Faleceu hoje o mestre e amigo Bruno Tolentino, que conheci em 1998, na casa da escritora Hilda Hilst, no dia do meu aniversário de 27 anos. Bruno também morou ali na Casa do Sol – por cerca de oito meses – e, além de termos feito algumas feijoadas juntos, discorremos sobre todo tipo de assunto, principalmente literatura, arte, política e religião. Juntamente com a Hilda e com o escritor Mora Fuentes, costumávamos também, ao final daquelas saudosas tertúlias diárias, assistir a clássicos do cinema. Nunca me esquecerei da expressão em seu rosto quando, certa tarde, apareceu em meu quarto para reclamar do CD que eu estava ouvindo e que, segundo deixou claro, o estava incomodando em seus afazeres: Passages, de Philip Glass e Ravi Shankar. “Essa composição está andando em círculos, não tem a saída da espiral! Isto não é música, é a música como idéia…”, comentou, parafraseando o título do livro que vinha finalizando, O Mundo como Idéia.
Amigo e mestre, vá com Deus e mande um beijo pra Hilda.
Pedro Sette Câmara
Esta história é muito engraçada, Yuri. Você já não a tinha publicado?
yuri vieira
É bem provável, Pedro. (Só checando aqui no blog para confirmar.) Logo mais pretendo narrar outros causos ligados a ele, como o critério que utilizou para a escolha de seu então secretário pessoal, o Antônio Ramos, outro bom amigo.
{}’s
bruno
Seria legal reproduzir um poema dele aqui…
[]s