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Categoria: música Page 12 of 15

Bob Dylan e Martin Scorsese

Bobo DylanMês passado assisti ao documentário biográfico No Direction Home: Bob Dylan, dirigido por Martin Scorsese. Muito bom, apesar de ele se fixar tão somente no período que vai de 1961 a 1966, o que, claro, não é pouca coisa, já que mostra a metamorfose dum promissor jovem cantor de música folk num compositor de canções de protesto e, finalmente, deste último no Bob Dylan literalmente elétrico e plugado de Like a Rolling Stone.

Vale a pena detectar, nos 201 minutos de filme, o gênio, o talento, a presença de espírito e a honestidade desse figura que não apenas negou todos os rótulos que tentaram lhe impingir – cantor folk? de protesto? puff! – como fez questão de sublinhar sua completa descrença para com movimentos políticos. Participou de um ou dois festivais de protesto, foi a um grande comício em Washington junto a Martin Luther King e pronto, já sacou qual era a dessa gente que dá o sangue pela política. Valeu a experiência? Valeu, agora bola pra frente. E até hoje Dylan não entende o porquê de a imprensa querer saber o que artistas como ele, gente tão despreparada para tal, pensam sobre política. (Isso é que é um cara lúcido!)

Não é do Juca Chaves

Graças ao meu pai, ouço Juca Chaves desde criança. O que só aumenta minha vergonha diante da gafe que cometi para com ele. Recebi uma mp3 por email meses atrás – Cagar é bom -, dei muita risada da paródia ao João Gilberto e, sentindo que a voz poderia não ser do Juca, fiz uma rápida pesquisa na internet. O site Letras.mus.br, do portal Terra, me confirmou, pois, a “autenticidade”: a música era mesmo do Juca Chaves. Escrevi-lhe solicitando autorização para colocar aqui o mp3. E, hoje, cinco meses mais tarde, ele finalmente me responde – super delicado e atencioso – dizendo que a gravação não é dele, que não faz paródias, senão sátiras, e que não usa termos “assim tão chulos” em suas canções. Puts, eu podia dormir sem essa… É como elogiar um escritor que se admira há anos, diante dele, pelo romance dum outro. Pesquisando mais acuradamente, encontro ainda duas versões do autor: no site Mundo Bizarro, “Jactânsio Bazófio” afirma que a paródia é de Rogério Skylab. Mas, finalmente, descubro que é, sim, do Laert Sarrumor, do Língua de Trapo. Será que agora alguém me dará permissão para divulgá-la? (Ai, quanta frescura da minha parte!)

  • Ah, quer saber?, ouça e dê risadas!

(Qualquer problema aí, Laert, fale comigo e eu retiro a música do site, ok? Agora deixa eu voltar às Confissões de Santo Agostinho…)

P.S.: Recebi este email do Laert Sarrumor:

Radio.Blog.Club

No Radio.Blog.Club é possível encontrar e ouvir, em streaming, diversas músicas. Caso se cadastre no site, você também poderá criar sua própria lista de músicas favoritas, evitando assim ter de voltar a buscá-las a cada nova visita. E ainda: há um programa disponível para download, que pode ser instalado em seu próprio site, criando ali um player linkado diretamente ao Radio.Blog.Club.

Juliette & The Licks

Juliette LewisSe eu ainda tivesse a cabeça que tinha quando, nos anos 80, acompanhava o movimento punk – inclusive indo a shows dos Inocentes, Garotos Podres, Replicantes, Cólera, etc. – se eu tivesse essa cabeça, estaria loucamente apaixonado pela fase vocalista da Juliette Lewis, aquela lolita que conhecemos no filme Cabo do Medo. Pena que essas garotas doidinhas já não me assustam mais. (A gente sempre se apaixona por quem nos causa temor y temblor. Ultimamente a Teresa de Ávila me parece infinitas vezes mais espantosa.) Juliette Lewis & The LicksMas até que a banda Juliette & The Licks faz, dentro de seu estilo podreira, um bom som. Lembra realmente a minha aborrescência. E a figura, claro, é das mais performáticas. E gata.

O Quasímodo é lindo

Ontem, minha amiga Paola Antonácio, arquiteta que recém concluiu seu mestrado na Espanha, me contou algo impressionante: ela estava na Harold’s, a famigerada loja de departamentos londrina, quando, de repente, a um metro do seu narizinho, deparou com ninguém mais ninguém menos que… Michael Jackson! Claro, o cara, além dos filhos – pelo jeito aquele garoto sobreviveu à aventura da sacada do apartamento -, o cara estava sendo seguido por todos que o viam, tal como um planeta a seqüestrar, durante sua translação, meteoróides e outros detritos espaciais. Nuvens de consumidores o acompanhavam enquanto ele admirava, tranqüilamente, prateleiras apinhadas de eletrodomésticos. Mas o espantoso não era isso – encontrar-se com o Michael Jackson? ora, que bobagem – mas sim o fato de que, segundo Paola, ele era lindo! Sim, ela nunca vira antes uma disposição tão aristocrática e serena, nunca vira cabelos tão bonitos, brilhantes e sedosos, uma pele (sim, branca) tão delicada, um nariz tão… feito sob medida, ora essa.

Pandora

Se você quiser conhecer bandas e músicos de perfil semelhante ou aproximado ao daqueles que curte ouvir, visite a Pandora e curta ao menos as dez primeiras horas gratuitas de streaming. (Segundo pude perceber, o site detecta o browser, não o IP, o que significa que é possível ganhar mais dez horas passando do Firefox para o IE.) Só para testar, criei estações de rádio a partir de Miles Davis, Goldie, The Clash, The White Stripes e The Velvet Underground e o site meteu uma seqüência de sons – de estilo semelhante aos citados – que eu nunca antes ouvira falar. (Bem, não sou mesmo um rato de loja de CDs…) Vale a experiência.

Vai tocar, Wagner Tiso!

O músico Wagner Tiso, em entrevista ao jornal O Globo, provou que como pensador político é um ótimo músico, muito embora eu, com meu quê de João Cabral de Melo Neto, que não gosta de música (gosto sim), não saiba citar sequer uma de suas composições. Imagino que o cara seja na verdade um entrante, isto é, o Wagner original desencarnou e cedeu o porco, digo, o corpo para a falecida Velhinha de Taubaté, que hoje o habita. Do contrário, como explicar que, após tantas denúncias e testemunhos (incluindo o do governador de Goiás), o cara ainda acredite que o PT não se envolveu com corrupção e ainda tenha a manha de afirmar que voltará a votar no Lula? E chega a defender o governo alegando que nosso grande estadista aumentou a distribuição de renda, diminuiu a fome e todas essas mentiras que a publicidade petista tenta nos impingir. Incrível, chega a ser hilário. Ele só admite que o PT tenha manuseado – eu diria encuecado – R$55 milhões para molhar a mão de partidos aliados durante a campanha, o que para ele é perdoável, já que se tratava de verba com “destinação política”.

Karlheinz Stockhausen

Eu pensei que já havia escrito sobre Karlheinz Stockhausen, mas não o encontrei no arquivo. Estranho. Tinha certeza de que já havia iniciado um artigo a respeito. Bem, já que no dia 22 de Agosto ele completou 77 anos de idade, farei ao menos um pequeno comentário.

Stockhausen é um dos pioneiros da música eletrônica, tendo passado pelas pouco palatáveis músicas serial, indeterminada e eletroacústica – aliás, muito interessantes para trilha sonora. (Que me desculpem os fãs.) Conversando com o compositor Paulo Guicheney, aluno do José Antônio de Almeida Prado, fico sabendo que o cara é considerado por seus pares um maluco, já que compõe óperas ou sinfonias que duram uma semana – que poderiam ser acompanhadas numa rave, imagino, de dentro de uma barraca – em geral baseadas na cosmologia do Livro de Urântia. Aliás, é o primeiro artista consagrado a utilizar o livro como tema. Há uma entrevista com ele neste site. A propósito: parece que ele anda dizendo por aí que veio de outro planeta…

Por que canto tão bem no chuveiro?

Na internet encontramos respostas até para esta pergunta. Quer saber por quê? Clique aqui.

Pynchon e Morrison

Um dos boatos mais doidos que já ouvi — na verdade, meu boato predileto — é esse que afirma serem Jim Morrison e o escritor Thomas Pynchon a mesma pessoa. Veja o que diz a esse respeito o verbete do livro de Edson Aran, “Conspirações – Tudo o que Não Querem que Você Saiba“:

“O líder dos Doors, Jim Morrison, morreu em 3 de julho de 1971, em Paris. Mas:

1. Três dias antes da ´morte´, Morrison visitou o próprio túmulo, que ele havia comprado alguns meses antes, no cemitério Père Lachaise.
2. Ninguém viu o corpo. Quando Bill Siddons, empresário do grupo, chegou ao apartamento de Morrison, o caixão já estava lacrado.
3. Pamela Courson, viúva do roqueiro, mostrou uma certidão de óbito assinada por um médico desconhecido. Ela disse que estava muito transtornada para perguntar o nome do médico que, apesar da notoriedade do defunto, preferiu ficar no anonimato. Até hoje.
4. A causa da morte foi ataque cardíaco, mas a polícia não fez autópsia no corpo, prática incomum na França.
5. Quando o baterista do grupo, John Densmore, visitou o túmulo do colega, não conteve a surpresa: ´Mas é pequeno demais!´.
6. Testemunhas afirmam que viram Jim Morrison andando tranquilamente por Paris. Dois anos depois da sua morte. E um certo James Douglas Morrison abriu uma conta no Bank of America, de São Francisco, de onde transferiu grandes somas para a Dinamarca.

Mas por que Jim Morrison teria forjado a própria morte? Simples. O Rei Lagarto se sentia velho demais para o rock´n´roll, mas novo demais para morrer. Embora fosse um popstar milionário que comia toda a mulherada, ele, no fundo, queria ser um escritor pobre que não come ninguém. Preferiu se fingir de morto e tentar a carreira literária numa outra encarnação. Conspirólogos mais doidões dizem que Morrison é o escritor Thomas Pynchon, autor de Vineland, O Arco-íris da gravidade e O Leilão do Lote 49. Pynchon não se deixa fotografar nem dá entrevistas. É a prova que faltava.”

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