O texto abaixo, de Paulo P. Martins Jr., não é senão um comentário a uma das entradas do meu extinto blog O eXegeta, que tratava unicamente do Livro de Urântia:

O livro de Urantia quanto a ser revelado, ou não, de fato não difere da Bíblia ou do Coran ou do Baghava Ghita em suas condições de “ditas revelações”. Isto é compreensível já que nenhuma reveleção, ainda que os profetas o descrevessem não é “falada, ditada ou coisa que o valha por um alienígena de corpo presente”. Todo o fenômeno da revelação, como o da iluminação aliás, é fenômeno transpessoal bem tratado e já estudado em Psicologia Transpessoal e outros ramos do saber científico.

No sentido de que “uma revelação” seja revelação de fato só ocorre em um processo transpessoal no qual “o sujeito recebedor” recebe pelos seus próprios canais “carnais e psíquicos”, i.e., “intuindo, ou transcrevendo, ou ouvindo ou vendo” algo que é formado em sua mente e alma. Assim foi e é com todos, e com todas as intuições científicas.

O Livro de Urantia tem o porte de um livro inspirado, se não o quisermos “revelado”, e ainda que agregue coisas de outras tradições, religiões, mesmo de seitas e até científicas, é algo de notável e que faz sentido, pelo menos naquelas coisas “mais triviais” como a evolução das espécies e em sua articulação do sentido de revelação com descobertas da ciência moderna e tantos outros aspectos cognitivos.

Se esse livro for, ou não, uma revelação não faz mal, mas em ambos os casos faz bem! Faz bem pela profunda reflexão que permite sobre assuntos tão sérios e críticos para a condição humana como a nossa natureza espiritual, a possível existência dos Monitores de consciência provenientes do Pai, enfim tantos assuntos.

Vale apena refletir sobre os conteúdos desse livro. Ele não é incompatível com a Bíblia, nem com o Baghava Ghita, que tem outro objetivo, e por certo, não é incompatível com a Thorá.

Apreciei a obra de modo efetivo, e por certo, os Monitores de consciência me deram e dão muito o que pensar … afinal de contas o que sabemos sobre as coisas primeiras e últimas da condição humana – nascer / morrer – afinal o que é isto tudo?

Urantia é mais uma bela obra a contribuir para refletirmos sobre nossa condição humana, e neste sentido traz boas provocações. A cada um aproveitá-las como melhor der conta de fazê-lo.

Por fim uma abordagem epistemológica dessa obra em relação a outras tradições, com o apoio da Psicologia Transpessoal, da cosmologia, da teoria da evolução e de grandes clássicos de século XX (cito Wilber, Neuman, Mircea Eliade, etc.)permitirá enriquecer a experiência de cada um de nós.

Saudações àqueles que aceitam desafios.
Paul Martin