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Kurt Vonnegut (1922-2007)

Caramba, estou me sentindo tão desinformado. 🙂 Kurt Vonnegut morreu dia 12 de Abril e só agora fiquei sabendo. (Ainda posso usar a produção do nosso curta-metragem como desculpa, mas um dia terei de arranjar uma outra.) Vou me abster de entrar em pormenores sobre esse cara. (Como diria a Hilda, informe-se.) Basta dizer que alguns de seus livros me fizeram dar muitas risadas. Um figura que, enquanto prisioneiro de guerra dos alemães, presenciou em terra o bombardeio de Dresden pelos aliados – bombardeio esse que matou entre 25.000 e 35.000 pessoas – só podia ou ficar louco ou desenvolver um estupendo senso de humor. Escolheu um pouquinho do primeiro e mais deste último. Bem, se tivesse transcendido também o humor, indo até as alturas da fé religiosa, talvez não tivesse tentado o suicídio em 1984, mas, enfim…

Tente imaginar um Luis Fernando Veríssimo norte-americano escrevendo paródias de ficção científica e novelas com personagens excêntricos em meio a situações surreias. É mais ou menos isso. Agora, tanto como o Veríssimo, bastava o cara falar de política para começar a emitir bobagens. Chegou a tecer elogios aos terroristas islâmicos, imagine. Sim, era esquerdista, participou da contra-cultura e tudo mais, ninguém é perfeito. Quem não o conhece, sugiro como leitura inicial “Pastelão ou Solitário Nunca Mais” (“Slapstick or Lonesome no more!“). É bom começar com essa maluquice hardcore. Mas não vá levá-lo muito a sério não, hem.

Ah, vale lembrar que No You Tube, há também muitas entrevistas com o figura. Veja esta no Daily Show, programa do John Stewart:

“O que realmente parece importante? Lutar de boa fé com o destino.”
Kurt Vonnegut

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1 Comment

  1. Rodrigo

    Oi, Yuri.
    Também fique sabendo da morte do Vonnegut por acaso, fuçando na net.
    O interessante é que minha opinião sobre o sujeito coincide com a sua.
    Considerava-o um esquerdalha , e, como tal, sempre falava asneiras. Mas, caramba, confesso que sempre que pego um livro dele, não consigo parar de ler. É de viciar.
    Tudo bem que criou uma , vá lá, fórmula, e não largou mais dela; e sempre havia algumas idéias furadas nos seus textos. Mas o humor é irresistível.
    Também acho que ele nunca conseguiu se abrir verdadeiramente para o transcendente, o que se reflete, como você observou, em sua depressão e tentativa de suicídio. Talvez ele fosse um exemplo de paralaxe, não saberia dizer. Era um humanista misantropo, ou algo do tipo.
    Tudo bem. Tinha a desculpa de ter passado pelo século XX , pela guerra mais fdp da história, pela cultura e contra-cultura americanas, e assim por diante. O fato é que ele me proporcionou boas gargalhadas. Pra mim, isso já valeu a pena hehehe. Coisas da vida.
    Abraços.

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