Falcon
Fico bastante chateado quando me lembro que, hoje, eu deveria ser um milionário. Explico: em fins dos anos setenta, eu costumava atirar meu Falcon pela janela do quarto – morávamos num sobrado em São Paulo – com as pernas presas a um elástico comprido, o mesmo que meu pai usava para impulsionar seu aeroplano (um aeromodelo sem motor). Se eu soubesse que, mais tarde, o tal bungee jump viraria um esporte radical, teria patenteado minha invenção e, agora, bem, agora estaria montado na nota. Como toda invenção, essa também nasceu de uma preguiça: eu não agüentava mais descer as escadas para buscar meu Falcon cada vez que o fazia saltar de pára-quedas. E, quando um dia o pára-quedas não abriu, vi que o vai-e-vem do elástico era muito mais divertido. Será que, caso eu encontre uma foto da época, ainda poderei registrar a tal patente? Poderei? 🙁