A dura verdade
Já que é para falar de sexo, então vou falar a verdade. Chega de ser boazinha, chega de compactuar com as convenções. Hoje todas falam de sexo, mas quantas não estão falando essas coisas apenas para agradar ao marido, ao patrão ou às amigas? Sim, porque existem revistas que nos dizem como devemos pensar, existem personagens de novela que devemos imitar. Existe todo esse discurso politicamente correto que diz que a gente deve ser gay ou puta para gozar sem culpa. Mas sexo não é nada disso. Se meia dúzia de mulheres resolvessem dizer a verdade, acho que todo esse discurso cairia por terra. Eu já estou velha, não tenho mais marido e filhos para agradar. Meus filhos me visitam no máximo uma vez por mês. Se este texto for realmente publicado é provável que eles nem tomem conhecimento. Também não tenho muitas amigas, e nem quero ter. Não me interesso por baralho, crochê e televisão. Enfim, cheguei a esse raro momento em que não preciso me preocupar com o que pensam de mim, por isso mesmo posso contar tudo. Vocês conhecem as mulheres, sabem que nunca dizemos a verdade, mas apenas aquilo que é mais conveniente para o momento. No entanto, à beira da morte, até uma mulher pode ser sincera.
Meu primeiro orgasmo
Vou começar por meu primeiro orgasmo.
Meu relacionamento com Fabinho não era muito excitante. Eu já tinha tido outros namorados, já tinha transado com eles, mas também não tinha gozado. A primeira vez doeu. Eu achei que não ia doer, estava muito molhada, mas doeu. Depois de um tempo comecei a pensar que orgasmo não existia, e que todo o prazer da mulher consistia em beijar e se esfregar no namorado. Disso eu gostava, mas não por muito tempo, porque enjoava.
O Fabinho era do interior, e seus pais mantinham um apartamento para ele aqui no Rio. Era lá que passávamos as tardes de sábado e domingo. Meus pais pensavam que estávamos no cinema ou coisa assim. Eles sabiam que nós transávamos, mas eu fazia questão de manter as aparências. Você sabe, eu sou mulher, por que eu diria a verdade se não fosse ganhar nada com isso?
No início Fabinho gozava muito rápido. Depois ele passou a demorar mais. Ficou mais gostoso, mas mesmo assim eu ainda não gozava. Eu ficava pensando que faltava alguma coisa. Procurei falar sobre isso discretamente com minha irmã — que Deus a tenha —, mas como ela sempre fugia do assunto, comecei a pensar que ela também não gozava e não queria admitir.
Então eu mesma comecei a me perguntar o que estava errado. Fabinho era bonitinho. Não era lindo como os homens com os quais eu sonhara na adolescência, mas agora eu já sabia que nunca ia conseguir um homem daqueles — eles queriam mulheres mais bonitas e mais sofisticadas que eu. Ele também era um pouco inteligente, eu gostava de conversar com ele, às vezes pedia sua opinião sobre muitos assuntos. Ele fazia engenharia, mas sempre me ajudava nos meus trabalhos de letras, porque gostava de ler e era capaz de opiniões originais como as dos meus professores. A única coisa que me incomodava nele era o desmazelo. Meu Deus, não dava para entrar no seu apartamento sem sentir uma pequena depressão. Meias e revistas misturadas no chão, a pia sempre cheia de vasilhas sujas, sacos de biscoito no sofá. Então um dia eu acordei — acho que foi a primeira vez que dormi lá — e fiquei pensando se eu podia dar uma boa limpeza no apartamento. Minha irmã me dizia que os homens não toleravam mais donas de casa. Eles queriam mulheres modernas e sofisticadas. Mas eu pensei: “Não posso dar nem uma arrumadinha? Não vou fazer faxina, só vou arrumar.” Quando eu vi já estava recolhendo as revistas e pegando uma sacola para as roupas sujas. A cozinha foi fácil, lavei tudo, até o chão. Quando a gente começa, quer ir até o fim, quem é mulher sabe disso.
Quando terminei, estava me sentindo tão bem! Parecia que estava em outro apartamento. A gente podia até receber uma amiga minha, que eu não ia ficar com a menor vergonha. Então Fabinho acordou e chegou na sala. Fiquei preocupadíssima, o que será que ele ia achar? Ele olhou meio espantado e falou de repente: “Pô, gatinha, o que é que você fez aqui?” Eu fiquei apavorada, não sabia o que fazer. Pensei: “Ele vai terminar comigo, meu Deus, por que eu não me controlei?!” Me deu a maior vontade de chorar, mas logo em seguida ele completou: “Valeu, hem!” Quase não acreditei! Ah, meu Deus, que felicidade! Eu podia limpar o apartamento dele, que ele não ia terminar comigo! Minha irmã estava errada, os homens não eram assim tão radicais. Senti meu corpo se aquecer, meu coração palpitar. Abracei o Fabinho e dei um grande beijo nele. Ele disse: “Eu te amo, sabia?”, e foi então que aconteceu. Senti aquelas contrações no meio das pernas, tive de sentar imediatamente. Fabinho sentou comigo, mas sem saber o que estava acontecendo. Por dentro eu só conseguia pensar: “Minha irmã estava errada, eu posso limpar o apartamento dele, minha irmã estava errada, posso limpar…”, e tudo terminou num alívio gostoso como se eu tivesse chegado da musculação e tomado um banho quente. Fabinho notou que eu estava exausta e me perguntou o que tinha acontecido. Eu disse: “Deixa para lá, você não ia entender”. E não ia mesmo. Certas coisas só as mulheres entendem.
Meu segundo orgasmo
Meu segundo orgasmo já foi mais fácil. Um dia os pais do Fabinho vieram ao Rio. Eu não sabia de nada, passei na casa dele apenas para os beijinhos de sempre. Quando ele abriu a porta, falou: “Foi bom você ter vindo, você vai conhecer a mamãe.” Foi um choque! Eu não tinha me preparado, estava de calça dins. As sobrancelhas e as unhas eu não fazia havia semanas! Fiquei pensando que ela ia achar que eu era uma dessas cariocas desmazeladas que vivem na praia e só pensam em alisar o cabelo. Mas o Fabinho me apresentou assim: “Essa é a Renata, mãe, que eu te falei que deu aquela geral aqui no apartamento. Ela deixou tudo brilhando”. A mulher veio para cima de mim com um sorriso enorme: “Ah, minha filha, só você para dar um jeito nesse porquinho!” Depois o pai dele chegou (tinha saído para fazer alguma coisa, não sei o quê) e minha sogra já falou assim: “Foi essa aqui que conquistou o coraçãozinho do nosso menino.” Fiquei tão orgulhosa, tão feliz, que pensei que ia chorar ali mesmo. Mas consegui me conter e acabei chorando só quando entrei no elevador para ir embora. Junto com as lágrimas veio também aquela sensação. Eu pensava: “Será que ele vai casar comigo? Será que ele vai…”, e quando cheguei ao térreo tive de me apoiar nas paredes, porque minhas pernas estavam bambas.
Meu terceiro orgasmo
Meu terceiro orgasmo foi um dos mais difíceis. Eu já dormia com freqüência na casa do Fabinho, limpava o apartamento quase todo domingo. Nem preciso dizer que estava super feliz. Mas ele andava triste, calado, resmungão. Eu sabia que ele estava com algum problema, mas não queria me falar. Eu perguntava e ele dizia que era muito trabalho da faculdade. Um dia nós estávamos vendo um filme sobre um cara frustrado, um cara que queria ser professor e acabou se tornando um advogado alcoólatra, depois fez não sei bem o quê (minha memória não é muito boa, sou mulher) e acabou se tornando professor mesmo. Aí o Fabinho chorou, e eu disse: “Que é isso, Fabinho! Você não é de chorar!” E ele acabou me contando tudo. É que ele estava para se formar em engenharia, mas seu sonho desde menino era ser escritor. Aí ele pegou uns caderninhos que ele guardava em cima do armário (ficavam dentro de uns sacos plásticos, eu achava que eram revistas pornográficas, fiquei feliz em saber que não eram!) e me mostrou que desde novinho ele fazia umas estorinhas bonitinhas com desenho e tudo. Eu achei tudo muito lindo, mas ao mesmo tempo fiquei desesperada! Eu tinha evitado namorar os rapazes da letras — e olha que eles me cantavam muito! — justamente porque não queria correr o risco de me casar com um sonhador, um homem que não soubesse ganhar dinheiro. Os carinhas da engenharia me pareciam tão sérios, tão pés-no-chão. Seria possível que Fabinho não ia ser ninguém na vida? Mas eu procurei consolá-lo, disse que a vida era assim mesmo, meu pai queria ser aviador, minha mãe queria ser professora, eu já tinha querido ser bailarina, mas não tem jeito, nem todo mundo pode realizar o próprio sonho. Ele passou um tempo muito triste. Eu ficava angustiada, tinha medo de ele largar tudo e ir viver com os hippies ou coisa assim.
Mas ele acabou se formando, só que começou a dar aula de matemática em cursinho. Eu fiquei preocupada, a mãe dele também. O salário mal dava para o aluguel do apartamentinho dele. Se continuasse daquele jeito não ia dar para casar. Fabinho estava contente, falava que era melhor que se matar de trabalhar em escritório. E o pior é que ele se matava de trabalhar, com aula o dia inteiro. Mas ele dizia que não via o tempo passar, porque gostava. Eu ia ganhar um salário de merda como professora, então eu ficava pensando: “Como é que a gente vai viver? E quando vier um filho, como é que vai ser?” Eu estava muito angustiada, ainda mais porque os namorados das minhas amigas já estavam se dando bem, já tinham até carro e tal. Ás vezes eu via algum ex-namorado meu que já estava todo aprumadinho num terninho de micro-fibra, e o Fabinho ainda com aquelas camisas xadrez por cima da camiseta. Eu pensava: “Será que vou ter de mudar de namorado? Mas todas as minhas amigas já o conhecem, vai ser tão chato…”
Então aconteceu um milagre. O pai do Fabinho teve um infarto e morreu. A mãe do Fabinho não trabalhava, por isso não podia ajudar mais nas contas. Eu também não podia ajudar, ainda estava fazendo estágio (aliás, graças a Deus!). O Fabinho teve de reduzir drasticamente as despesas. Passava a pão e água, me ligava a cobrar. Ele acabou percebendo que não dava para ser professor, tinha de conseguir coisa melhor. Começou a estudar para concurso público, e eu fiquei mais aliviada. Ele era inteligente, eu sabia que ele ia acabar passando em alguma coisa.
Um dia eu estava em casa vendo televisão (a coisa que eu mais gostava de fazer) e o Fabinho me ligou do cursinho. “Gata, vê se o meu nome saiu aí na Folha Dirigida. Hoje eu tenho aula até a noite, não vai dar pr’eu comprar.” Eu sabia que o papo de aula até a noite era só uma desculpa. Ele provavelmente estava sem grana para comprar o jornal. Mas não me importei. Desci, comprei o jornal, e aconteceu o que vocês já estão imaginando. O concurso era do TRE, o salário dava até para pagar a prestação de um carrinho. E lá estava o nome dele, em vigésimo segundo lugar! Meu Deus, fiquei tão contente! Eu fiquei pensando: “Ele está tão bem colocado, não vão demorar para chamar, não vão demorar para chamar…” Fui correndo para casa, para ligar para o cursinho, mas não deu tempo de chegar. Comecei a sentir as contrações, as palpitações. Minhas pernas se esfregavam, e o prazer aumentava. Eu parei, me recostei num muro, e foi ali mesmo. Uma velha que estava passando ficou assustada e me perguntou se eu precisava de alguma coisa. Eu só conseguia gritar: “Meu namorado passou, o salário dá para comprar um carrinho, o salário dá para um carrinho!”. Ela não entendeu direito, mas percebeu que eu não estava precisando de ajuda. Quando cheguei em casa, eu já estava relaxada. Peguei o telefone e liguei para o cursinho. Tive de deixar recado porque o Fabinho estava em aula, não podia atender. Depois liguei para todas as minhas amigas e falei que ele tinha passado em vigésimo segundo lugar, ele era super inteligente. À noite, quando o Fabinho me ligou (a cobrar) eu falei que o salário já dava para a prestação de um carrinho. Ele não fez objeção. Deus sabe como eu dormi feliz naquele dia.
Meu quarto orgasmo
Eu achei que fosse ter meu próximo orgasmo quando o Fabinho me pedisse em casamento. Mas não aconteceu. Acho que foi porque eu já sabia que ele ia casar comigo, já tinha jogado umas indiretas e a reação dele estava sendo positiva. Eu falava que nome queria pôr nos meus filhos, falava que eu preferia que nossos filhos puxassem o cabelo dele (ele tinha cabelos lisos, os meus eram anelados). Ele não fazia objeção, não fazia cara feia, então eu já estava imaginando que íamos mesmo nos casar. Ele fez tudo bonitinho, foi lá em casa, falou com o papai, minha mãe fez um ensopado gostoso, eu fiz a sobremesa. Fiquei com medo de começar a ter um orgasmo no meio da sala, quando Fabinho pediu minha mão ao papai. Mas não aconteceu nada. Eu fiquei ao mesmo tempo aliviada e decepcionada. Aliviada por não ter passado vergonha, e decepcionada porque eu queria ter pelo menos um orgasminho naquela noite. Consegui ficar sozinha com o Fabinho e caprichei nos beijos, mas nada. Aquele não era mesmo o meu dia.
Então nós nos casamos. Foi tudo normal, festa, fotos, etc. Minha família de Nova Iguaçu veio em massa, e passei a maior vergonha. Eles eram meio caipiras, falavam alto, contavam piadas pesadas. Fiquei pensando: “O que a família do Fabinho vai pensar disso tudo?” Eles eram mineiros, não estavam acostumados com tanto palavrão. Mas o Fabinho me falou que eles não ligaram, até gostaram dessa espontaneidade dos cariocas. Eu fiquei contente. Pensei que ia gozar muito na lua de mel. Mas também não gozei, não me perguntem por quê.
Nosso casamento transcorria tranqüilo, mas faltava uma coisinha — uma coisinha que não pode faltar para um casal feliz: a empregada. Eu pensava nisso toda vez que tinha que limpar a privada. O Fabinho até me ajudava, arrumava a cozinha, passava algumas roupas, mas o banheiro ficava sempre comigo. Cada vez que eu me agachava para limpar a maldita privada, eu ficava pensando: “Será que o Fabinho nunca vai ser promovido? Quando é que vamos ter dinheiro para uma empregada, meu Deus do céu?” Comecei a rezar e a pedir a Deus que o Fabinho fosse promovido. Estávamos pagando as prestações do carro e do apartamento, o dinheiro estava contado. Se ele não fosse promovido, não ia dar para uma empregada tão cedo. E o pior é que o Fabinho queria um filho, mas como eu ia limpar a privada com aquele barrigão de grávida? “Sem empregada não dá para ter filho, meu amor”, eu tive de falar, senão ele não desconfiava. Continuei a rezar, até que Deus me mandou a solução.
Eu era professora da rede estadual, dava aula de português. Um dia uma colega chegou para mim e disse que estava largando tudo. Tinha conseguido um emprego de secretária bilíngüe, e ia ganhar três vezes mais. Eu falei: “Como assim, Neide? Vai parar de dar aula? E os meninos? E as festinhas de fim de ano?” A Neide ficou com os olhos cheios d’água, “Eu adoro as festinhas, Renata, mas não dá… Preciso do dinheiro.” Eu entendi o que ela estava falando, lembrei da empregada que eu tanto queria ter, e comecei a pensar se eu poderia ser secretária também. Eu tinha curso de inglês, sabia datilografia (naquela época não existia computador), só não tinha experiência, mas não custava tentar. Comecei a deixar meu currículo em tudo que era lugar. A Neide foi super bacana comigo e me deu o endereço de várias multinacionais. Quando me chamavam para entrevista, eu mandava minha prima dar aula no meu lugar. Ela estava fazendo letras, era bom para ela ir pegando uma experiência.
Um dia ligaram lá para a escola e deixaram recado para mim. Quando retornei a ligação, eu não acreditei. Era da Multifabex, uma fábrica de tecido. Estavam me chamando para o emprego! Quando me falaram, eu comecei imediatamente a suar, veio aquele calor que havia tempo eu não sentia. Corri para o banheiro, me fechei numa cabine e deixei acontecer. Meu coração palpitava, meus olhinhos reviravam, eu pensava: “Vou ter uma empregada, finalmente, vou ter uma…” Quando saí, eu estava corada, suada, todo mundo ia notar que tinha acontecido alguma coisa. Mas eu não estava nem aí. Em um mês eu teria uma empregada, o que poderia ser melhor que isso?
Meu quinto orgasmo
Antes do meu quinto orgasmo, tanta coisa aconteceu… Mas não vou encher os ouvidos de vocês. Não vou falar da minha filha, aquela maluca que só me deu desgosto. Não vou falar do alcoolismo do Fabinho, dos seus problemas de vesícula, das correrias para o hospital. Tivemos tantos problemas que até esqueci o que era o prazer. Mas eu não ligava, o importante é que estávamos conseguindo pagar o colégio do Juninho. Ele era inteligente igual ao pai, só tirava notas boas, conseguiu até um desconto na mensalidade. O que me preocupava era o violão. Ele começou com umas aulas tímidas, duas vezes por semana, depois não largou mais o instrumento. Mas, quando ele falou em tocar em barzinho, eu fui alertar o Fábio: “E se esse menino quiser ser músico, como é que vai ser? Você já viu quanto ganha um músico?” Graças a Deus o Fábio me entendeu, e foi falar com o garoto. Eu queria muito que ele fosse médico, mas um diploma de direito para mim já estava bom. Os filhos das minhas amigas já estavam entrando na faculdade, todos muito bem encaminhados. Direito, Medicina, Comércio Exterior. Só o filho da Jandira tinha traído os pais. Parece que estava fazendo arte dramática. Jandira jurou que era sem o consentimento dela, e sofreu muito, mas esse caso me servia de exemplo. Eu falava com o Fábio: “Você tem que conversar com o Juninho, meu amor. Você quer que ele faça que nem o filho da Jandira?” Um dia o Fábio chamou o Juninho para conversar, e falou tudo que precisava ser dito. Falou da importância de um curso superior, falou que o homem precisava sustentar o lar. “A mulher até gosta de trabalhar, meu filho, mas não suporta um homem que ganhe menos que ela.” Eu achei que ele estava sendo machista, mas, depois que pensei melhor, acabei concordando. Assim como eu nunca namorei homem mais baixo que eu, acho que eu também não ia querer um homem que ganhasse menos que eu. O homem tem que ganhar mais, isso está escrito em algum lugar da minha alma. Mas o importante é que o Fabinho entendeu. Quando chegou a época do vestibular, eu fiquei super contente. Ele se inscreveu em medicina! E olha que eu nem tinha falado nada. Eu fique pensando: “Deus é tão bom para mim!”
Mas infelizmente ele não passou. Claro que eu fiquei chocada! Ele era super inteligente, era um dos primeiros da turma. Mas felizmente o Fábio e eu tínhamos umas economias e pudemos pagar mais um ano de cursinho. Quando chegou o vestibular, eu estava tensa, nervosa. Se ele não passasse, era muito dinheiro jogado fora! Dois anos de cursinho, isso era um luxo! O pai dele também estava tenso. Eu falava: “Calma, Fábio. Olha o coração!” Mas um dia aquela tensão toda acabou. Juninho me ligou da rua, era o dia do resultado. Eu estava com o coração na mão. “Fala logo meu filho!” Ele respondeu: “Fala com o papai para botar a cerveja no congelador. Passei, mãe!” Senti imediatamente as palpitações. Pensei: “Mas será que nessa idade?!” Sentei e deixei acontecer. E, de fato, aconteceu. Eu pensei: “Mas é meu filho? Será que é pecado?” Mas já tinha passado, eu já estava relaxada, com vontade de fazer xixi. Enfim, não deu para evitar.
Meu último orgasmo
Meu sexto orgasmo foi também o último. Eu já tinha cinqüenta anos, já tinha até esquecido como era gozar. Acho que esse foi o mais previsível. Eu estava na formatura do Juninho. Quando falaram o nome dele: “Fábio Albuquerque Júnior”, eu não consegui me levantar para aplaudir. Fiquei na cadeira mesmo, sentindo aquela coisa gostosa. Era meu filho, mas eu não senti nenhuma culpa. “O que eu não fiz por esse menino?”, pensei. “Agora mereço o meu prazer.”
E essa é a história da minha vida sexual. Sei que muitos vão se escandalizar, talvez a mídia faça alguma coisa para abafar. As revistas vão continuar dizendo que o orgasmo depende do tempo e das preliminares. Quem viveu tudo que eu vivi sabe que isso é bobagem. O orgasmo depende de fatores metafísicos que só a alma feminina compreende. Quem é mulher sabe disso.
yuri vieira
esse Ronaldo é muito gaiato. dei muita risada. 😀
sasa
cuzsao hens
po
tu é linda, porra