Cláudio Weber Abramo, em seu blog, inspirado ao estilo do pai:

O jornalista Claudio Abramo, meu pai, às vezes permitia que seu pessimismo arraigado transparecesse em seus escritos. Lembro-me de uma coluna em que declarava seu cansaço com a política brasileira, que considerava tediosa, carente de imaginação, indigente e deprimente.

Creio que seria difícil discordar disso, em especial à vista do que se observa por aí hoje em dia.

Vejamos. Aí vai uma tentativa de caracterização dos nossos valorosos partidos:

* PFL – Um ajuntamento de oligarcas de quatro costados. É um valhacouto de ACMs, sátrapas regionais que secularmente dominaram a vida nas capitanias que lhes passam hereditariamente desde 1500. Atraso de vida igual é difícil de imaginar.
* PSDB – Começou mais ou menos na centro-esquerda, com pretensões à modernidade. Alguns o concebiam como ponta-de-lança da introdução de práticas liberais (no sentido filosófico clássico) na política brasileira. É hoje dominado por egressos da mesma oligarquia pefelista, aliados a gente informe, do tipo PMDB. Virou um partido de direita.
* PT – Mostrou, no poder, o que muitos sabiam desde o início, a saber, que não tem substância nenhuma. Aproveita-se da generosidade de simpatizantes muito ingênuos, auto-alimentados pela própria ignorância. Como o partido não tem nenhuma espécie de estofo, é presa fácil dos mesmos aventureiros que povoam o partido seguinte.
* PMDB – Ajuntamento sem nenhum caráter, que desafia descrições.
* PP, PL, PTB e companhia bela – Um amontoado de picaretas.

Nesses, sobram alguns indivíduos e agrupamentos com os quais se pode conversar, notadamente no PSDB e no PT. Os quais, para alguns, não fossem as circunstâncias agravantes, constituiriam as bases para uma aliança em direção a alguma espécie de futuro.

Não vai acontecer. Petistas são representados oficialmente por burocratas de tipo sindical sem nenhuma espécie de escrúpulos. Costumam ser apoiados por um lumpesinato analfabeto, sobre o qual pontificam pseudo-intelectuais de quinta categoria.

Tucanos mostram-se carentes de espinha dorsal, presas fáceis de uma direita bom-mocista e caudatária dos piores interesses.

É um pouco por isso que, ante o que se vê, cada qual diz lá de seu lado: “Ladrão por ladrão, fico com quem cheira como eu cheiro”.