Depois daquela mulher nos EUA, agora foi a vez de um pastor mineiro partir desta pra melhor enquanto assistia ao filme do Mel Gibson (A Paixão). Isso é que uma obra capaz de provocar verdadeiro pathos. Ainda não a assisti, mas talvez seja bom já deixar o testamento pronto…
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Enquanto o filme não chega por aqui, o negócio é entrar na maratona de preparação: reler ao menos São Mateus e o correspondente capítulo do Livro de Urântia. Claro, e torcer pra que a burrice não vença e impeça a veiculação do filme no país. Aliás, um dos textos mais claros que li a respeito dessa, sejamos sinceros, polêmica pueril é este aqui.
Agora o Bush quer “se livrar” do Iasser Arafat. Parece que o cara é fã do Charles Bronson.
Que lindo! A revista Isto É elegeu Palocci – o ministro da fazenda da revolução dos bichos (vide Orwell) – o “Brasileiro do Ano”! E o dito cujo ainda declarou: “Eu sou de esquerda e continuo socialista. Está muito enganado quem pensa o contrário”. Ou seja, exatamente a mesma constatação que, quando feita pelo Olavo de Carvalho, leva as pessoas a dizerem que o mesmo é um louco furioso. Leiam a matéria, a única diferença do que há ali para o que Olavo diz está no tom: o jornalista da Isto É considera um elogio o que para o Olavo é uma acusação procedente. Esse Palocci deveria assistir ao excelente filme “A Invasão dos Bárbaros”, de Denys Arcand. Pelo menos neste o protagonista, em vista dos fatos, se arrepende amargamente por acreditar em seus “ismos”.
Não imaginei que ficaria tão decepcionado com a trilogia Matrix. E não é porque os últimos dois filmes “não têm conteúdo”, “são apenas filmes de ação” ou críticas do gênero. O primeiro Matrix foi uma espécie de clave de sol que a orquestra, nas duas sequências, interpretou como clave de fá. Se tivessem se afinado com o primeiro filme, eu até poderia não concordar com a cosmogonia dos caras, mas bateria palmas. E não tem nada a ver culpar o virtuosismo técnico do John Gaeta, dizer que os efeitos especiais oprimiram a idéia original. O problema é bem outro: os irmãos Wachovsky tentaram juntar zen-budismo com messianismo salvador, uma coisa que nem o Li Hongzhi da Falun Gong ainda se atreveu a fazer. E, claro, só podiam mesmo criar um monstro de mil e uma cabeças de Mister Smith. Aliás, o maior símbolo da decadência da trilogia é a figura de Morfeus. No primeiro filme, ele é um Mestre, um Iniciado em Altos Mistérios. No segundo não é senão um militar. E no último, apenas o namorado espantado de uma garota que dirige feito doida. Sim, os brothers rimaram Buda com bunda…
Eis um trecho do livro Hollywood Nua e Crua, de Dulce Damasceno de Brito, que a Cássia me indicou: “Foi o maestro Xavier Cugat quem contou a nós, correspondentes estrangeiros, a estranha história dos irmãos Castro, seus conterrâneos de Cuba. Mais tarde, vários atores e produtores confirmaram-na. Efetivamente, há provas cabais de que Raul e Fidel Castro queriam o sucesso a todo custo e, antes da revolução de Sierra Maestra, estiveram em Hollywood tentando o cinema. Nada conseguindo como atores, conformaram-se em ser figurantes e, assim, apareceram em uma dezena de filmes. E quando marcharam vitoriosos sobre Havana, Raul usava uma boina com esta etiqueta: PROPRIEDADE DOS ESTÚDIOS DA REPUBLIC PICTURES…”
Pois é, no fundo no fundo, é apenas vontade de aparecer. Qualquer dia o Gilberto Braga põe o Fidel na Celebridades…
Estou realmente decepcionado com essa trilogia. Começou ótima, foi ficando quase rarefeita na segunda parte, quando, de repente, foi salva pelo intrigante gongo do Arquiteto. E agora essa última parte de pseudo-cristianismo e de filosofia duplamente semi-nietzscheana: eterno retorno e niilismo mal resolvidos… Bom, outra hora falarei sobre isso.
O Fome Zero não parece mesmo um projeto dos mais eficientes… Bom, pelo menos o $14 Steady-cam é de fato uma mão na roda para pobres cineastas digitais… Ah, o site HomeBuiltStabilizers também possui outros bons projetos.
Eis um site muito simples, mas com boas dicas de como escolher uma boa camcorder: DVFreak.com.
Há alguns meses, encontrei um amigo no casamento de uma amiga comum. Ele é antropólogo e estava acompanhado de uma “jovem liderança indígena” – o Ripa, que aparece no filme “Cronicamente Inviável” -, ou seja, um índio Xavante que sabe se aproveitar muito bem do apoio de ONGs e demais organismos internacionais. O que me chamou a atenção foi o fato de meu amigo estar com uma roupa puída, a gola encardida e o tal índio estar vestido como um VJ da MTV, sem falar do lindo celular e demais apetrechos tecnológicos. Em certo momento meu amigo me disse: “Ele vai à Europa, talvez me leve junto…” E aí tive um insight: meu amigo agora é um Personal Antropologist Tabajara!! No futuro, imagino, todo índio terá o seu, todo índio finalmente terá sua chance de ser um patrão…