A opinião do Alexandre Soares Silva sobre o assunto vale muito seu clique.
O outro Alexandre, o Alex Castro, por sua vez, elogiando o concurso de cartoons sobre o holocausto do Hamshahri, disse que:
“(…) vai testar o quanto o Ocidente realmente acredita na liberdade de expressão que tanto prega. Nada mais justo do que forçar a mão de quem prega a autoridade moral de ser o inventor da democracia, blá blá.
Em segundo lugar, por mais que eu não goste da idéia de brincar com o Holocausto, a verdade é que o melhor jeito de lutar contra uma charge é fazendo outra charge. Com certeza, não queimar embaixadas ou lançar fatwas.
O jornal iraniano está certo em desafiar o Ocidente. Vejamos se o Ocidente passa no teste.”
o eDitador
Credo, gente, que maomezeira, hem? É a maometização da imprensa, diria o Zé Simão.
(Eu sou mais essa caricatura aqui.)
Mas, falando sério, acho uma ingenuidade ver algo de positivo nessa reação dos iranianos, essa de criar um concurso que premiará as melhores charges tendo como tema “o Holocausto”. Pois ainda é desproporcional. Parece que não, afinal fazer caricaturas é melhor que explodir bombas. Mas se os Ocidentais tiraram o sarro do Maomé, o mais lógico seria os caras, tal como na caricatura do France Soir, tirarem o sarro ou de Jesus ou de Moisés, não do Holocausto. Ao fazer isso, só mostram o quanto são malucos perigosos. É covardia contrapor um ser pretensamente divino a meros mortais. No fundo, sabem que os Ocidentais sabem rir de si mesmos e que, se tirassem o sarro do Senhor do Universo, ficaria tudo na mesma. Aliás, se Jesus não se deixou abalar nem mesmo por uma crucificação, uma caricatura então seria fichinha.
A oposição que eles fazem é muito nítida: “profeta X judeus”, “profeta X ocidente”, “profeta X EUA” (outro tema do concurso é “a opressão americana no mundo”), ou seja, no fundo o profeta deles não tem nada de transcendental, pertence apenas a este mundo, como todos nós ocidentais ou povo judeu ou americanos. Daí não haver sentido, para eles, opor Maomé a Moisés ou a Cristo. Esses radicais tornaram o islamismo rasteiro. Embora haja gente que veja o islamismo como intrinsecamente rasteiro…
Bom, o melhor artigo mesmo é o do Reinaldo Azevedo, Maomé e os covardes.
Inté!