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Zico

[Só nos resta falar de Copa…]

Zico é o craque da minha infância. Apesar de ser vascaíno, de termos tido o Dinamite, não dava para não se encantar com aquele Flamengo. Culpa do Zico. Aquele time dos anos 80 era genial. Culpa do Zico.

Mas o Zico não foi campeão do mundo — se tivesse sido, teria hoje o cacife do Maradona, do Beckenbauer, que são mais festejados no futebol mundial. Em parte, culpa do Zico mesmo.

Em 82, tudo bem, uma falha coletiva do time e o oportunismo de um até então desconhecido Paolo tiraram aquela seleção dos sonhos do topo do mundo. Mas, em 86, naquele penalty contra a França? Culpa do Zico. Embora indiscutivelmente craque, é lembrado por seus lances maravilhosos, mas também por aquela falha terrível.

Daí que andei pensando no Zico ultimamente. A seleção brasileira, com esta coisa perigosa de favoritismo, poderá decidir a vaga no terceiro jogo, contra o Japão. Já pensou se o Zico entra pra história como o brasileiro que despachou o Brasil? Culpa do Zico?

[Texto modificado pelo autor às 23h48 de 8/6/6]

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3 Comments

  1. Bruno Costa

    Salve, elv,

    sua elucubrução, ainda que curiosa, lança mais sombras do que luzes sobre o futuro da canarinho… pode ser, embora muito improvável, mas quem dentre nós o deseja? Eu não! (toc toc toc). E o Zico, se me permite, não entrou para a história como o “craque que falhou”, não senhor! Todo aquele que cobra um penalty numa decisão daquele porte deve entregar o coração aos deuses zombeteiros do futebol e ao imponderável. Que é uma carreira como a dele frente a um penalty perdido? Deixa disso, pra não dar zica!

    P.S.: não sou flamenguista

  2. Jorge Nobre

    Não tem perigo não.

  3. Meu caro Bruno,

    Embora ache que tenha, sim, sido uma falha — craque não pode perder penalty, ainda mais em decisão; que o diga o Baggio —, você tem mesmo razão. Não era minha intenção, mas, da forma como descuidadosamente escrevi, reduzi Zico ao “craque que falhou” — é que aquele penalty ainda me dá arrepios, embora não tantos quanto o tal Paolo, a quem, na improvável hipótese de encontrá-lo numa esquina qualquer, sou bem capaz de dirigir uns impropérios.

    De qualquer forma, modifiquei o texto, para o caso de um leitor apressado (ou preguiçoso) não se dispuser a ler também os comentários.

    Sobre a hipótese que levantei, eu a considero mesmo remota. Mas basta lembrarmos de fatos recentes como o desempenho da favoritíssima Argentina e da aclamada França em 2002 para nos darmos conta de que, entre aquelas quatro linhas, tudo é mesmo possível.

    Abraços, Elv

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