“Mestre vai trair nóis!”
“Num vai não.”
“Vai sim, ele proibe nóis de beber e dirigir, depois vai proibir nóis de beber e andar a pé, porque nóis pode ser atropelado de tão tonto. Mestre acha que nóis num é capaiz de pensar por nóis mesmo…”
“Mestre é bãozinho, não vai fazê isso não!”
“Vai sim, depois ele vai proibir nóis de pregar cruz nas parede dos prédio público, das iscola e biblioteca.”
“Hã?”
“E aí mestre vai liberar a maconha.”
“Hã?!”
“E nóis vai virar tudo muçulmano, vai sim, vai ficar sem beber, fumando haxixe no narguilé… Nóis vai fazê Ramadã pra comemorar o Fome Zero, vai sim… Lembra que nóis arrancou o dedo de mestre na dentada pra pegar nosso Precioso?”
“Nóis lembra.”
“E cadê o anel que num tava lá?
“Nóis num sabe…”
“Nóis foi muito burro, porque nóis arrancamo o mindinho, o dedo errado, e o anel ainda tá lá no outro, dominando o mestre…”
“Não! Não!! Nããããããããão!!!”
“Sim! Sim!! Siiiiiiiiim!!!”
Enquanto isso, no Palácio do Ocaso, Fodo, entre uma pinguinha e outra, tenta imaginar mais uma maneira de comprar com promessas, “benefícios” e, claro, dinheiro, a consciência do povo brasileiro.
“Quem não está comigo, eu fodo mesmo!”, fala em voz alta.
“Ah, então é por isso que vc não me procura mais?”, reclama dona Foda. “Só porque estou sempre com você? Então tá, vai lá fazer o que você mais gosta, vai lá mostrar o anel pro Dirceruman…”