Eu já fui assaltado cinco vezes ao longo da vida. Três em São Paulo – duas no mesmo dia, quando eu tinha 14 anos de idade(1985) – uma no Equador(1990) e outra em Goiânia (1988). Todas a mão armada, três com armas de fogo. A última foi em 2000, numa travessa da Av. Paulista, enquanto eu estava ligeiramente alcoolizado, dirigindo o carro de um amigo mais alcoolizado que eu. O cara meteu o revólver pela janela e eu o tratei com a maior delicadeza, como se ele estivesse me pedindo esmola. O figura ficou de cara e eu, com a vida. E com o carro. Experiência… Em Goiânia, quando eu ainda estava aprendendo a ser assaltado, o figura chegou a atirar pra cima, já que eu não queria me separar da minha envenenada Mobyllete, que, apenas na minha ilusão, estava destinada a ser trocada por minha primeira moto. Larguei-a muito a contra-gosto. No Equador, vi a morte chegar junto, pois o pivete engatilhou o revólver e o apontou na minha cara no momento em que perguntei se podia “sacar la pelícola de la” câmera. Eu havia tirado altas fotos de um cemitério de navios…
Tudo isso é para dizer que… bem, eu finalmente não possuo mais nada a ser levado, tô zerado, duro, pobre que nem um monge chinês. Mas que agora eu tô afim de treinar a minha capoeira, ah, isso eu tô…