Em muitos países africanos, bruxaria é um assunto muito sério. Mais que isso, creia-se ou não em bruxas, é elemento fundante da cultura e do tecido social.
Em Gana, terra natal do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, na costa oeste africana, as acusações de bruxaria resultam anualmente em centenas de atos de violência – quando não no linchamento e morte – contra muitas mulheres. Frequentemente, doenças numa aldeia ou mortes prematuras são entendidas como resultado de trabalhos de bruxaria.
Existem neste país, verdadeiros campos de exílio de “bruxas”. Muitas mulheres acusadas são condenadas a se refugiarem nestas aldeias quase que exclusivamente femininas; outras fogem para evitar a morte ou podem ser levadas pela própria família, de forma a evitar mal maior.
A arraigada e generalizada crença tradicional na bruxaria e a violência contra as mulheres a ela associada vêm se confrontando, num dilema ainda distante de solução, com a tendência de modernização da sociedade.
Há um documentário muito forte sobre o assunto, chamado Witches in Exile. Aqui há um artigo sobre o assunto.
O que pensam nossos antropólogos?
yuri vieira
No livro Meia Vida, de VS Naipaul, o narrador descreve o procedimento de sua esposa, uma fazendeira africana descendente de portugueses, ao lidar com o roubo dos dólares e do passaporte do marido por parte de empregados moçambicanos. Ela avisa a todos que, dentro de um ou dois dias, estará ali um feiticeiro que irá dizer quem afinal fora o autor do roubo. Ficam todos piscando. Em poucas horas, ela retorna à gaveta: lá estão novamente o dinheiro e o precioso documento.
O famigerado Edir Macedo e sua trupe anti-feitiço e anti-encostos iria fazer sucesso naquelas bandas.
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