Estudante paga meio prato de comida? Paga meia blusa? Paga meio par de tênis? Estudante paga meio cigarro? Então por que diabos o cara acha que tem que pagar meia entrada de teatro? O trabalho que o ator tem – que o cara da iluminação tem, que os técnicos têm – é o mesmo, seja a platéia de estudantes ou não. Por isso não entendo por que é que o maldito estudante tem que pagar meia entrada.
Sou contra a meia entrada.
E o pior ainda é a meia entrada para aposentado. Qual a finalidade disso? Aposentado paga meio prato de comida? Quando um aposentado vai comprar uma privada nova, ele paga meia privada? Quando ele vai pôr gasolina no carro para ir à casa dos filhos, ele paga meia gasolina? Paga meia corrida de táxi? Então por que é que tem que pagar meia entrada de teatro? Isso é desvalorizar o trabalhor do teatro! Temos quer ser contra a meia entrada, em qualquer situação! O trabalhador do teatro seja ator, técnico ou vendedor, está tendo o mesmo trabalho para atender a um adulto, a um aposentado ou a um estudante; portanto pagar meia entrada é
desvalorizar o trabalho desse trabalhador!
Sugiro a confecção de uns bâneres: “Eu sou contra a meia-entrada, a meia entrada desvaloriza o trabalho do profissional de teatro”. Alguma coisa assim. Vamos colocar esses bâneres nos nossos saites. Quando a idéia ganhar visibilidade, algum político vai defendê-la. Na rua, quando encontrarmos um aposentado, devemos perguntar: – Se vc não paga meio café, não paga meia cachaça, por que diabos quer pagar meia entrada?
daniel christino
Em tese, a meia entrada surgiu como um modo de facilitar o acesso a eventos culturais (cinema, shows, teatro, etc.). Parte do princípio de que estes eventos são um elemento importante do processo de formação dos estudantes. Como eu já havia dito no meu post sobre Movimento Estudantil , está é a sua principal atividade, sua razão de ser (embora muito sejam obrigados a trabalhar enquanto estudam, o que não é o ideal), formar-se intelectualmente.
Neste sentido eu acredito que a meia entrada para estudantes é muito legal e eu sou a favor.
Contudo, NÃO sou a favor da gestão da UNE, ou seja, o certificado de que um cabra é estudante não precisa passar por uma entidade estudantil cuja racionalidade não é estudantil – de acordo com meus critérios -, mas sindical. Por outras palavras, é necessário moralizar o negócio das carteirinhas.
Além disso, uma parcela muito pequena da população economicamente ativa é estudante – se contarmos só os universitários, menos de 5% da população brasileira ao todo, e nem todos trabalham. Logo, o impacto econômico não é lá muito grande. Apesar disso, os cinemas andam cobrando um preço exorbitante de quem não é estudante para compensar o subsídio, alegando que o processo de confecção das carteirinhas não é confiável. E, como já disse, não é mesmo.
Contudo, este me parece o caso clássico do combustível. Aumentam o preço da gasolina atrelando-o ao aumento da cotação do dólar, mas quando o dólar abaixa o preço da gasolina não acompanha. A diferença torna-se lucro. Isso é ruim? Não, mas também não é honesto com o consumidor. Vai acontecer a mesma coisa com o cinema: acabamos com a carteirinha e o preço fica o mesmo (ou talvez caia aí uns 2 ou 3 reais).
Se você realmente quer respeitar o profissional do teatro ou do cinema, faça mais pessoas irem ao teatro ou ao cinema. Cultura não é um produto como comida, cujo consumo é compulsório. É necessário formar um mercado, apurar o gosto, aumentar a demanda. Melhores filmes ou peças, mais gente comparecendo, maior lucro, melhores salários.
Aqui no Brasil nos temos essa mania: descartamos uma idéia não porque ela não é boa, mas porque nós não conseguimos fazê-la funcionar; aí achamos, do alto da nossa sapiência, que ela não era boa mesmo. Êita Brasilzão…
Rita
Comparar cachaça, privada, etc. com incentivo à cultura é demais. E ainda põe a culpa nos estudantes e aposentados. Também vou confeccionar bâneres:”Eu sou contra os posts do Ronaldo, desvalorizam o blog Karaloka”
Ronaldo Brito Roque
Estudante precisa de cultura, logo deve pagar meia entrada. Homem precisa de comida, logo devemos pagar meio prato de comida. Homem precisa de camisinha, logo devemos pagar meia camisinha.
Não é o estudante que precisa de cultura! Todos nós precisamos de cultura. Não é justo cobrar o dobro do homem de negócios, do lixeiro, do entregador de gás. Acaso eles não precisam de cultura? Não é justo cobrar o dobro de quem terminou a faculdade e não quis fazer mestrado. Acaso essa pessoa não precisa de cultura? Todos precisamos de cultura, não só o estudante.
O que vc está dizendo é falso. Vc diz: estudante precisa de cultura, logo deve pagar meia entrada. É o mesmo que dizer: homem precisa de comida, logo deve pagar meio prato de comida. Vc parte de uma premissa falsa e chega a conclusões falsas. Vc quer criar um teatro elitista ao qual só estudantes tenham acesso. Isso é errado. Sou a favor de um teatro para todos. Não é justo que homem de negócios, o gari, o entregador de pizza e o bancário paguem o dobro. O trabalho que o ator tem é igual, seja a platéia de estudantes ou não, logo o preço cobrado tambem deve ser igual. Pagar meia entrada é desvalorizar o trabalho do teatro e descriminar quem não é estudante. Vc provavelmente é estudante, por isso está puxando a sardinha para o seu lado.
Abraço,
Rbr
Ronaldo Brito Roque
O estudante também tem que comprar jornal e livro, mas acaso o estudante paga meio jornal e meio livro? Deixe as leis de mercado funcionarem para o teatro, assim como funcionam para os livros.
Abraço,
Rbr
Waltencir Ribeiro Oliveira
Cultura é mesmo algo imensamente controverso.Ninguem precisa ser inteligente para ser culto.Penso que basta ter bom gosto.Ser sensivel, romantico, centrado.Por isso eu concordo com o Ronaldo. Ja pensou se algum doador de órgãos doasse a metade deles? E se o receptorrecebesse somente uma parte? Nao acho que comparar Cultura com Cachaça, Privada, Café, Coletivos, Taxi, seja algo assim tao desastroso. Afinal todos algum dia usamos quase tudo isso, mas bem poucos se lembram de dar valor á Cultura e aos trabalhadores da área.
Quer um exemplo? A propria TV, lugar onde os profissionais de cultura: Teatro, cinema e TV se apresentam, nao faz propaganda, alem de mostrar o outro lado da cultura..a inutil.
daniel christino
Eu disse que o estudante merece o incentivo porque está engajado num processo de formação intelectual. Livros e jornais ele acessa em bibliotecas, ou deveriamos acabar também com elas? Afinal, qual é o sentido de se emprestar livros de graça, se ninguém come de graça??? Insisto que você está comparando produtos bastante diferentes e que essa diferença é importante.
Do ponto de vista do profissional de teatro a idéia é ainda melhor, porque o estudante de hoje, se for realmente estudante e não um sindicalista em projeto, será o trabalhador de amanhã e, portanto, um espectador muito mais disposto a pagar o preço justo. É um incentivo a formação de um público cativo. O teatro é um bom exemplo. Ele não conseguiu se adaptar ao mundo contemporâneo, não conseguiu interagir com a TV, com o Cinema ou com a Internet. O teatro está em crise no mundo inteiro porque ninguém consegue apreciar o tipo de interação que o teatro proporciona. Aquela eletricidade ator-platéia não apela a ninguém.
Reafirmo o que disse: o problema não é a meia-entrada para eventos culturais. É muito mais a natureza do processo de formação intelectual dos estudantes que está em jogo. O problema é que não estamos educando direito.
Manuel Rodrigues
Caro Ronaldo,
acompanho seus textos pela net a fora. Vc escreve bem. Às vezes vc é de uma inteligência surpreendente. Mas nesse caso vc está errado, meu amigo. Nosso país ainda precisa de incentivo estatal à cultura. Aliás eu sou bancário, trabalho no Banco do Brasil, e acho que a meia entrada devia ser estendida aos funcionários do Banco do Brasil. Nós também precisamos de cultura, como não? Acho que a meia entrada devia ser estendida a todos os bancários, pois nós também temos direito à cultura! Eu e meus amigos vamos muito ao teatro e vejo muitos bancários lá. Por que não nos dar esse direito também? Acaso só os estudantes vão ao teatro? Só os estudantes dão lucro ao teatro? Nós também não damos nosso lucro? Por isso sou contra vc! Temos não só de ser a favor da meia entrada, mas de lutar para estender a meia entrada a outros setores que também precisam de cultura e lazer. Acho que os bancários são um desse setor! Precisamos de meia entrada também! Isso sim é que devia ser defendido por algum político.
Ok,
ManuRodManInBlues
Paulo Paiva
Eu concordo com o Manuel Rodrigues, mas acho que a meia entrada também tinha que ser estendida aos chaveiros. Porque só os estudantes e bancários poderiam pagar meia entrada? Eu acho que se tem gente que precisa de cultura são os chaveiros. Eu mesmo nunca vi um na fila do cinema ou teatro! É um absurdo o preconceito que esse governo tem contra os chaveiros. Meus amigos, isso se chama ELITISMO!!!
paulo paiva
Ha! Tem também os especialistas em caldeiras de alta pressão. Lembrei deles agora.
yuri vieira
Eu acho que devia haver meia entrada para diretores de cinema. Assim, caso eu rode outros filmes, poderei voltar às salas de projeção, uma vez que cinema, no Brasil, para quem tem escrúpulos, não dá lucro algum.
{}’s
filipe
pelo desfecho dos comentarios,
qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo, perceberia q o debate foi realizado com brasileiros. no final, tudo acaba em gozaçao e em tapinha nas costas (subentenda-se: tudo acaba em omissao e conformismo), embora a critica e a troca de comantarios entre o ronaldo e o daniel tenham sido feitos com maestria.
brasil sil sil sil sil sil sil
yuri vieira
Os únicos com poder de encerrar os comentários deste post sou eu, que sou editor do blog, e o Ronaldo, que o escreveu. (Um post com os comentários bloqueados não apresenta o quadro de edição.) Assim, quem disse que o assunto está encerrado? Ainda há “meia entrada”? Então não está.
Cada folgado que aparece.
No mais, não tenho muito o que acrescentar, concordo com o Ronaldo.
{}’s
ted
Ronaldo, que argumentação ridícula é essa de que o estudante não merece meia entrada porque não paga meio prato de comida? tenha dó! num país em que não se dá credibilidade e incentivo a educação e cultura, só podemos cultivar e atrair declarações ridículas como esta. nunca participei de movimentos estudantis ou quaisquer movimentações do genero, porém é evidente que o acesso a cultura pelos nossos jovens é fundamental para que no futuro, por exemplo eles possam ter condições de pagar a entrada inteira, se é que você me entende. pense na meia entrada como um investimento, Ronaldo, um investimento em você mesmo, um investimento no brasil, uma parcela de colaboração para o desenvolvimento deste país.
Mario Silvio
Eu também sou contra a meia-entrada mas não pelas mesmas razões que o ronaldo é.
Explico. “Quando um aposentado vai comprar uma privada nova, ele paga meia privada?” Não, ele paga a privada inteira. Por outro lado, se eu resolver dar dinheiro a um fabricante de privadas não terei direito a desconto no IR. Em que município fabricantes de privadas dispões de locais pertencentes à prefeitura aonde podem exercer suas atividades (remuneradas) sem pagar nada? Quantos prêmios de incentivo à fabricação de privadas o autor conhece? Se o Ronaldo realmente acha, como escreveu, que devemos deixar as leis de mercado funcionarem para o teatro, assim como funcionam para os livros (e privadas), conte com o meu apoio para manifestações contra a meia-entrada, as leis de incentivo, a disponibilização de locais públicos gratuitamente, etc, etc, etc. Se entendi corretamente, nossa plataforma será: nada de meia-entrada, nada de favores oficiais, nada de verbas a fundo perdido. Os grandes perdedores serão os corretores de imóveis de Ipanema e Leblon. Enquanto o movimento pelo mercado não se viabiliza, quando perguntarem: – Se vc não paga meio café, não paga meia cachaça, por que diabos quer pagar meia entrada? Responderei: porque pago impostos que são usados para financiar “as artes”.
Medeiros
Na minha opnião a idéia da lei da meia entrada é ótima, porém o governo que deveria subsidiar a metade e não jogar a bomba nas mãoes dos empresários.
É fácil criar uma lei para agradar os estudantes e quem paga não é o governo. Quem fica com o prejuízo é quem paga inteira, que os empresários de cinemas, teatros, shows jogam o valor lá em cima pra compensar.
Temos que pensar coletivamente e não ser egoístas e pensar só no próprio umbigo.
Só estudante que não tem dinheiro e precisa de ter cultura?
Mario Silvio Nusbaum
E aí Ronaldo, topa abrir mão dos subsídios, incentivos, dias obrigatórios de exibição, etc, etc, etc ?
Medeiros,
Quem você pensa que pagaria se o governo(!) subsidiasse a meia-entrada ???????????????
Douglas Vieira Gomes
Sou totalmente afavor da meia entrada. Afinal, meu pai trabalha suado para pagar meu colegio, meu curso, ingles… Sem a meia entrada ficaria dificil me divertir nos finais de semana.
SOU ESTUDANTE E SOU A FAVOR DA MEIA ENTRADA, ESTUDANDO ESTOU CONTRIBUINDO PARA MEU PAÍS SE DESENVOLVA MAIS, AFINAL OS PAISES MAIS RICOS SÃO OS PAISES QUE POSSUI MAIOR NÚMERO DE ALFABETIZADOS. POR ISSO TENHO COMPLETO DIREITO DE TER DESCONTOS.
Se não fosse a educação, seriamos um bando de ignorantes e viveriamos em plena ditadura militar, na qual você “que deve ser ator de teatro” não teria o livre arbitro de fazer oq quizer no seu palco.
Douglas Vieira Gomes
QUER PAGAR MEIA TAMBÉM??
VAI ESTUDAR!!
Ulisses
Fiz um plano de negocios para abrir uma sala de Cinema de Arte em uma grande cidade do interior de SP. Apos inumeras contas, percebi que o negocio nao da lucro nenhum, ZERO, … a nao ser que se tenham inumeras salas e ganhe-se dinheiro na venda da pipoca. Porque ? Porque 70% dos pagantes pagam meia entrada. Mas eu nao posso pagar meio aluguel da sala, meia conta de luz, meio salario dos funcionarios… esta lei na verdade prejudica a cultura porque inibe a abertura de novos cinemas.
Quer pagar meia ? Abra seu proprio cinema entao.
Renato Lopes
Ulisses, ela pode até “inibir” (tudo depende do plano de negócios, na verdade) a abertura de novos cinemas, mas ela facilita o acesso de estudantes em fase formação intelectual a ter um pouco mais de acesso a cultura.
Pense assim:
Você acha que se não existisse a meia-entrada e todas as pessoas fossem obrigadas a pagar inteira em seu cinema, ele lotaria o suficiente para obter lucros?
Muitas casas de cultura como cinemas, teatros shows e afins tem um bom número de público porque os estudandes, idosos e crianças tem este direito.
Galdino Vilante
Que complicção !!! Eu defendo meia entrada para aposentado sim! E defendo a meia entrada para estudante sim! Sou aposentado e voltei a estudar, portantanto não quero pagar nada.
filipe
O ronaldo e o pessoal daqui do garganta encheu tanto o saco que está tramitando uma proposta no Senado Federal que pretende proibir o uso da meia-entrada nas salas de cinema em fins de semana e feriados (nacionais ou locais).
A proposta é da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e determina também que, para os demais espetáculos artístico-culturais e esportivos, a meita-entrada não será aceita entre quinta-feira e sábado.
Se não me engano, o texto da senadora, na verdade, é um substitutivo do Projeto de Lei de outro senador, o Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Entre outros aspectos, o projeto de lei do senador visava diminuir a falsificação de carteiras de estudante criando um documento padronizado e de validade nacional, além de estipular uma restrição para a quantidade de meias-entradas por evento em até 30% do total de ingressos.
Uma das justificativas do senador é de que, em 2001, foi proibida a exclusividade da emissão da carteira de estudante às entidades estudantis nacionais, e que isso “desorganizou todo o ordenamento jurídico estabelecido pelas legislações estaduais e municipais”. Essa falta de organização e critério para emissão do documento facilita a falsificação do mesmo. Em são paulo, por exemplo, existem mais de 16 mil estabelecimentos de Ensino Fundamental, Médio e Superior e mais de 30 mil cursos – de línguas a técnicos – os quais emitem carteiras. isto é, a tapa vadeia solta pela meia-entrada.
O senador Eduardo, no seu Projeto de Lei, sugere ainda que os empresários deveriam ser ressarcidos da perda de receita decorrente do uso da meia-entrada, uma vez que o ônus financeiro em benefício da população deve ser arcado pelo Estado (e não pelos fofíssimos empresários).
diogo
Nesta discussão convém apelarmos à teoria da formação de preços. O preço ideal de venda é aquele que cobre os custos do produto ou serviço e ainda proporciona o retorno desejado pela empresa.
Assim,
1) diluem-se os custos para o pagamento das despesas relativas à produção do produto ou serviço;
2) aplica-se uma porcentagem de lucro referida ao trabalho de tornar tudo isso possível, além do rendimento do capital empregado;
3) grosso modo, depois de deduções tributárias e burocráticas, chega-se ao preço ideal;
4) quando menos se espera, um iluminado burocrata do governo impõe que jovens têm isenção de 50% do preço do produto, mas não assume as possíveis perdas relativas ao corte no preço – vale lembrar que no caso do cinema, o jovem representa, sei lá, 70% da demanda;
5) única solução cabível, exetuando a de fechar as portas: reformular o preço acrescentando as relativas perdas da isenção de 50%;
6) o jovem paga inteira jurando que é meia; o não-jovem que não tem carteirinha financiadora de comunistas (UNE), paga o dobro.
Não consigo entender a razão pela qual um estudante deve pagar metade do valor de uma coisa só por ser… estudante. É algo inconstitucional, pois fere o princípio da isonomia. E, claro, as leis econômicas.
Por que um estudante deve pagar meia-entrada e um pasteleiro não? Por que um estudante tem o direito e o outro não?
Aliás, qual é o conceito de estudante? Àquele que estuda algo; ou aquele que está matriculado numa universidade mas gasta todo o seu tempo bebendo cervejas, fumando maconha e torcendo para o Obama nas esquinas da universidade mais próxima?
Depois, nunca é demais lembrar daquele conselho que Smith nos deu quando estabeceu os fundamentos da economia:
“…não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse.”
diogo
Galdino Vilante, se você defende meia-entrada para estudantes e aposentados, na condição de estudante-aposentado, você teria 100% de desconto?
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Douglas Vieira Gomes, você nunca pensou em pagar meia-mensalidade na escola ou no inglês? Se a idéia é “socializar” a cultura, voilà.
Agora um ponto interessante: “meu pai trabalha duro para pagar minha escola etc e tal”. Nunca parou para pensar que o dono de um cinema também trabalha duro para pagar as contas dele? Pergunte ao seu pai o que ele acharia de ganhar metade do salário para “socializar” a cultura no país.
filipe
diogo,
em que você se baseia pra fazer a associação entre estudantes vagabundos, cervejas, marijuana e Obama? você é evangélico?
o McCain é quem tem fama de playboy…
abraço
Diogo
filipe, eu não sei o que uma das suas perguntas tem a ver com a outra. Tampouco o que a afirmação sobre o McCain tem a ver com ambas as perguntas e, depois, com o assunto discutido em questão.
O que te deixou tão ofendidinho? A cerveja, a maconha, o Obama ou estar matriculado numa universidade?
Enfim, se isso é tudo o que você dispõe para acrescentar à discussão, por favor, siga o douto conselho do Rei Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón.
Mario Silvio
Curioso que ninguém ousou comentar/refutar/discordar do meu ponto de vista sobre a relação entre meia-entrada e dinheiro dado a cineastas, teatrólogos, músicos, etc. Existe um elefante na sala e fingimos não perceber. A impressão que fica é que os envolvidos em ganhar dinheiro com “cultura” querem continuar mamando nas tetas do governo e ao mesmo tempo terem total liberdade de estabelecer seus preços. Sintomático.
filipe
diogo,
você é gozado.
daniel christino
A reforma é boa. Hoje o negócio é uma bagunça mesmo. Quem quiser pode pagar pela confecção da carteirinha usando o nome de cursinho de inglês qualquer.
O projeto define os critérios para classificar o “estudante”: alunos matriculados da pré-escola ao ensino médio e os universitários.
Talvez os exibidores devessem pensar estratégias para ampliar o perfil do consumidor de cinema, teatro, shows, etc. Segundo o IBGE, a média de estudo (em anos) dos jovens com mais de 10 anos, em 2007, é de 7 anos. É o tempo médio em que ele pode ser formalmente considerado um estudante.
Além disso, enquanto os jovens entre 10 e 19 anos somam cerca de 30 milhões de pessoas, os adultos – porque eles não vão ao cinema? – entre 20 e 80 anos somam 82 milhões. Esse exército de jovens não ficará jovem e na escola por muito tempo – e como o perfil demográfico da população brasileira tente a envelhecer – incentivá-los a frequentar eventos culturais nessa idade pode ser muito, muito lucrativo no futuro.
Por isso muitos exibidores e promotores culturais não querem simplesmente acabar com a meia entrada nos finais de semana. Preferem uma melhor fiscalização. Acho que tirar o direito das entidades estudantis (UNE, UEE, UMES) emitirem a carteirinha seria um claro avanço.
marcelo
Vamos ser realistas, Brasileiro não tem renda pra o laser “ elitista” do teatro. As salas são concentradas na zona sul, assim como as melhores peças, seguindo o “perfil “ do povo de melhor poder aquisitivo e que pode pagar esse lazer “ caro”. Pro resto da cidade só sobras. A meia entrada é mais um instrumento dentre vários usados no Brasil para levar uma parcela dos “ apartados “ do lazer e cultura para os teatros. O cerne da questão é o baixo poder aquisitivo do Brasileiro. Se tirar o pessoal da meia entrada, esses teatros vai ficar às moscas.