Do escritor Luis Fernando Verissimo, hoje no Estadão:
O escritor Luis Fernando Verissimo relembra o pai, Erico. “Uma vez, após um enfarte, meu pai foi convidado a se candidatar à ABL e respondeu: “Mas eu já sou quase uma vaga!? Quando o amigo Vianna Moog insistiu, disse: ‘Está bem, Moog. Vou me candidatar para a tua vaga’. Moog nunca mais tocou no assunto. Meu pai era contra qualquer tipo de formalidade”. Verissimo, o filho, vai na mesma linha: “Eu não me candidato porque não tenho obra literária que mereça a honra nem o físico para o fardão, ainda mais depois que o (Moacyr) Scliar me contou que a gente não fica com a espada. Mas também tenho amigos lá dentro e respeito a instituição”.
diogo chiuso
Talvez, em verdade, depois dos adventos de Sarney, Marco Maciel, Pitanguy e Paulo Coelho, resta apenas o opróbrio à tal imortalidade.
A mim, a casa de Machado apenas transformou a literatura brasileira numa coisa cartorária, sindical. É muito mais uma academia de egos do que de letras.
Diogo
Talvez, em verdade, depois dos adventos de Sarney, Marco Maciel, Pitanguy e Paulo Coelho, resta apenas o opróbrio à tal imortalidade.
A mim, a casa de Machado apenas transformou a literatura brasileira numa coisa cartorária, sindical. É muito mais uma academia de egos do que de letras.
yuri vieira
Pois é, Diogo, isso me lembra do Bruno Tolentino. Ele costumava freqüentar a ABL e, quando voltava à Casa do Sol, me contava dos poucos pontos positivos e das muitas leviandades dos acadêmicos. Vivia botando apelidos mordazes nos membros e estava fazendo algum trabalho pro Sarney. Disse ainda que iria se candidatar a uma vaga. Perguntei-lhe por que faria isso se achava tudo uma bobagem. E ele: “Eles têm jazigos para os imortais e eu irei morrer logo logo. Preciso de um lugar para cair morto. Não posso deixar essa despesa pra minha família…”, e sorria.
O Veríssimo já deve ter onde cair morto…
🙂