O artigo tem como inspiração um jogo entre participantes de um programa de formação de lideranças em meio ambiente e desenvolvimento no campus da Universidade de Guadalajara, em abril de 2003, reunindo participantes de todos os continentes do globo. Coincidentemente, eu participei desta pelada única, no time oposto ao de Rahul, que atuou como goleiro dos mexicanos, e este indiano simpático e gentil, como quase todos, foi uma das grandes amizades que resultaram deste encontro mediado, em dois tempos, pela bola. Na partida México X Resto do Mundo e, antes dela, num 0 X 0 deprimente acompanhado pela televisão, que logo esquecemos à medida em que as garrafas de tequila iam sendo consumidas, entre México e Brasil coincidentemente no Estádio Jalisco, em Guadalajara, a poucos quilômetros de onde nos encontrávamos e onde o Brasil jogou nas copas de 1970 e 1986. Aliás, os craques da seleção de 86 e o velho Telê – Deus o tenha – haviam se hospedado exatamente nos mesmos quartos onde nos encontrávamos, no Hotel Villa Primavera, mantido pela Universidade de Guadalajara, e treinado no mesmo campo sagrado onde nós nos enfrentáramos mais cedo. A tradução é minha (clique aqui se preferir ler o texto original no site do The Times of India):
AMAR A TODOS
Estou convencido de que o futebol é o esporte mais popular do mundo. Me dei conta da universalidade deste esporte adorável em Guadalajara, México, onde me encontrava participando de um programa internacional sobre gestão ambiental. Éramos 150 delegados de cerca de 30 países tomando parte neste programa de 10 dias. Coincidentemente, o país anfitrião, o México, recebera os então campeões mundiais, o Brasil, para uma partida no estádio de Guadalajara na noite anterior ao início de nosso pograma. Como se pode imaginar, havia mais pessoas na sala de televisão, assitindo ao jogo, do que participando da festa de boas vindas organizada pelos anfitriões no jardim do lado de fora.
O espírito para o programa se estabelecera. Assim que a sessão de trabalho se encerrou no primeiro dia, os futebolistas em nosso grupo marcharam para o campo da Universidade de Guadalajara para uma partida. Formamos duas equipes. México contra o Resto do Mundo. O “Resto” exibindo talentos de nações africanas como Nigéria, Senegal, Costa do Marfim, Tunísia e Camarões, e de países asiáticos como o Japão, a Indonésia, a Índia e o Paquistão, bem como da estrela latino-americana, o Brasil. Faltava um jogador para completar o time mexicano, de modo que me voluntariei para atuar como goleiro. Eles imediatamente me rebatizaram “Raul” e se mostraram felizes porque me mostrei habilidoso sob as traves. No intervalo, chegaram a me perguntar “Ei, por que não se ouve falar tanto sobre o futebol indiano na arena internacional?” A partida terminou empatada e tivemos que recorrer a uma disputa nos pênaltis para decidir o vencedor. O empate continou até que defendi um dos pênaltis. Lá estava eu, cara a cara com um brasieliro prestes a disparar seu chute final. Se eu o defendesse, nós venceríamos. Eu agarrei a bola. Os mexicanos exultaram. Me levantaram em seus ombros e me carregaram desfilando pelo campo. Na festa, mais tarde naquela mesma noite, o primeiro brinde com tequila foi feito em minha homenagem com as seguintes palavras: “ao Raul, da Índia, goleiro do México”. Fui inclusive presenteado por meus colegas de equipe com o uniforme da seleção mexicana. Hoje, eu sempre o visto para minhas partidas de futebol em Pune aos domingos. Há qualquer outro esporte que consiga romper barreiras culturais e linguísticas tão facilmente?
Abraço saudoso ao amigo Rahul.
His text was inspired by a match gathering participants from around the globe at an international program on sustainable development summoned at the University of Guadalajara campus, in Mexico, on april 2003. Coincidentially, I was also part of this unique match, on the team opposing Rahul’s, who offered to perform as the goaltender for the Mexican team. This kind and warmhearted Indian citizen, as most of his countrypeople are, was one of the great friendships resulting from this meeting, twice facilitated by the ball. At this Mexico X Rest of the World match and, on the evening before it, on a depressing scoreless tie we followed through the tube (soon to be forgot as tequila bottles were emptied at the ensuing party), between Mexico and Brazil, coincidentially at the nearby Jalisco Stadium, in Guadalajara, just a few kilometers away from where we found ourselves, and where Brazil had played both in 1970 and 1986 world cups. As a matter of fact, the 1986 national team stars and old coach Tele Santana – may God keep his soul – had been hosted by the very same rooms we then occupied, at the Villa Primavera Hotel, kept by the University of Guadalajara, and had practiced on the same sacred field where we would play the next evening.
Here goes a longing hug to my dear friend Rahul. Click here to check his text at the website of The Times of India.
rahul chandawarkar
dear pedro,
it was so nice to trace yr blog/website from the google search engine!
i am so thrilled that you have actually featured my write up on football which appeared in the times of india newspaper in india.
pls write back and keep in touch!
cheers
rahul