O Blog do Bonequinho, do Globo Online, fez uma daquelas listinhas comuns, sobre
“As melhores cenas de morte no cinema“. É uma escolha da autora do post. Longe de mim criticar a primeira da lista dela, a do chuveiro em Psicose, mas particularmente gosto muito de uma bem pouco comentada, acho até que jamais estaria em alguma destas listas — nesta não estava. É a de Cortina Rasgada, outro filme de Alfred Hitchcock (1966). Alguém se lembra? Paul Newman e o forno? Sensacional!
Categoria: cinema Page 5 of 31
Olha só quem aparece nesse vídeo do cineasta Carlos Reichenbach, gravado durante o encerramento do III FestCine Goiânia: Cecil Thiré, John Herbert, Rubens Ewald Filho, Vladimir Carvalho, Adilson Ruiz, Vivian Golombeck, Cláudia Librah, André Finotti, Lazzarini, Pimentel e… nóis, qui ganhemu u prêmi di mió direção em curta-metragem!! Eu apareço no décimo oitavo segundo (em primeiro plano, de camiseta verde e óculos, conversando com a Cássia), o Pedro aparece no décimo sexto segundo (com a Ju) e, novamente, eu e a Cássia (2min4seg), sentados na mesma fileira do John Herbert. (Nosso momento Robert…)
Eu tenho andado tão “anti-blog” ultimamente — temos gastado proveitosamente nossas palavras no grupo de discussão dos colaboradores do Garganta — que sequer me dei ao trabalho de dizer que eu e Cássia ganhamos, no III FestCine Goiânia, o prêmio de Melhor Direção em curta-metragem por nosso filme ESPELHO. O juri era formado por Neuza Borges, Cecil Thiré, Germano Pereira, Guilherme de Almeida Prado, Telma Reston e Anselmo Pessoa Neto. Recebemos o prêmio das mãos do ator e diretor Cecil Thiré (foto), que tem um olhar azul aparentemente cheio de histórias para contar. Não pude deixar de mandar lembranças à mãe dele, a atriz Tônia Carrero.
Enfim, foi nosso primeiro prêmio com o ESPELHO. Agora veremos o que rola nos próximos festivais.
Encerrou-se ontem à noite, a mostra competitiva do III Festcine, de ótimo nível, conforme afirmado no post anterior. Abaixo minhas apostas para a premiação a ser anunciada logo mais à noite:
LONGA METRAGEM DE FICÇÃO
– Melhor Filme de ficção – R$ 30.000,00 (trinta mil reais): Via Láctea
– Melhor Direção – R$ 20.000,00 (vinte mil reais): Sandra Kogut, por Mutum
– Melhor Ator –R$ 5.000,00 (cinco mil reais): o menino Thiago da Silva Mariz, em Mutum
– Melhor Atriz –R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Tainá Muller, em Cão sem Dono
– Melhor Ator Coadjuvante – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Marcos Contreras, o Lárcio, de Cão sem Dono
– Melhor Atriz Coadjuvante – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Janaína Kaemer, a Ana, de Cão sem Dono
– Melhor Roteiro – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Aleksei Abib e Lina Chamie, por Via Láctea
– Melhor Fotografia – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Walter Carvalho, por Baixio das Bestas
– Melhor Direção de Arte – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Marcos Pedroso, por Mutum
– Melhor Música ou Trilha Sonora Original – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Siba Veloso e Fuloresta do Samba, em Baixio das Bestas
– Melhor som – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Louis Robin e Beto Ferraz, por Via Láctea
– Melhor Montagem – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): André Finotti, por Via Láctea
LONGA METRAGEM DOCUMENTÁRIO ( 35MM OU DIGITAL)
– Melhor Longa-metragem Documentário – R$ 30.000,00 (trinta mil reais): Jardim Angela
– Melhor Direção – R$ 10.000,00 (dez mil reais): Marina Person, por Person
– Melhor Roteiro – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Marina Person, por Person
– Melhor Fotografia – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): José Roberto Eliezer, por Person
– Melhor Som – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Rita Cadillac, a Lady do Povo
– Melhor Montagem – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Marcelo Moraes, por Jardim Angela
CURTA METRAGEM GOIANO
Melhor Curta Goiano – R$ 10.000,00 (dez mil reais): Espelho, do nosso Yuri em parceria com a Cássia Queiroz
Melhor Direção – R$ 5.000,00 (cinco mil reais): Amarildo Pessoa, por “Última Clareza” (aposto que vão dividir os prêmios)
Prêmio Estímulo Secretaria Municipal da Cultura à Produção de Curta-Metragem – R$ 10.000,00 (dez mil reais): 14 Bis
Dá a sensação de que a safra recente do cinema nacional está de ótimo nível. Assisti a quase todos os longas – documentários e ficções – selecionados para o 3º Festival de Cinema Brasileiro de Goiânia e gostei muito do que vi. Achei o nível geral dos longas excelente. Não há nenhum lançamento, mas são todos filmes que estrearam no circuito de festivais ou comercial de um ano pra cá, alguns bem recentemente.
Já disse aqui neste blog em outra ocasião que acho os brasileiros muito bons documentaristas, mas ficcionistas apenas medianos. Teorizei inclusive que isso poderia se dever a algum traço cultural que nos torna mais propensos a dar tapas na cara do espectador, enquanto nossos amigos argentinos teriam a sutileza requerida para a ficção.
Os filmes que andei vendo confirmam nossa boa veia documental, mas desmentem a idéia de que ótimas ficções seriam exceções bissextas a confirmar a regra. Abaixo o que vi nestes últimos dias e comentários ligeiros. Tentarei escrever mais detidamente sobre pelo menos alguns deles.
DOCUMENTÁRIOS:
Person: o documentário de Marina Person sobre seu pai, o cineasta Luis Sérgio Person, é maravilhoso: sensível, inteligente e emocionante – uma homenagem nada superficial que só uma filha poderia fazer.
Encontro com Milton Santos, de Silvio Tendler: um panfleto esquerdista que sequer faz jus ao pensamento do grande geógrafo. Um engodo que evidentemente tem recebido aplausos em vários festivais. É a exceção negativa da ótima seleção do festival. Não faz jus à obra do próprio Tendler – perdoe-se seu comunismo -, diretor, por exemplo, do ótimo “Glauber Labirinto do Brasil”.
Rita Cadillac – a Lady do Povo, de Toni Venturi: belo tributo à eterna chacrete, hoje também atriz pornô. É um documentário muito bom, mas que não está à altura de seus concorrentes.
Jardim Angela, de Evaldo Mocarzel: grande surpresa. Feito com pouquíssimos recursos e nenhuma mise-en-scéne, sustenta-se na força dos depoimentos de seus personagens, jovens moradores do Jardim Angela, região paulistana que no passado esteve entre as áreas mais violentas do mundo. É espetacular. Merece compor uma tríade dos melhores documentários sobre o tema da violência urbana no Brasil com “Notícias de uma Guerra Particular” e “Ônibus 174”.
FICÇÃO
Via Láctea, de Lina Chamie: sua seleção para a mostra “Un Certain Regard”, em Cannes, este ano, já era evidência de se tratar de um filme incomum. Foi outra surpresa. Imperdível. Lindo.
Mutum, de Sandra Kogut: baseado no conto “Campo Geral”, de Guimarães Rosa, o filme consegue, mais que contar uma história, fazer o espectador mergulhar na atmosfera da fazenda no sertão mineiro. Os papéis infantis, todos com crianças selecionadas em escolas na região do norte de Minas, onde se realizou a filmagem, são incríveis. Todas as crianças dão um show de interpretação. “Mutum” também esteve em Cannes, na quinzena dos realizadores, além de ter sido o grande vencedor do Festival do Rio deste ano. Imperdível.
Cão sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca: como o último filme de Brant foi muito fraco (“Crime Delicado”), eu não tinha expectativas em relação a este, sobretudo também porque a crítica foi fria. Fiquei entretanto muito positivamente surpreso. O elenco está excelente. As interpretações são tão naturalistas que, volta e meia, dá a sensação de se estar em um documentário. Além de que Tainá Muller, a protagonista, é uma deusa…
Baixio das Bestas, de Cláudio Assis: achei bobo, um filme feito por um adolescente revoltado, que está muito abaixo do nível do belo e forte “Amarelo Manga”, do mesmo diretor. Salva-se a impecável fotografia do mestre Walter Carvalho.
Notes for a Theory of the Road Movie
By WALTER SALLES
Published: November 11, 2007
What is the origin of road movies? A year ago, I interviewed Wim Wenders on this topic for a documentary about “On the Road,” Jack Kerouac and the legacy of the Beat generation.
As atrizes Maria Ribeiro e Fernanda Machado falam sobre suas personagens no filme do José Padilha.
Esta música faz parte da trilha sonora do nosso curta-metragem ESPELHO. Chama-se “Espelho quebrado – 7 anos de Hammond” e foi composta por Emanuel Mastrella e Victor Pimenta originalmente para o filme.
[audio:http://www.archive.org/download/Podcasts_Karaloka/Espelho_quebrado_7Anos_de_Hammond.mp3]
É um filme bonito. O acaso combinou muito bem com os dois protagonistas, muito racionais. Ambos almejam o controle de suas vidas.
As duas histórias que derivam de um acidente de trânsito — o engenheiro de trânsito que reencontra a filha, agora adolescente, e jogador de sinuca que busca reviver em outra mulher a namorada — são tocantes. Os atores são ótimos, especialmente Leonardo Medeiros.
O filme mostra uma São Paulo nem feia nem bonita, bem diferente da que normalmente aparece no cinema, aquela dos cartões-postais e da violência da periferia. E tem uma trilha sonora bacana, mesmo que basicamente incidental.