Dizer que os deuses do futebol são implacáveis parece coisa de mesa-redonda de domingo à noite. Ontem, mais do que nunca, eu não quis assitir a nenhuma mesa-redonda porque nunca tive comprovação mais forte, dolorida e terrível dessa implacabilidade.
Voltem o tempo e me digam que nada disso é verdade. Como o mundo é injusto.
Depois de 18 anos sem ganhar um campeonato goiano, o Atlético fez um campeonato de arrasar. Se o torneio fosse por pontos corridos, seríamos campeões disparados. E nem é isso o pior. O time do Atlético é realmente excepcional. Dá prazer, enche os olhos vê-lo jogar. A bola nunca sai do chão, corre na grama todo o tempo. Os caras tocam com uma rapidez de time de Telê Santana, jogam com velocidade, têm uma disciplina tática impecável e grande criatividade em figuras com Fabinho e Dida que, logo, estarão na Série A do Brasileiro.
E aí, uma final. Como é possível um time jogar dez vezes melhor que o outro, massacrar o adversário, perder, no mínimo, oito gols, levar um de bobeira e ter que suportar a comemoração com escárnio de quem sabe que foi pior e mesmo assim levanta a taça?
Espera, Goiás. Pra você, a Libertadores acaba nas oitavas.
Para completar a tristeza, este maravilhoso time do Atlético, que, sem nenhum reforço, apenas continuando a treinar, ganharia com tranquilidade a Série C do Brasileiro, evidentemente vai ser todo desmontado e a escumalha dos cartolas fará seu banquete com o dinheiro das vendas. Afinal, não se pode sustentar um time por quatro meses sem competições – a terceira divisão só começa em setembro.
Tudo terá sido um último lampejo antes do estertor final do time mais tradicional do Estado?