Para quem está por fora dos últimos acontecimentos em Brasília, Dora Kramer dá um bom resumo em sua coluna de hoje. Roberto Jefferson mostrou que não dá pra confiar em nenhum engravatado de Brasília, logo, que legitimidade terá essa CPI? Tudo se passa como no filme “Os Intocáveis“, no qual Eliot Ness precisou dizer ao Juiz que também ele, Juiz, estava na lista de jurados comprados por Al Capone. Somente assim o meritíssimo aceitou trocar os jurados com os da sala ao lado, permitindo um julgamento justo. Quem na Câmara dos Deputados está limpo o suficiente para atirar a primeira pedra? Como saber quem foi e quem não foi comprado? Sim, porque nos intervalos da transmissão do depoimento de Roberto Jefferson, assistimos à propaganda do Partido Liberal, na qual seu presidente, Valdemar da Costa Neto, instava o povo a exigir providências. “A corrupção não pode continuar”, dizia ele. Fim do intervalo e vemos Jefferson respondendo ao mesmo Valdemar da Costa Neto sobre quem é que distribuía o tal dinheiro do “mensalão” no PL: ele mesmo, Valdemar. Algo me diz que as discussões de bastidores na Câmara se restringem ao sabor a ser pedido: se calabresa, se quatro-queijos, se portuguesa…