blog do escritor yuri vieira e convidados...

Próxima Leitura: Pedro Juan Gutiérrez

Nunca li nada do escritor cubano Pedro Juan Gutiérrez, autor, entre outros livros, da Trilogia Suja de Havana e de Animal Tropical. Sábado ou segunda, entretanto, vou aos sebos atrás de seus livros, após uma conversa ontem com o cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, diretor de Leila Diniz, For All e Viva Sapato e ex-professor da famosa Escola de Cinema de Cuba, em San Antonio de Los Baños.

Segundo o Bigode, Bukowski é Walt Disney perto de Gutiérrez que, casado com uma sueca, entendiou-se com o frio nórdico e preferiu voltar a viver em Havana, onde ainda está e onde seus livros seguem proibidos.

Anteriores

Extremo Sul: homens e montanhas

Próximo

O Discurso de Despedida

1 Comment

  1. Vinicius

    Pedro,

    Li “Trilogia suja de Havana”. É uma tragicomédia. Mas entre Gutiérrez e Bukowski, fico com este último. Dá um banho em Gutiérrez.

    Maldita noite quente, os gatos estão num estado deplorável, no meio de todo aquele pêlo, olham para mim e não posso fazer nada. Linda saiu para algum lugar. Ela precisa de coisas para fazer, de pessoas para conversar. Tudo bem pra mim, mas ela tende a beber e precisa voltar dirigindo. Não sou boa companhia, não gosto de conversar. Não quero trocar idéias – ou almas. Sou apenas um bloco de pedra para mim mesmo. Quero ficar dentro do bloco, sem ser perturbado. Foi assim desde o começo. Resisti a meus pais, resisti a escola e depois resisti a tornar-me um cidadão decente. O que quer que eu fosse, fui desde o começo. Não queria que ninguém mexesse com isso. E ainda não quero.
    Acho que as pessoas que têm cadernos e anotam seus pensamentos são umas cretinas. Só estou fazendo isso porque alguém sugeriu que eu o fizesse. Como você vê, não sou eu nem mesmo um cretino original. Mas isso, de alguma forma, faz com eu seja mais fácil. Só deixo rolar. Como uma bosta quente ladeira abaixo…
    Então, dou uma cagada. Me sinto melhor. Tiro a roupa e entro na piscina. Água gelada. Mas ótima. Caminho até a parte funda da piscina, a água subindo centímetro por centímetro, me gelando. Daí, mergulho debaixo da água. É repousante. O mundo não sabe onde estou. Subo, nado até a outra ponta, encontro o degrau, me sento.
    Acho que vou dormir. Descanso para ir ao hipódromo amanhã.

    Bukowski

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén