dezembro 2006 Page 2 of 5

Kieslowski

fraternidade.jpgRever A Fraternidade é Vermelha numa destas madrugadas foi uma bela meia surpresa — por sorte do acaso, passei pelo Telecine Cult bem na hora em que aparecia o nome do filme. Digo meia surpresa porque a última parte da trilogia das cores do polonês Krzysztof Kieslowski é tão bela quanto eu me lembrava. Sempre tenho o temor de que os filmes de que mais gosto possam não ser tão bons assim depois de uma releitura. Muitas vezes não são mesmo. A memória se afeiçoa aos bons momentos.

Assiti ao filme pela primeira vez no cinema, na época do lançamento — tive de pesquisar na internet (ô, memória); foi em 1994. Dos três, foi aquele de que mais gostei. Talvez porque a incomum amizade entre uma jovem e um velho (a esperança e a desilusão) seja mais explícita do que a busca da mulher de A Liberdade é Azul (1993) pela superação de uma tragédia pessoal (a libertação) ou a do homem de A Igualdade é Branca (1994) por equiparação (ou vingança?) após o divórcio.

(Abri o parêntese porque devo fazer uma ressalva. Vi os dois primeiros filmes também no cinema, na época em que foram apresentados. Portanto, não posso estar tão seguro assim quanto à comparação com o terceiro, uma vez que, reitero, falo por memória afetiva).

Também adoro a forma como Kieslowski nos conta a história do velho, por meio do jovem juiz, antes de o próprio personagem fazê-lo. Havia algo assim nos outros dois filmes? Não me lembro.

Sem falar na brincadeira do acaso, presente nos três filmes. Sempre fica legal no cinema, quando bem feita

Dias atrás, revi Não Amarás (1988), do decálogo do diretor sobre os mandamentos — destes, só assiti ainda a Não Matarás (1988), mas dele já não me lembro nada. Como é triste ouvir a mulher dizer ao garoto que “o amor não existe”! Há algo semelhante, não bem em palavras, no velho juiz de A Fraternidade. Não Amarás é tão simples como bonito.

Depois de Não Amarás e, mais ainda, de A Fraternidade, me deu uma vontade louca de rever A Liberdade e A Igualdade. E também A Dupla Vida de Veronique (1991), com a mesma bela Irène Jacob de A Fraternidade e que, confesso, lembro apenas de ter ficado meio perdido na história ao deixar o cinema — provavelmente o Cine Cultura, em Goiània (ainda existe?), o único na minha época de faculdade que exibia estes filmes na cidade. Quem sabe agora, uns 15 anos depois, Veronique também surpreenda a minha memória.

Piores do Ano III

PIORES CANÇÕES DO ANO

Para além do esgoto produzido a rodo pelos grupos de pagode que se proliferam como bactérias e que não merecem sequer nosso tempo aqui, as piores canções do ano são todas aquelas compostas em conjunto por Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes.
Quem fará a gentileza de convencer esta senhora de tão bela voz a limitar-se a interpretar composições alheias, especialmente tão belos sambas como aqueles gravados no disco “Universo ao Meu Redor” (o de Paulinho da Viola, o de Argemiro Patrocínio, o de Dona Yvonne Lara, o de Casemiro Vieira, etc.), deixando de lado a idéia de compor?
As composições do trio tribalista são uma ofensa à poesia. É achar que eu sou bobo e que escuto qualquer coisa com uma melodiazinha simpática. É o reinado da rima a qualquer preço, dane-se o conteúdo e qualquer significado. Se não, vejamos:

“Nas asas do bem desse mundo
Carrego um quintal lá no fundo (????)
A água do mar me bebe (?????)
A sede de ti prossegue”

Ou, lembrando uma pérola tribalista:

“Me abraça e me faz calor
Segredos de liquidificador
Um ser humano é o meu amor,
De músculos , de carne e osso,
Pele e cor.”

E ainda:

“Escureceu, o sol baixou
Anjo da guarda cantarolou
Nana neném
Nana neném
Cacheadinho, anjinho é”

Infelizmente, o site “Mundo Perfeito” fechou as portas, mas seu Gerador de Música Tribalista continua no ar. Vá lá, componha também a sua e tente entender por que este trio ganha milhões e você não. E junte-se à campanha “Não à Marisa compondo”.

Cassino Royale

48667.jpgNada contra o Bond loiro. É meio estranho, mas funciona. E Daniel Craig é um ator melhor que o Pierce Brosnan. Já tinha visto alguns filmes dele (Nem Tudo é o Que Parece, Estrada para a Perdição, Munique). Ele é bom. Mas é feio. Talvez as garotas digam que ele é quase feio. Tudo bem.

O filme é bom, sim. Tem roteiro. A introdução é bem bacana. Os diálogos entre 007 e Vesper Lynd (ave, Eva!) são a melhor parte. E há um trecho com certa tensão: o do jogo de pôquer. Curioso é que não há gadgets. Dá para prever algumas coisas, mas, vá lá, é um filme de ação.

Saí do cinema com a sensação de que a diversão vale o ingresso. E olhe que eu devo ter ido à sala mais cara do país — Cinemark com lugar marcado, por R$ 21; até o Roberto Justus estava lá.

O Festival de Literatura do Second Life

No Primeiro Festival Literário do Second Life, entre outras pessoas, conheci Jeremy Neumann, avatar de Jeremy Ettinghausen, editor da afamada Penguin Books, de Londres, a primeira editora a criar seu QG virtual no SL. Para meu azar, escrevo apenas neste, como dizia a Hilda Hilst, código secreto que é a bela (sem ironia, é bela mesmo) língua portuguesa. (Mas que é secreta, ah, isso é.) Enfim, encontrei o figura, que me pediu uma cópia do meu livro, e eu, sem nenhuma tradução d’A Tragicomédia Acadêmica para lhe apresentar… Se eu conseguisse falar com o Bruno Tolentino, que foi professor de literatura em Essex, e que gostou desse meu primeiro livro, talvez… ah, deixa pra lá.

Olha aí (acima) a foto do Jeremy feita logo após a palestra do Will Fresse, avatar de Will Francis, agente literário que trabalhou junto à Random House e atualmente está na Greene & Heaton. (Ótima palestra por sinal.) A todos eles, incluindo aí o Fleet Goldenberg, o Erik Gordon Bainbridge e a Dee Dwi – falarei deles em outra oportunidade -, presenteei com a camiseta que fiz usando a imagem de um Dostoiévski apaixonado, isso na frente, e o endereço Karaloka.net, nas costas. (Não é por falta de marketing que eu não me dou bem. É por pura indisciplina e, principalmente, por interferência negativa dos Illuminati, hehehe.) Infelizmente não pude assistir à palestra da Coelacanth Seurat, a respeito de bibliofilia, e do Atrus Blackthorne, sobre o trabalho de escritor freelancer, pois foram simultâneas a outras palestras. (Leia sobre a programação do Festival aqui.)

Veja mais algumas fotos do Primeiro Festival de Literatura do Second Life:

Fazer cinema no Brasil… um cu!

Caro Pedro

O roteiro de curta-metragem Espelho (anteriormente Reflexo e, depois, No Espelho do Cinema) foi um presente de dia dos namorados que dei à Cássia há dois anos, quando ainda estávamos juntos. Se o roteiro foi aprovado numa lei de incentivo (20 mil e não 30) o mérito é todo dela, porque, além de eu achar uma chatice toda a burrocracia envolvida, sem falar das panelinhas, me sinto, sim, um peixe completamente fora d’água nessa questão vampiresca, tanto que não receberei cachê pelo projeto, pelo roteiro e pelo trabalho que eu por ventura ainda venha a ter com ele. Já disse a ela que não quero nada e você pode confirmar. O projeto é dela, está no nome dela e meu nome consta apenas na Cessão de Direitos do meu roteiro. Quanto ao meu laptop, eu o paguei com dinheiro que recebi de um trabalho como monitor do Dib Lutfi (aliás, fui praticamente diretor das filmagens, porque ele mesmo me pediu para ser dirigido, ou a coisa não iria andar) e como roteirista do making of do FICA, juntamente com uma grana emprestada por minha irmã. (Meu eterno obrigado a você, Pedro, pela oportunidade, não esqueço essas coisas.) Se sua produtora tinha ou não capital de giro, se ela me pagou com dinheiro que recebeu do estado ou de empresas privadas, Pedro, eu não faço idéia, e isso não importa para quem vende a própria força, talento e capacidade de trabalho. Aceitar fazer um trabalho por uma determinada quantia é bem diferente de ganhar aquilo que a própria pessoa estipula num orçamento muitas vezes arbitrário e distante da realidade do mercado. (Aliás, quatro anos atrás, fiz 19 roteiros para uma agência publicitária de Brasília, que fazia a campanha do Detran e do Procon, e nunca fui pago, não porque abri mão da grana, mas porque eram desonestos mesmo. Prometeram, prometeram e no final nada. Quem mandou eu confiar em petistas e não exigir contrato de trabalho? Quem trabalha tem de receber, porra!) E, falando em orçamento arbitrário, o Eduardo Castro, que está montando aquele documentário explosivo sobre a Guerrilha do Araguaia, me falou sobre um certo documentário bobo, a que assisti no Festcine, que, segundo ele, não custou mais de R$3000,00 mas recebeu da lei R$50.000,00. Onde foi parar essa grana? Está certo isso?

Na minha opinião, o Ricardo deveria receber não 80 mil reais, mas 80 mil dólares para rodar o curta dele. Só que esse dinheiro deveria vir de empreendedores, não de produtores indiretos e compulsórios, tal como é agora, mas, sim, de gente que queira viver do cinema e ter lucro com ele. (Daí meu manifesto para estudantes de administração e empreendedores em geral. Porra, já existiram empresas de cinema nos anos 50 do século passado, por que não podem existir agora?) E se um curta não dá retorno financeiro, é porque se trata dum cartão de visitas, dum trabalho de marketing para quem o fez. E isso também seria vantajoso para quem quisesse se estabelecer como produtor de cinema.

Eu acho que esse sistema de incentivo está viciado sim, e tem muita gente por aí comprando até carro com a grana. (Eu ando de Caravan 1983 até hoje.) Conheço gente em Brasília que abriu editora e, para cada livro que lança, entra com um projeto diferente numa lei de incentivo. E ainda ganha mais que o triplo do autor! Ou seja: é uma empresa privada cujo capital de giro e cujo lucro vêm prontos do Estado! Isso é muuuuito esquisito e só funciona para quem tem o famigerado Q.I., o Quem Indica. A própria Cássia tentou me convencer várias vezes a publicar meus livros mediante essas leis, mas nem fodendo, não me meto mesmo com isso, prefiro ficar na internet e esperar que as pessoas entendam o potencial dos ebooks, com os quais venho lidando desde 2000. (Um dia irão emplacar!) Só não me tornei editor (de mim mesmo) este ano porque minha família não aprovou a venda de um terreno nosso, que eu propus especificamente para isso, por 80.000 reais. Dinheiro nosso!!! Aceitei a decisão porque afinal tenho três irmãs, meus pais estão mais vivos do que eu e, por isso, não posso pretender ser o único herdeiro de algo que ainda pode ser usufruído por toda a família. Além de publicar dois novos livros que tenho engatilhados, eu iria reeditar A Tragicomédia Acadêmica e sair arregimentando vendedores (estudantes interessados, Centros Acadêmicos, etc.) pelas universidades do país, dividindo o lucro pau a pau. Mas… a vida não é mole, principalmente para quem tá cagando e andando para esses incentivos que só têm incentivado uma maioria de gente muito ruim, sem qualquer talento, pretensiosa, amoral e com o ego nas nuvens. Até parece que isso irá levar o cinema a algum lugar. Faz-me rir…

Cá entre nós, cada dia que passa fico mais fã do Francis Ford Coppola — é preciso dizer o nome completo e não apenas Coppola, não se deve esquecer de articular o sobrenome Ford como quem estivesse a dizer “Forte” –, afinal o cara não apenas rodou um dos melhores filmes de todos os tempos (Apocalipse Now), mas chegou a vender uma fazenda e falir sua empresa para finalizá-lo: ele tinha visão e acreditava nela. Sem falar que é um caso raro de diretor e produtor, de artista e empreendedor, uma figura a quem Spengler certamente atribuiria o qualificativo de gênio, isto é, “a força fecundante do varão que ilumina toda uma época”. Em suma, o cara é Macho pra caralho!!!

Enfim, conforme passam os anos percebo com maior clareza o porquê de o Rubem Fonseca ter ido aos Estados Unidos estudar cinema e, ao voltar, não ter escrito senão livros e contribuído com um roteiro ou outro. Direção? Para quê? Porque esse país gosta mesmo é do atraso, odeia empreendedores, gosta é de mamar nas tetas do Estado, se caga nas fraldas até hoje, e não passa de um adulto infantilizado, mais ou menos como eu o sou. Qualquer pessoa madura sabe que a maior vitória que há é a vitória sobre si mesma, e não é outra coisa o que o escritor faz: é ele contra o papel em branco, contra o Word em branco, contra o destino em branco, contra seus fantasmas, contra si mesmo. O diretor de cinema, ao contrário, quando não é autor do próprio roteiro, já está com meio caminho andado, bastando-lhe apenas vencer as circunstâncias e um que outro idiota que possa cruzar seu caminho, seja ele um profissional incompetente, um ator metido a estrela, um produtor estressado e assim por diante. (Claro, com produtor quero dizer “administrador do orçamento”, uma vez que não existe investidor estressado no Brasil, afinal, o dinheiro é todo a fundo perdido e vem dos contribuintes.) E é apenas por isso que, para um escritor como Rubem Fonseca, muito maior valor há em escrever um livro, e vencer a si mesmo, que em vencer idiotas com o uso duma câmera: porque é sempre muito mais digno de nota vencer alguém tão filho-da-puta, espertinho, escroto, vagabundo, traiçoeiro e devasso, como cada um de nós é lá no fundo, do que vencer esses vícios nos outros, é muito mais difícil vencer a si mesmo interiormente do que dominar o outro exteriormente. (Não encare o verbo “vencer” no sentido negativo, mas no sentido de “conduzir sem sofrer oposição”.) Para mim, cinema é narrativa, tal como a literatura, e pouco me importa o que pensam os anti-narrativos. Aquelas porcarias que em geral ganham o rótulo de “cinema experimental” — a única forma legítima de experimentação que reconheço se chama criatividade — não passam de expressões do interior duma pessoa que é, lá no íntimo, tão confusa e vazia de significado quanto seu próprio filme. Escrever e filmar é, a princípio, a mesmíssima coisa. A diferença está em que é muito mais barato controlar meus dedos que agora teclam do que todo um set de filmagem. A diferença está no nível de controle, de poder. Por isso, quanto mais dinheiro para se fazer um filme, melhor, mais recursos serão movidos de acordo com seus pensamentos. Nesta linha de raciocínio, posso afirmar que o Ricardo deveria receber não 80.000 dólares, mas 1 milhão. Mas, porra, a gente vive num país miserável!!! Desde a tal “Constituição Cidadã”, o Estado não faz senão amarrar a mão dos empreendedores e, de forma suicida, tentar absorver toda a mão de obra que acabou desempregada por sua própria culpa. (Isso quando não parte de vez para os projetos assistencialistas.) Não existe o moto-perpétuo. Dinheiro do Estado é dinheiro confiscado ao povo, aos empresários. (Vale lembrar que qualquer um que conseguisse poupar poderia tornar-se um empreendedor em potencial, mas o estado não o permite.) Em suma: o governo está matando a galinha dos ovos de ouro, vai se foder logo logo. E nós com ele.

Você acha que um empresário, caso tivesse uma visão clara do processo, ficaria feliz em ajudar a realizar um filme por meio de leis de incentivo? É um labirinto o caminho que esse dinheiro percorre. E estamos num país de impostos altíssimos. O cara está “dando” aquela grana ao cineasta, a qual supostamente pertence ao Estado na forma de tributos, e ainda acha bonito. Mas ao menos 70% dela não deveria pertencer senão a ele. Porque o Estado é um vampiro sanguessuga que atrapalha a prosperidade deste país. Sem falar nos sanguessugas circunstanciais, tal como esses negociadores de notas fiscais que pretendem ajudar o realizador a “provar” que o dinheiro do orçamento do filme foi realmente gasto conforme o estabelecido. Veja o absurdo: no Brasil as notas fiscais são verdadeiros produtos que dão lucro a um monte de gente!! “Ah, fulano cobra menos pela nota, vamos fazer com ele…” É uma seqüência de trambicagens fora do comum.

Conclusão: tô cansado desse tal de cinema brasileiro. Vão todos tomar nos seus respectivos e supostamente imaculados cus. Porque fazer cinema no Brasil é de fato um cu. O cu do povo. Hoje em dia, onde quer que haja um cu, há um representante do estado lá dentro. Muah hahahaha! (Rindo para não chorar…)

Um jogaço

Curiosamente, apesar da escassez de lances de grande perigo, foi um jogaço a final do Mundial de Clubes entre Internacional e Barcelona. Uma partida aguerrida, os dois times jogando com raça e muita vontade, mas na bola – veja-se o baixíssimo número de faltas e de cartões. A marcação foi intensa dos dois lados e o Inter conseguiu neutralizar muito bem as estrelas do Barça. Quando o jogo se aproximava de seu quarto final, o Barcelona se adiantou e o time gaúcho soube se aproveitar disso e, num contra-ataque, Adriano marcou o único gol da partida, após o passe de Iarlei, de longe o melhor jogador da partida.
Confesso que achava que torceria para o Barcelona, mas me vi, logo de início, do lado do Inter. Não por patriotismo, mas sim por achar que o Barcelona entrou um pouco de salto alto, como frequentemente faz.
Gostei do resultado porque a escola de futebol venceu o futebol do dinheiro. Não que haja algo errado com o futebol espanhol ser movido à custa dos milhões que seus clubes movimentam, formando equipes de estrelas internacionais. Isso é ótimo e eu gostaria que nosso futebol conseguisse se aproveitar melhor de seu imenso potencial mercadológico. O que ocorre, entretanto, é que o Barcelona, ainda que seja um time de tradição, assim como o Real Madrid, não é uma escola de futebol que forma jogadores que depois se tornam a base de times campeões. Eles simplesmente compram os craques que querem. Diferente do Inter, que é uma escola de futebol de tradição que sempre formou e revelou grandes jogadores, como Falcão e, bem mais recentemente, o promissor Alexandre Pato.

Três Boas Notícias no Cinema

Em um só dia, várias boas notícias de cinema.

Primeiro, mais importante, nosso camarada Ricardo Calaça, após ter seu documentário “Divino Maravilhoso” selecionado para o prestigioso Festival de
Cinema de Brasília, agora foi contemplado em edital do Ministério da Cultura e contemplado com R$ 80 mil para a produção do curta metragem “O que se Come”. Parabéns ao Ricardo.

Segundo, o Brasil se deu muito bem no ainda mais prestigioso e disputado Festival Internacional del Nuevo Cine Latino Americano, em Havana, Cuba. O já aclamado “O Céu de Suely”, de Karim Ainouz, ganhou por unanimidade o primeiro prêmio do Juri, levando também o prêmio de melhor atriz, com Hermila Guedes. Além dele, “Os 12 trabalhos”, de Ricardo Elias ganhou o terceiro prêmio, atrás de “El Camino de San Diego”, do argentino Carlos Sorin (diretos dos excelentes “Histórias Mínimas” e “O Cachorro”). “É Proibido Proibir”, de Jorge Durán, premiado no Festcine Goiânia, levou o Prêmio Especial do Juri. Além disso, o ótimo “Antonia”, de Tata Amaral ganhou como melhor som e melhor trilha sonora e o fraco “O Maior Amor do Mundo”, de Cacá Diegues, ganhou prêmio de melhor canção, com as composições e Chico Buarque.

O casamento

Primeiro Festival Literário no Second Life

Hoje irá rolar um festival de literatura no Second Life. Haverá oficinas, debates e palestras. Veja abaixo a circular do grupo de que participo. (Não irei traduzir, afinal, será tudo em inglês mesmo. Quanto à camiseta da foto abaixo, eu mesmo a fiz. Trata-se de Dostoiévski abraçado a uma gata.)

SL Literary Festival
Saturday, December 16

Schedule of workshops, classes and speakers

Classes generally run one hour each and will be located on the South Lawn.

3:00 PM

PUBLISHING
INDUSTRY/AGENTING

William Fresse
, real life literary agent Will Francis at Greene & Heaton Literary Agency in London, will speak about the publishing industry, what agents do and the process of taking a book from typescript to publication. Question and answer period afterward.

Will Francis
joined Greene & Heaton, a London-based literary agency, in 2003 after working at Random House and PFD, and is actively building a list of his own clients. He is interested in literary fiction, crime, science fiction and fantasy, as well as a wide range of non-fiction, including history, biography, politics, philosophy, popular science, popular culture, art and literary criticism. His clients include Jonathan Jones, Tim Radford and Jordan Goodman.

Book Collecting & Care
An introduction to book collecting and the care of books: different styles of collecting, how to chooses the best books, where to find them, how to get the best value for money and how to care for your collection so it stays looking its best! Will include a handout with information and resources.

Coelacanth Seurat in RL is a professional editor/writer and collects and sells rare books. In SL, she runs an experimental bookstore, Coelacanth Books, in Changmi (98, 252, 95) and writes for several in-world publications.

4:00 PM

FREELANCE WRITING
AND EDITING FOR RENT MONEY

Arquitetura no Second Life

Conforme dizia às minhas irmãs arquitetas, o Second Life é uma beleza para quem trabalha com design. Um arquiteto pode comprar uma área e executar ali todas as casas que já projetou vida afora. Quando alguém quiser ver seu “portfólio”, basta passar o endereço do seu próprio condomínio virtual. Seu possível cliente pode, então, visitar casa por casa, conhecendo cada detalhe do projeto, seja a parte interna, seja a externa. O arquiteto pode ainda pedir a um amigo decorador para dar um jeito no interior das casas. E a um amigo artista-plástico para ceder suas telas e esculturas. E a um paisagista para tratar dos jardins. Enfim, solte sua imaginação.

E por falar em soltar a imaginação, tal como um desenhista de moda costuma criar roupas apenas para expressar e marcar seu estilo – roupas essas que não frequentam senão as passarelas -, um arquiteto também pode dar asas à sua criatividade e projetar casas que deixariam um engenheiro com um derrame cerebral. Os construtores do Second Life ainda estão muito presos à reprodução das circunstâncias do mundo real e não percebem que, ali dentro, as pessoas podem voar, se teletransportar e, por isso, não há necessidade de ruas, estradas, calçadas e portas ao nível do chão. Por que não entrar pelo telhado? Por que não uma “pessoaporto” no teto da casa? Aliás, para quê uma casa tão presa ao chão? Os arquitetos precisam soltar suas imaginações, como o fez o construtor da casa baixo:

casa_flutuante.jpg

Uma casa sobre um rochedo flutuante que está preso à terra apenas por uma âncora? Ganhou!

E para quem acha que a coisa não é séria, lembre-se de Ailin Graef, a figura que já faturou 1 milhão de dólares vendendo casas e terrenos virtuais

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