blog do escritor yuri vieira e convidados...

A Praga

Rubem Alves, na Folha de hoje, sobre a “praga do segundo casamento”:

A PRAGA

Rubem Alves

Permitir o divórcio equivale a dizer: o sacramento é uma balela. Donde, a Igreja Católica é uma balela…

É BOM atentar para o que o papa diz. Porta-voz de Deus na Terra, ele só pensa pensamentos divinos. Nós, homens tolos, gastamos o tempo pensando sobre coisas sem importância tais como o efeito estufa e a possibilidade do fim do mundo. O papa vai direto ao que é essencial: “O segundo casamento é uma praga!”
Está certo. O casamento não pertence à ordem abençoada do paraíso. No paraíso não havia casamento. Na Bíblia não há indicação de que as relações amorosas entre Adão e Eva tenham sido precedidas pelo cerimonial a que hoje se dá o nome de casamento: o Criador, celebrante, Adão e Eva nus, de pé, diante de uma assembléia de animais, tudo terminando com as palavras sacramentais: “E eu, Jeová, vos declaro marido e mulher. Aquilo que eu ajuntei os homens não podem separar…”
Os casamentos, o primeiro, o segundo, o terceiro, pertencem à ordem maldita, caída, praguejada, pós-paraíso. Nessa ordem não se pode confiar no amor. Por isso se inventou o casamento, esse contrato de prestação de serviços entre marido e mulher, testemunhado por padrinhos, cuja função é, no caso de algum dos cônjuges não cumprir o contrato, obrigá-lo a cumpri-lo.
Foi um padre que me ensinou isso. Ele celebrava o casamento. E foi isso que ele disse aos noivos: “O que vos une não é o amor. O que vos une é o contrato”. Aprendi então que o casamento não é uma celebração do amor. É o estabelecimento de direitos e deveres. Até as relações sexuais são obrigações a ser cumpridas.
Agora imaginem um homem e uma mulher que muito se amam: são ternos, amigos, fazem amor, geram filhos. Mas, segundo a igreja, estão em estado de pecado: falta ao relacionamento o selo eclesiástico legitimador. Ele, divorciado da antiga esposa, não pode se casar de novo porque a igreja proíbe a praga do segundo casamento. Aí os dois, já no fim da vida, são obrigados a se separar para participar da eucaristia: cada um para um lado, adeus aos gestos de ternura… Agora está tudo nos conformes. Porque Deus não enxerga o amor. Ele só vê o selo eclesial.
O papa está certo. O segundo casamento é uma praga. Eu, como já disse, acho que todos são uma praga, por não ser da ordem paradisíaca, mas da maldição. O símbolo dessa maldição está na palavra “conjugal”: do latim, “com”= junto e “jugus”= canga. Canga, aquela peça pesada de madeira que une dois bois. Eles não querem estar juntos. Mas a canga os obriga, sob pena do ferrão…
Por que o segundo casamento é uma praga? Porque, para havê-lo, é preciso que o primeiro seja anulado pelo divórcio. Mas, se a igreja admitir a anulação do primeiro casamento, terá de admitir também que o sacramento que o realizou não é aquilo que ela afirma ser: um ato realizado pelo próprio Deus. Permitir o divórcio equivale a dizer: o sacramento é uma balela. Donde, a igreja é uma balela… Com o divórcio ela seria rebaixada do seu lugar infalível e passaria a ser apenas uma instituição falível entre outras. A igreja não admite o divórcio não é por amor à família. É para manter-se divina…
A igreja, sábia, tratou de livrar seus funcionários da maldição do amor. Proibiu-os de se casarem. Livres da maldição do casamento, os sacerdotes têm a suprema felicidade de noites de solidão, sem conversas, sem abraços e nem beijos. Estão livres da praga…

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11 Comments

  1. Faço minhas as palavras de Pedro Sette Câmara, d’O Indivíduo:

    “Já pensou na felicidade da outra pessoa? Já pensou que o matrimônio católico não é uma festa para as pessoas se embebedarem, mas um compromisso assumido diante de Deus e da sociedade? Você rasga um contrato se fica encantado com uma nova possibilidade? Diz a um empreendedor que vá para a praia se ele não estiver a fim de tocar o negócio naquele dia? Acha, do fundo do coração, que o amor não tem nada a ver com o dever, que ele é só uma sensação gostosinha?”

    http://www.oindividuo.com/2007/03/15/ainda-doria-constantino/

  2. Humm…suponho que as relações humanas necessitam de um contrato para serem cumpridas, e que o amor, como tudo o mais, nada mais é do que um tipo de imperativo ético em relação ao outro. Em outras palavras: no casamento, minha mulher é meu chefe.

  3. Pedro,

    olha só que interessante. Eu estava hoje cedo dando uma olhada no livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, do Stephen Covey (que comprei por recomendação do Monge Tokuda, em uma de suas palestras) e olha só o que encontrei: “Na literatura maior de todas as sociedades desenvolvidas amar é um verbo. As pessoas reativas o tornam um sentimento. Elas são levadas pelos sentimentos. Os filmes de Hollywood nos levam a acreditar que não somos responsáveis, que somos os resultados de nossos sentimentos. Mas os roteiros hollywoodianos não descrevem a realidade. Se nossos sentimentos controlarem nossas ações, estaremos abdicando de nossas responsabilidades, e transferindo aos sentimentos o comando de tudo. As pessoas proativas fazem do amor um verbo. Amar é algo que se realiza: os sacrifícios feitos, o desprendimento equivalente ao de uma mãe que traz ao mundo uma criança. Se você quiser estudar o amor, preste atenção às pessoas que se sacrificam pelos outros, mesmo que os beneficiados as magoem ou não correspondam ao amor.”

    Também não me dou bem com essa idéia de que o casamento é “sagrado” em si. Prefiro uma chaga, é claro, ao invés de ter de conviver com alguém de quem não gosto. E daí ter uma chaga a mais nesse mundo chagento? Mas acho que deve haver um esforço, sim, em “cumprir o contrato” como o Pedro Sette Câmara escreveu, e esse indicativo do Papa é no sentido de ressaltar a importância do casamento, nesse mundo atual onde “compromisso” virou palavra feia. Mas, bem, e se um católico se separar? Ele será excomungado por acaso? É claro que não. Continuará sendo somente um pecador, como todos nós, submetido ao misericordioso perdão divino (considerando, é claro, que Ele exista). Mas bem, eu escrevi esse comentário só pra dizer que prefiro o Bento ao Rubens. Só pra isso. Cê sabe que eu gosto de ficar dizendo essas coisas (talvez seja só pra chamar a atenção).

  4. Pedro Novaes

    Eu acho que os católicos devem ser mais corroídos por dúvidas e taras secretas do que os demais mortais. Meu casamento para mim não tem nada de obrigação, nem dever. Dever ou obrigação são para mim coisas que a gente faz frequentemente na contramão de nosso desejo, seja por culpa, seja por um cálculo mais ou menos racional de ganhar algo mais adiante. Essa idéia de que a um preço de dor a ser pago por qualquer coisa que se ganha me parece bizarra. Há renúncia em qualquer escolha, mas daí a ter dor e virem me falar, com notas graves na trilha sonora, sobre os deveres e obrigações, sai fora. Recomendo procurar o Rubem Alves que é um excelente psicanalista, além de ex-pastor, pra resolver esses recalques.
    E, Paulo, não é “Rubens”, é “Rubem”. E pelo tom da sua afirmação, vc deve estar dizendo isso sem nucna ter lido nada dele além do texto acima.
    Aliás, esse blog dá um excelente conjunto de esquizofrênicos. Tem o Yuri, que é o “hippie reacionário” e o Paulo, que é um ateu que admira o Vaticano e o Bento XVI.
    Abs,
    Pedro.

  5. Pedro Novaes

    Ah, e tem eu, claro. Me chamem de “esquerdista liberal”, embora o Alex vá discordar, já que me tem como o mais reacionário pateta deste blog…

  6. Eu sei que vcs vão morrer de preguiça. Mas leiam ao menos os trechos em negrito, retirados do meu livro de cabeceira:

    O matrimônio – o acasalamento – advém da bissexualidade da espécie. O casamento é o ajuste reacional do homem a essa bissexualidade, enquanto a vida familiar é a soma total resultante de todos os ajustes e adequações evolucionárias. O matrimônio é duradouro; não é inerente à evolução biológica e, no entanto, ele é a base de toda evolução social e tem, conseqüentemente, assegurada a continuação da sua existência, de alguma forma. O casamento deu o lar à humanidade, e o lar é a glória que coroa toda a longa e renhida luta evolucionária.

    Se bem que as instituições religiosas, sociais e educacionais sejam todas essenciais à sobrevivência da civilização cultural, a família é a mestra civilizadora. Uma criança aprende a maior parte das coisas essenciais da vida com a sua família e com os vizinhos.

    Os humanos dos tempos antigos não possuíam uma civilização social muito rica, mas, fiel e eficientemente, eles passaram a que tiveram à próxima geração. E vós deveríeis reconhecer que a maioria das civilizações do passado continuou a evoluir com um mínimo de outras influências institucionais, porque o lar funcionava efetivamente. Hoje, a raça humana possui uma rica herança social e cultural, que deveria ser, sábia e eficientemente, passada às gerações subseqüentes. A família, como uma instituição educacional, deve ser mantida. (Documento 82)

    O matrimônio tem estado muitas vezes em perigo, e os costumes do matrimônio têm apelado violentamente tanto para a propriedade quanto para a religião, como apoio; a influência real, contudo – que, para sempre, salvaguarda o matrimônio e a família resultante –, é o fato biológico simples e inato de que os homens e as mulheres positivamente não viverão uns sem os outros, sejam eles os selvagens mais primitivos ou os mortais mais cultos.

    É por causa do impulso sexual que o homem egoísta é seduzido a fazer de si algo melhor do que um animal. A relação sexual satisfaz o corpo e gratifica o amor-próprio, entretanto acarreta certas conseqüências de abnegação e assegura que se assumam numerosos deveres altruístas e responsabilidades para com o lar, que beneficiam a raça. Nisso, o sexo tem sido um civilizador, não reconhecido e insuspeito, para o selvagem, pois esse mesmo impulso do sexo automática e inequivocamente obriga o homem a pensar e, finalmente, leva-o a amar.

    (…)

    O matrimônio é o mecanismo da sociedade destinado a regular e a controlar aquelas tantas relações humanas que surgem do fato físico da bissexualidade da espécie. Como uma instituição, assim, o casamento funciona em duas direções:

    1. Para regular as relações sexuais pessoais.

    2. Para regular a descendência, a herança, a sucessão e a ordem social; sendo esta a sua função mais antiga e original.

    A família que cresce no matrimônio é, em si mesma, um estabilizador da instituição do casamento, junto com os costumes da propriedade. Outros fatores poderosos para a estabilidade do matrimônio são o orgulho, a vaidade, o cavalheirismo, o dever e as convicções religiosas. Todavia, conquanto os casamentos possam ser aprovados ou desaprovados do alto, dificilmente eles são feitos no céu. A família humana é uma instituição muito claramente humana, um desenvolvimento evolucionário. O matrimônio é uma instituição da sociedade, não um departamento da igreja. Bem verdade é que a religião deveria influenciá-lo poderosamente, mas não deveria encarregar-se unicamente de controlá-lo e regulá-lo.

    O matrimônio primitivo foi industrial, primariamente; e, mesmo nos tempos modernos, é freqüentemente um assunto social ou de negócios. Por intermédio da influência da mistura do sangue andita e, como resultado dos costumes da civilização em adiantamento, o matrimônio está-se tornando lentamente mútuo, romântico, paternal, poético, afetuoso, ético e mesmo idealista. A seleção e o chamado amor romântico, contudo, eram mínimos no casamento primitivo. Durante as épocas primitivas, o marido e a esposa não viviam muito juntos; eles nem mesmo comiam juntos com muita freqüência. Entre os antigos, porém, o afeto pessoal não era ligado fortemente à atração sexual; eles passavam a gostar um do outro em grande parte porque viviam e trabalhavam juntos.

    (…)

    A monogamia tem sempre sido, é agora, e para sempre será a meta idealista da evolução sexual humana. Esse ideal de um verdadeiro matrimônio, em um só par, compreende o auto-sacrifício e, portanto, tão freqüentemente fracassa exatamente porque uma ou ambas as partes contratantes são deficientes naquilo que é o ápice de todas as virtudes humanas: um autodomínio rigoroso.

    A monogamia é a unidade de medida do avanço da civilização social, como pode ser diferenciada da evolução puramente biológica. A monogamia não é necessariamente biológica ou natural, mas é indispensável à manutenção imediata e ao desenvolvimento posterior da civilização social. Ela contribui para uma delicadeza de sentimentos, para um refinamento do caráter moral e para um crescimento espiritual, que são completamente impossíveis na poligamia. Uma mulher nunca poderá tornar-se uma mãe ideal, quando fica, todo o tempo, obrigada a entrar em rivalidades na busca do afeto do seu marido.

    O matrimônio de um único par, favorece e fomenta a compreensão íntima e a cooperação efetiva que são melhores para a felicidade dos pais, para o bem-estar dos filhos e para a eficiência social. O matrimônio, iniciado na coerção crua, está gradativamente evoluindo para uma magnífica instituição de autocultivo, autocontrole, auto-expressão e autoperpetuação.

    (…)

    A pressão social do status na comunidade e os privilégios de propriedade têm sempre sido potentes na manutenção dos costumes e dos tabus do matrimônio. Através das idades, o matrimônio fez um firme progresso e está em uma posição avançada no mundo moderno, não obstante ser atacado ameaçadoramente por uma insatisfação muito difundida entre aqueles povos para os quais a escolha individual – uma nova liberdade – afigura-se como mais importante. Ainda que esses transtornos no ajustamento apareçam entre as raças mais progressistas, como resultado da evolução social subitamente acelerada entre os povos menos avançados, o matrimônio continua florescendo e melhorando lentamente sob a orientação dos costumes mais antigos.

    A nova e súbita substituição do motivo do amor, mais ideal, mas extremamente individualista, no matrimônio, em lugar do motivo da propriedade, mais antigo e mais estabelecido, levou a instituição do matrimônio a tornar-se, de forma inevitável, temporariamente instável. Os motivos do homem para o casamento têm, de longe, transcendido sempre à moral factual do matrimônio e, nos séculos dezenove e vinte, o ideal ocidental de matrimônio subitamente ultrapassou, em muito, os impulsos sexuais das raças, autocentrados e autocontrolados apenas parcialmente. A presença de um grande número de pessoas não casadas, em qualquer sociedade, indica uma ruptura temporária dos costumes ou uma transição deles.

    A prova verdadeira para o matrimônio, ao longo de todas as idades, tem sido aquela intimidade contínua da qual nenhuma vida familiar pode escapar. Dois jovens, superprotegidos e estragados pelos mimos, educados na expectativa de todas as indulgências e das gratificações plenas da sua vaidade e do seu ego, dificilmente podem esperar um grande êxito no casamento e na edificação de um lar – uma associação vitalícia de auto-anulação, de compromisso, de devoção e de dedicação altruísta à criação de filhos.

    O alto grau de imaginação e de romance fantástico que entra nos namoros é amplamente responsável pelas tendências crescentes ao divórcio entre os povos modernos ocidentais, e tudo isto ainda se torna mais complicado pela maior liberdade pessoal da mulher e pelo aumento da sua liberdade econômica. O divórcio facilmente obtido, resultado da falta de autocontrole ou do fracasso no ajuste normal entre as personalidades, conduz apenas diretamente de volta àqueles estágios rudes da sociedade dos quais o homem emergiu só muito recentemente, e como resultado de muita angústia pessoal e de sofrimento racial.

    Todavia, enquanto a sociedade falha em educar apropriadamente as crianças e os jovens, enquanto a ordem social deixa de prover a educação pré-marital adequada e enquanto o idealismo juvenil pouco sábio e imaturo for o árbitro para o ingresso no matrimônio, nessa mesma medida, o divórcio continuará prevalecendo. E enquanto o grupo social deixar de prover a preparação dos jovens para o casamento, nessa extensão, o divórcio deverá funcionar como a válvula de segurança social a impedir situações ainda piores durante as idades de rápido avanço dos costumes em evolução.

    Parece que os antigos levaram o matrimônio tão a sério quanto alguns povos dos dias atuais o fazem. E não parece que muitos dos casamentos apressados e mal-sucedidos dos tempos modernos representem qualquer aperfeiçoamento das práticas antigas para qualificar os jovens rapazes e moças para o acasalamento. A grande inconsistência da sociedade moderna é exaltar o amor e idealizar o matrimônio, ao mesmo tempo em que desaprova um exame mais completo de ambos.

    (…)

    O matrimônio que culmina no lar é de fato a instituição mais elevada do homem. Contudo, é essencialmente humana e não deveria nunca ter sido chamada de sacramento. Os sacerdotes setitas fizeram do matrimônio um ritual religioso; mas, por milhares de anos, depois do Éden, o acasalamento continuou como uma instituição puramente social e civil.

    A assimilação feita das ligações humanas às ligações divinas é bastante infeliz. A união de marido e esposa em um relacionamento matrimônio-lar é uma função material para os mortais dos mundos evolucionários. De fato, é verdade que muito progresso espiritual pode advir como conseqüência dos esforços humanos sinceros do marido e da esposa, para progredir, mas isso não significa que o matrimônio seja necessariamente sagrado. O progresso espiritual acompanha o esforço sincero aplicado a outros campos da atividade humana.

    Nem pode o matrimônio ser verdadeiramente comparado à relação do Ajustador com o homem, nem com a fraternidade entre Cristo Michael e os seus irmãos humanos. Em quase nenhum ponto, tais relações podem ser comparadas à associação entre marido e esposa. E é bastante impróprio que a concepção humana errônea desses relacionamentos haja gerado tanta confusão quanto ao status do matrimônio.

    Também infeliz é que alguns grupos de mortais hajam concebido o matrimônio como sendo consumado pela ação divina. Tais crenças levam diretamente ao conceito da indissolubilidade do estado marital, independentemente das circunstâncias ou dos desejos das partes contratantes. Mas o fato mesmo da dissolução do casamento por si indica que a Deidade não é uma parte conjunta de tais uniões. Uma vez que Deus tenha unido quaisquer duas coisas ou duas pessoas, elas permanecerão assim unidas até a época em que a vontade divina decrete a sua separação. Todavia, no que concerne ao matrimônio, que é uma instituição humana, quem irá presumir julgar, e dizer, quais casamentos são as uniões que podem ser aprovadas pelos supervisores do universo e quais delas, ao contrário, são puramente humanas em natureza e origem?

    Entretanto, existe um ideal de matrimônio nas esferas do alto. Na capital de cada sistema local, os Filhos e Filhas Materiais de Deus retratam o ponto máximo dos ideais da união, do homem com a mulher, nos laços do matrimônio, e com o propósito de procriar e de educar uma progênie. Afinal, o matrimônio mortal ideal é humanamente sagrado.

    O matrimônio sempre tem sido e ainda é o sonho supremo da idealidade temporal do homem. Embora esse belo sonho raramente seja realizado integralmente, ele permanece como um ideal glorioso, levando sempre a humanidade em progresso a esforços maiores na direção da felicidade humana. Contudo, alguma coisa das realidades do casamento deveria ser ensinada aos jovens rapazes e moças, antes que eles se lancem nas exigências severas das interassociações da vida familiar; a idealização juvenil deveria ser temperada, em algum grau, pelas desilusões pré-maritais.

    A idealização juvenil do matrimônio não deveria, contudo, ser desencorajada; tais sonhos são uma visualização da futura meta da vida familiar. Essa atitude não só é estimulante como é útil, posto que não produza uma insensibilidade à compreensão dos quesitos práticos e comuns do matrimônio e da vida familiar subseqüente.

    Os ideais do matrimônio têm feito um grande progresso em tempos recentes; em meio a alguns povos, a mulher desfruta de direitos praticamente iguais aos do seu consorte. Em conceito, ao menos, a família está-se tornando uma parceria leal para criar a prole, acompanhada da fidelidade sexual. Todavia, mesmo essa versão mais nova do matrimônio não precisa presumir ir até o ponto extremo de conferir o monopólio mútuo de toda a personalidade e da individualidade. O matrimônio não é apenas um ideal individualista; é a parceria social, em evolução, entre um homem e uma mulher, existindo e funcionando sob os costumes em vigor, restringidos pelos tabus e compelidos pelas leis e regulamentações da sociedade.

    Os matrimônios no século vinte estão em um nível alto em relação ao das idades passadas, não obstante a instituição do lar esteja passando agora por uma prova séria, por causa dos problemas tão subitamente jogados sobre a organização social, pelo aumento precipitado de liberdades da mulher, direitos por tanto tempo a ela negados durante a evolução lenta dos costumes nas gerações passadas.
    (Documento 83.)

    Para a autoperpetuação a mulher é igual ao homem, mas, na parceria da automanutenção, ela trabalha com uma desvantagem clara, e esse obstáculo, sendo a maternidade forçada, apenas pode ser compensado pelos costumes esclarecidos, em uma civilização adiantada, e pelo senso crescente de justiça do homem.

    À medida que a sociedade evoluiu, os padrões sexuais tornaram-se mais importantes entre as mulheres, porque elas sofreram mais as conseqüências da transgressão dos costumes sexuais. Os padrões sexuais do homem melhoraram apenas tardiamente, em conseqüência do simples senso de justiça que a civilização demanda. A natureza nada sabe sobre a justiça – faz a mulher sofrer sozinha as dores do parto.

    A idéia moderna da igualdade dos sexos é bela e digna de uma civilização em progresso, mas não é encontrada na natureza. Quando uma força gera o seu próprio direito, o homem a impõe à mulher; quando a justiça, a paz e a eqüidade mais prevalecem, a mulher emerge gradualmente da escravidão e da obscuridade. A sua posição social tem variado, em geral, de modo inverso ao nível de militarização de qualquer nação ou época.

    O homem, todavia, nem consciente, nem intencionalmente, tirou os direitos da mulher para, então, gradual e relutantemente, dá-los de volta a ela. Tudo isso aconteceu como um episódio inconsciente e não planejado na evolução social. Quando chegou, realmente, a época de a mulher desfrutar de mais direitos, ela os obteve, e de um modo totalmente independente da atitude consciente do homem. Lenta, mas seguramente, os costumes mudam, de modo a prover os ajustamentos sociais que são uma parte da evolução persistente da civilização. Os costumes em avanço, lentamente, proporcionaram às mulheres um tratamento cada vez melhor; as tribos que persistiram na crueldade para com elas não sobreviveram.

    Os adamitas e os noditas conferiam às mulheres um reconhecimento crescente, e os grupos que eram influenciados pelos anditas migrantes tinham a tendência a ser influenciados pelos ensinamentos edênicos sobre o lugar da mulher na sociedade.

    Os chineses primitivos e os gregos tratavam as mulheres melhor do que a maioria dos povos vizinhos. Mas os hebreus eram excessivamente desconfiados delas. A mulher, no Ocidente, tem tido uma ascensão difícil sob as doutrinas de Paulo, ligadas ao cristianismo, embora o cristianismo tenha avançado com os costumes ao impor obrigações sexuais mais estritas ao homem. O estado da mulher é quase desesperador, sob a degradação peculiar ligada a elas no maometismo, e ela é ainda mais maltratada sob os ensinamentos de várias outras religiões orientais.

    A ciência, não a religião, realmente emancipou a mulher; foi a fábrica moderna que a libertou amplamente dos confins do lar. As capacidades físicas do homem deixaram de ser um elemento vital essencial para o novo mecanismo de manutenção; e a ciência mudou de tal modo as condições de vida, que o poder do homem nunca mais seria tão superior ao poder da mulher.

    Essas mudanças tiveram a tendência de liberar a mulher da escravidão doméstica e trouxeram uma tal modificação de status que ela agora desfruta de um grau de liberdade pessoal e de determinação sexual que praticamente a iguala ao homem. Outrora, o valor de uma mulher consistia na sua capacidade de produzir alimento, mas as invenções e a riqueza capacitaram-na para criar um novo mundo no qual funcionar – as esferas da graça e do encanto. Assim, a indústria ganhou a sua luta inconsciente e involuntária na emancipação social e econômica da mulher. E novamente a evolução teve êxito em fazer o que nem mesmo a revelação conseguiu realizar.

    A reação dos povos esclarecidos contra os costumes injustos que regulamentaram sobre o lugar da mulher na sociedade, de fato, tem tido os seus extremos, tem oscilado, como o movimento de um pêndulo. Entre as raças industrializadas, ela tem recebido quase todos os direitos e desfruta da isenção de muitas obrigações, tais como o serviço militar. Cada facilidade na luta pela existência tem redundado na libertação da mulher, e ela tem-se beneficiado diretamente em cada avanço para a monogamia. O mais fraco sempre tem ganhos desproporcionais em cada ajuste dos costumes, na evolução progressiva da sociedade.

    Quanto aos ideais do casamento constituído de um casal único, a mulher finalmente ganhou o reconhecimento, a dignidade, a independência, a igualdade e a educação; todavia, será que ela se demonstrará digna de toda essa conquista nova e sem precedentes? A mulher moderna responderá a essa grande realização de libertação social com a indolência, a indiferença, a esterilidade e a infidelidade? Hoje, no século vinte, a mulher está sendo submetida ao teste mais crucial da sua longa existência no mundo!

    A mulher é a parceira igual do homem na reprodução racial e é, pois, de suma importância no desenvolvimento da evolução racial; por isso a evolução tem trabalhado cada vez mais para a realização dos direitos da mulher. Mas os direitos da mulher não são, de nenhum modo, os direitos do homem. A mulher não pode prosperar, tendo os direitos dos homens, mais do que o homem pode prosperar tendo os direitos das mulheres.

    Cada sexo tem a sua própria esfera distinta de existência, junto com os seus próprios direitos naquela esfera. Se a mulher aspira a desfrutar literalmente de todos os direitos do homem, então, mais cedo ou mais tarde, uma competição fria e sem piedade certamente substituirá o cavalheirismo e a consideração especial de que muitas mulheres agora desfrutam, e que tão recentemente ganharam dos homens.

    A civilização nunca pode obliterar o abismo de comportamento existente entre os sexos. De idade em idade, os costumes mudam, mas o instinto, nunca. A afeição materna inata nunca permitirá que a mulher emancipada se torne uma rival séria do homem na indústria. Para sempre, cada sexo permanecerá supremo no seu próprio domínio; domínio este determinado pela diferenciação biológica e pela dessemelhança mental.

    Cada sexo terá sempre a sua própria esfera especial, e, de quando em quando, ambos sobrepor-se-ão. Apenas socialmente os homens e as mulheres competem em termos de igualdade.

    6. A PARCERIA DO HOMEM COM A MULHER

    O impulso da reprodução leva infalivelmente os homens e as mulheres a unirem-se para a autoperpetuação, mas, por si só, ele não assegura que permaneçam juntos, em cooperação mútua – na fundação de um lar.

    Todas as instituições humanas de êxito abrangem antagonismos de interesse pessoal, ajustados na harmonia para a prática do trabalho; e os trabalhos de casa não são exceção. O matrimônio, a base da edificação do lar, é a mais alta manifestação dessa cooperação entre antagonistas, que tão freqüentemente caracteriza os contatos da natureza e da sociedade. O conflito é inevitável. O acasalamento é inerente e é natural. O matrimônio, contudo, não é biológico; é sociológico. A paixão assegura que o homem e a mulher se reúnam, mas o instinto, menos forte, da paternidade e os costumes sociais mantêm-nos juntos.

    Se considerados praticamente, o macho e a fêmea são duas variedades distintas da mesma espécie; vivendo em associação próxima e íntima. Os seus pontos de vista e reações vitais são todos essencialmente diferentes; eles são totalmente incapazes de uma compreensão mútua, plena e real. Um entendimento completo entre os sexos não é alcançável.

    As mulheres parecem ter mais intuição do que os homens, mas parecem também ser um tanto menos lógicas. A mulher, contudo, tem sempre sido o esteio moral e tem tido a liderança espiritual da humanidade. É a mão que embala o berço e que ainda confraterniza com o destino.

    As diferenças de natureza, de reação, de ponto de vista e de pensamento, entre os homens e as mulheres, longe de ocasionar preocupação, deveriam ser consideradas como altamente benéficas à humanidade, tanto individual quanto coletivamente. Muitas ordens de criaturas do universo são criadas em fases duais de manifestação de personalidade. Essa diferença é descrita como o macho e a fêmea, entre os mortais, entre os Filhos Materiais e entre os midsonitas; entre os serafins, os querubins e os Companheiros Moronciais, tem sido denominada positiva ou ativa, e negativa ou reservada. Tais associações duais multiplicam grandemente a versatilidade e superam limitações inerentes, como o fazem algumas associações trinas no sistema Paraíso-Havona.

    Os homens e as mulheres necessitam uns dos outros, nas suas carreiras moronciais e espirituais, exatamente como nas suas carreiras mortais. As diferenças de ponto de vista entre o macho e a fêmea perduram mesmo além da primeira vida e durante as ascensões do universo local e do superuniverso. E, mesmo em Havona, os peregrinos que uma vez foram homens e mulheres ainda estarão ajudando-se mutuamente na ascensão até o Paraíso. Nunca, mesmo no Corpo de Finalidade, a criatura irá metamorfosear-se tanto, a ponto de obliterar os traços de personalidade que os humanos chamam de masculinos e de femininos; sempre essas duas variações básicas da humanidade continuarão a intrigar, a estimular, a encorajar e a ajudar-se mutuamente; sempre serão mutuamente dependentes da cooperação para a solução dos problemas desconcertantes do universo e para a superação das múltiplas dificuldades cósmicas.

    Embora os sexos nunca possam esperar entender-se mutuamente, eles são efetivamente complementares e, embora a cooperação seja com freqüência mais ou menos antagônica pessoalmente, ela é capaz de manter e de reproduzir a sociedade. O matrimônio é uma instituição destinada a compor as diferenças dos sexos, ao mesmo tempo em que efetua a continuação da civilização e assegura a reprodução da raça.

    O matrimônio é a mãe de todas as instituições humanas, pois conduz diretamente à fundação e à manutenção do lar, que é a base estrutural da sociedade. A família está vitalmente ligada ao mecanismo da autopreservação; é a única esperança de perpetuação da raça sob os costumes da civilização e ao mesmo tempo provê, de modo muito eficaz, algumas formas de autogratificação bastante satisfatórias. A família é a mais elevada realização puramente humana, combinando, como o faz, a evolução das relações biológicas do macho e da fêmea nas relações sociais entre o marido e a esposa.

    7. OS IDEAIS DA VIDA FAMILIAR

    O acasalamento sexual é instintivo, os filhos são o resultado natural e, assim, a família automaticamente vem à existência. Tais como são as famílias da raça ou da nação, assim é a sociedade. Se as famílias são boas, do mesmo modo a sociedade o é. A grande estabilidade cultural do povo judeu e dos chineses repousa na força dos seus grupos familiares.

    O instinto que a mulher tem de amar as crianças, e de cuidar delas, conspirou para fazer da mulher a parte interessada em promover o casamento e a vida familiar primitiva. O homem foi forçado à edificação do lar apenas pela pressão dos costumes mais recentes e das convenções sociais; ele demorou a interessar-se pelo estabelecimento do matrimônio e do lar, porque o ato sexual não lhe impõe conseqüências biológicas.

    A associação sexual é natural, mas o matrimônio é social, e tem sido sempre regulado pelos costumes. Os costumes (religiosos, morais e éticos), junto com a propriedade, o orgulho e o cavalheirismo, estabilizam as instituições do matrimônio e da família. Sempre que os costumes flutuam, há uma flutuação na estabilidade da instituição do lar-matrimônio. O matrimônio está atualmente passando da era da propriedade para a era pessoal. Anteriormente, o homem protegia a mulher porque ela era uma posse sua, e ela lhe obedecia pela mesma razão. Independentemente dos seus méritos, esse sistema trouxe a estabilidade. Agora, a mulher não mais é encarada como uma propriedade, e estão emergindo novos costumes, destinados a estabilizar a instituição do matrimônio-lar:

    1. O novo papel da religião – o ensinamento de que a experiência de progenitores é essencial, a idéia de procriar cidadãos cósmicos, a compreensão ampliada do privilégio da procriação – de dar filhos ao Pai.

    2. O novo papel da ciência – a procriação está tornando-se mais e mais voluntária, sujeita ao controle do homem. Nos tempos antigos, a falta de compreensão assegurava o aparecimento de filhos, na ausência de qualquer desejo de tê-los.

    3. A nova função das atrações do prazer – isso introduz um novo fator à sobrevivência racial; o homem antigo levava os filhos não desejados à morte; os modernos recusam-se a concebê-los.

    4. A elevação do instinto de paternidade. Cada geração agora tende a eliminar, da corrente de reprodução da raça, aqueles indivíduos para os quais o instinto paternal não é forte o suficiente para assegurar a procriação dos filhos, os pais prospectivos da geração seguinte.

    Contudo, o lar como uma instituição, uma parceria entre um homem e uma mulher, data mais especificamente dos dias da Dalamátia, há cerca de meio milhão de anos; as práticas monogâmicas de Andon e dos seus descendentes imediatos haviam sido abandonadas tempos atrás. Contudo, não havia muito para se orgulhar da vida familiar, antes dos dias dos noditas e dos posteriores adamitas. Adão e Eva exerceram uma influência duradoura sobre toda a humanidade; pela primeira vez, na história do mundo, os homens e as mulheres foram vistos trabalhando lado a lado no Jardim. O ideal Edênico de toda uma família de jardineiros era um novo ideal em Urântia.

    A família primitiva englobava um grupo ligado pelo trabalho, incluindo os escravos, todos morando em uma única habitação. O matrimônio e a vida familiar não têm sempre sido idênticos, mas, por necessidade, ambos têm estado estreitamente relacionados. A mulher sempre quis a família individualizada e, finalmente, ela ganhou o caminho para tanto.

    O amor da progênie é quase universal e tem um valor especial para a sobrevivência. Os antigos sempre sacrificavam os interesses da mãe pelo bem-estar do filho; uma mãe esquimó, ainda hoje, lambe o seu bebê, em vez de lavá-lo. As mães primitivas, contudo, apenas nutriam e cuidavam dos seus filhos quando eram muito jovens e, como os animais, descartavam-nos tão logo cresciam. As ligações humanas duradouras e contínuas nunca têm sido baseadas apenas em afetos biológicos. Os animais amam os seus filhos; o homem – o homem civilizado – ama os filhos dos seus filhos. Quanto mais elevada for a civilização, maior o contentamento dos pais com o progresso e o êxito dos filhos; assim, vem à existência a realização nova e mais elevada do orgulho do nome.

    As famílias grandes, entre os povos antigos, não eram necessariamente sentimentais. Ter muitos filhos era uma coisa desejada, porque:

    1. Eles eram valiosos como trabalhadores.

    2. Os filhos eram a segurança para a velhice.

    3. As filhas eram vendáveis.

    4. O orgulho da família exigia que o nome fosse expandido.

    5. Os filhos proporcionavam proteção e defesa.

    6. O medo dos fantasmas gerava o pavor da solidão.

    7. Algumas religiões exigiam uma progênie.

    Os adoradores dos ancestrais viam a ausência de filhos como a calamidade suprema para todo o tempo e para a eternidade. Eles desejavam, acima de tudo o mais, ter filhos que oficiassem nas festas depois da morte, para oferecerem os sacrifícios exigidos pelo progresso dos fantasmas na terra dos espíritos.

    Em meio aos selvagens antigos, a disciplina dos filhos começava muito cedo; e a criança compreendia também cedo que a desobediência significava o fracasso, ou mesmo a morte, exatamente como acontecia aos animais. É a proteção que a civilização dá à criança, contra as conseqüências naturais de uma conduta tola, que contribui tanto para a insubordinação moderna.

    As crianças esquimós progridem com tão pouca disciplina e correções, simplesmente porque são naturalmente como animaizinhos dóceis; os filhos, tanto dos homens vermelhos quanto dos amarelos, são igualmente fáceis. Todavia, nas raças que contêm herança andita, as crianças não são tão plácidas; tais jovens mais imaginativos e aventureiros exigem mais educação e disciplina. Os problemas modernos da educação das crianças tornaram-se crescentemente difíceis, por causa de:

    1. Um grande grau de mistura racial.

    2. Uma educação artificial e superficial.

    3. A incapacidade de a criança adquirir cultura imitando os pais – os pais ficam ausentes do convívio da família por muito tempo.

    As idéias antigas de disciplina familiar eram biológicas, vinham da compreensão de que os pais eram os criadores da existência da criança. Os ideais avançados da vida familiar estão levando ao conceito de que trazer uma criança ao mundo, em vez de conferir certos direitos aos pais, implica a responsabilidade suprema da existência humana.

    A civilização considera os pais como assumindo todos os deveres, a criança como tendo todos os direitos. O respeito da criança pelos seus pais surge, não do conhecimento da obrigação que é gerada pela procriação parental, mas cresce naturalmente, como resultado dos cuidados, da educação e do afeto, demonstrados amorosamente na assistência dada à criança para vencer a batalha da vida. Os verdadeiros pais estão empenhados em uma ministração de serviço contínua, que a criança sábia acaba por reconhecer e apreciar.

    Na era industrial e urbana atual, a instituição do matrimônio está evoluindo ao longo de linhas econômicas novas. A vida familiar tornou-se cada vez mais cara, enquanto as crianças, que outrora eram um ativo financeiro, passaram a ser uma responsabilidade econômica. Contudo, a segurança da própria civilização ainda repousa na disposição crescente que uma geração tem de investir no bem-estar das próximas e futuras gerações. E qualquer tentativa de transferir a responsabilidade dos pais para o estado ou para a igreja revelar-se-á suicida para o bem-estar e o avanço da civilização.

    O matrimônio com filhos e a conseqüente vida familiar estimulam os potenciais mais elevados na natureza humana e, simultaneamente, fornecem a via ideal de expressão desses atributos vivificados da personalidade mortal. A família provê a perpetuação biológica da espécie humana. O lar é a arena social natural em que a ética da irmandade consangüínea pode ser compreendida pela criança em crescimento. A família é a unidade fundamental da fraternidade, na qual os pais e os filhos aprendem as lições da paciência, do altruísmo, da tolerância e da indulgência, que são tão essenciais para a realização da irmandade entre todos os homens.

    A sociedade humana seria aperfeiçoada em muito se as raças civilizadas retornassem de um modo mais geral às práticas anditas de um conselho familiar. Os anditas não mantinham a forma patriarcal ou autocrática de governo familiar. Eles eram bastante fraternos e associativos, discutindo livre e francamente qualquer proposta ou regulamentação de natureza familiar. E eram fraternais de um modo ideal, em todo o seu governo familiar. Numa família ideal, o afeto filial e paternal são aumentados pela devoção fraterna.

    A vida familiar é a progenitora da verdadeira moralidade, é o ancestral da consciência da lealdade ao dever. As associações forçadas de vida familiar estabilizam a personalidade e estimulam o seu crescimento por meio da obrigação de um ajuste indispensável às outras personalidades diversas. E ainda mais, uma verdadeira família – uma boa família – revela aos pais procriadores a atitude do Criador para com os seus filhos, ao mesmo tempo em que esses verdadeiros pais transmitem aos seus filhos a primeira de uma longa série de revelações ascendentes do amor do Pai, do Paraíso, de todos os filhos do universo.

    8. OS PERIGOS DA AUTOGRATIFICAÇÃO

    A grande ameaça contra a vida familiar é a inquietante maré montante de autogratificação, a mania moderna do prazer. O incentivo primordial ao matrimônio costumava ser econômico; a atração sexual era secundária. O matrimônio, baseado na automanutenção, conduziu à autopreservação e, concomitantemente, trouxe uma das formas mais desejáveis de autogratificação. É a única instituição da sociedade humana que engloba todos os três grandes incentivos da vida.

    Originalmente, a propriedade era a instituição básica da automanutenção, enquanto o matrimônio funcionava como a instituição de autoperpetuação singular. Apesar de a satisfação trazida pela comida, pelos jogos e pelo humor, bem como o deleite do sexo periódico serem meios de autogratificação, continua sendo um fato que os costumes em evolução houvessem fracassado em edificar qualquer outra instituição de autogratificação. E é devido a esse fracasso, de fazer evoluir técnicas especializadas de desfrutes agradáveis, que todas as instituições humanas estão completamente impregnadas dessa busca do prazer. A acumulação de propriedades está-se tornando um instrumento para aumentar todas as formas de autogratificação e, ao mesmo tempo, o matrimônio muitas vezes é visto apenas como um meio para o prazer. E essa indulgência excessiva, essa mania de prazer, tão amplamente disseminada, constitui agora a maior ameaça jamais dirigida à instituição evolucionária social da vida familiar: o lar.

    A raça violeta introduziu uma característica nova na experiência ainda imperfeitamente realizada da humanidade: o instinto lúdico, combinado ao senso de humor. Ele existia, em uma certa medida, entre os sangiques e os andonitas, mas a linhagem Adâmica elevou essa propensão primitiva até o auge do potencial do prazer, uma nova e glorificada forma de autogratificação. O tipo básico de autogratificação, afora o apaziguamento da fome, é a gratificação sexual, e essa forma de prazer sensual foi enormemente elevada com a mistura dos sangiques e dos anditas.

    Há um perigo real na combinação da inquietação, da curiosidade, da aventura e do abandono ao prazer, característicos das raças pós-anditas. A fome da alma não pode ser satisfeita por meio dos prazeres físicos; o amor do lar e das crianças não aumenta com uma busca pouco sábia do prazer. Embora possais exaurir os recursos da arte, da cor, do som, do ritmo, da música e dos adornos pessoais, não podeis, com isso, esperar elevar a alma ou nutrir o espírito. A vaidade e a moda nada podem conferir à edificação do lar e à educação dos filhos; o orgulho e a rivalidade são impotentes para elevar as qualidades de sobrevivência das gerações que se sucedem.

    Todos os seres celestes em avanço desfrutam do repouso e da ministração dos diretores da reversão. Todos os esforços para obter diversões sadias e para praticar jogos que elevam são saudáveis; o sono restaurador, o repouso, a recreação e todos os passatempos que evitam o enfado da monotonia valem a pena. Os jogos competitivos, as narrativas de histórias e mesmo o gosto da boa comida podem-se constituir em formas de autogratificação. (Quando usais o sal para dar sabor à comida, pausai e considerai que, durante quase um milhão de anos, o homem apenas podia obter o sal mergulhando o seu alimento nas cinzas.)

    Que o homem goze a vida; que a raça humana encontre o prazer de mil e uma maneiras; que a humanidade evolucionária explore todas as formas da autogratificação legítima, fruto da longa luta biológica de elevação. O homem fez por onde ganhar alguns dos seus júbilos e prazeres atuais. Prestai, porém, muita atenção à meta do destino! Os prazeres são suicidas, de fato, se tiverem êxito em destruir a propriedade, que se tornou a instituição da automanutenção; e as autogratificações terão de fato custado um preço fatal, se acarretarem o colapso do matrimônio, a decadência da vida familiar e a destruição do lar – a aquisição evolucionária suprema do homem, e a única esperança de sobrevivência da civilização.
    (Documento 84.)

    JESUS E O DIVÓRCIO
    Naquela noite, em Jericó, os fariseus hostis arranjaram uma armadilha para pegar o Mestre, tentando levá-lo a discutir sobre o matrimônio e o divórcio, como já haviam feito certa vez na Galiléia, mas Jesus habilmente desviou-se dos esforços deles para colocá-lo em conflito com as suas leis a respeito do divórcio. Assim como o publicano e o fariseu ilustraram a boa e a má religião, suas práticas de divórcio serviram como contraste entre as melhores leis matrimoniais do código judeu e o relaxamento vergonhoso das interpretações farisaicas desses estatutos mosaicos para o divórcio. O fariseu julgava-se pelos padrões menos elevados; o publicano enquadrava-se no ideal mais elevado. A devoção, para o fariseu, era um meio de induzir à inatividade pretensiosa e a certeza de uma segurança espiritual falsa; a devoção, para o publicano, era um meio de despertar a sua alma para a compreensão e para as necessidades de arrependimento, confissão e aceitação, pela fé, do perdão misericordioso. O fariseu buscava a justiça; o publicano buscava a misericórdia. A lei do universo é: Pedi e recebereis; buscai e encontrareis.

    Embora Jesus tenha recusado a se deixar arrastar pela controvérsia, com os fariseus, a respeito do divórcio, ele proclamou um ensinamento positivo dos ideais mais elevados a respeito do matrimônio. Ele exaltou o matrimônio como a mais elevada e ideal de todas as relações humanas. Do mesmo modo, ele insinuou uma forte desaprovação das práticas lassas e injustas do divórcio entre os judeus de Jerusalém, que naquela época permitiam ao homem divorciar-se da sua esposa pelas razões mais insignificantes, tais como ser ela uma má cozinheira, uma dona de casa ineficiente, ou então por nenhuma razão mais relevante do que ele ter enamorado-se de uma mulher mais bonita.

    Os fariseus haviam chegado ao extremo de ensinar que esse tipo fácil de divórcio seria uma dispensação especial concedida ao povo judeu, particularmente aos fariseus. E assim, quando Jesus negou-se a fazer pronunciamentos sobre o matrimônio e o divórcio, ele denunciou severamente essas fraudes vergonhosas da relação matrimonial e apontou a injustiça delas para com as mulheres e as crianças. Ele nunca aprovou nenhuma prática de divórcio que desse ao homem qualquer vantagem sobre a mulher; o Mestre apoiava aqueles ensinamentos que tratavam as mulheres em igualdade com os homens.

    Embora Jesus não tenha oferecido novos mandamentos regendo o matrimônio e o divórcio, ele concitou os judeus a viverem de acordo com suas próprias leis e ensinamentos mais elevados. Ele recorria constantemente ao registro das escrituras, nos seus esforços para aprimorar as práticas existentes para esse comportamento social. Ao sustentar assim os conceitos elevados e ideais do matrimônio, habilmente Jesus evitou o conflito com os seus contendores sobre as práticas sociais, representadas tanto pelas leis escritas quanto pelos privilégios do divórcio que eles apreciavam tanto.

    Era muito difícil para os apóstolos compreenderem a relutância do Mestre em fazer pronunciamentos afirmativos sobre questões científicas, sociais, econômicas e políticas. Eles não entendiam que a sua missão terrena estava ligada exclusivamente a revelações de verdades espirituais e religiosas.

    Depois de Jesus ter falado sobre o matrimônio e o divórcio, mais tarde naquela noite, os seus apóstolos fizeram outras perguntas mais em particular, e as respostas a essas indagações aliviaram as suas mentes quanto a conceitos equivocados. Quando da conclusão dessa conversa, Jesus disse: “O matrimônio é honorável e deve ser desejado por todos os homens. O fato de que o Filho do Homem procure ater-se apenas à sua missão terrena, não deve, de nenhum modo, refletir-se na conveniência do matrimônio; que eu deva continuar a minha obra assim é a vontade do Pai, mas esse mesmo Pai ordenou a criação do ser masculino e do ser feminino, e o desejo divino é o de que todos os homens e mulheres devam buscar servir da forma mais elevada, na conseqüente alegria do estabelecimento de lares para receber os filhos e educá-los. E nessa criação esses pais tornam-se co-participantes com os Criadores do céu e da Terra. E é por isso que um homem deve abandonar o seu pai e a sua mãe para unir-se à sua esposa, para que os dois sejam como um”.
    (Documento 167.)

    Muitos impulsos humanos nobres desaparecem porque não há ninguém que escute a sua expressão. Verdadeiramente, não é bom para o homem ficar só. Um certo grau de aprovação e uma certa quantidade de apreço são essenciais ao desenvolvimento do caráter humano. Sem o genuíno amor por um lar, nenhuma criança pode realizar o desenvolvimento pleno de um caráter normal. O caráter é algo mais do que a mera moral da mente e mais do que a moralidade. De todas as relações sociais entabuladas para desenvolver o caráter, a mais eficaz e ideal é a amizade afetuosa e compreensiva entre homem e mulher, no abraço mútuo de um matrimônio inteligente. O matrimônio com as suas relações múltiplas é mais bem indicado para estimular aqueles impulsos preciosos e aqueles motivos mais elevados, que são indispensáveis ao desenvolvimento de um caráter firme. Eu não hesito, dessa forma, em glorificar a vida familiar, pois o vosso Mestre elegeu sabiamente a relação pai-filho como a pedra angular desse novo evangelho do Reino. E uma comunhão tão inigualável de relacionamento, entre homem e mulher, no abraço afetuoso dos mais altos ideais do tempo, é uma experiência tão valiosa e satisfatória que vale a pena tê-la a qualquer preço, sob pena de qualquer sacrifício necessário para consegui-la.

    (…)

    E repito: uma associação tão inspiradora e enobrecedora encontra as suas possibilidades ideais na relação humana do matrimônio. É bem verdade que muito se realiza fora do matrimônio; e que muitos e muitos casamentos posteriormente fracassam em produzir esses frutos morais e espirituais. Em um número grande de vezes o matrimônio é adotado por aqueles que procuram outros valores, que são menos elevados do que aquelas características que acompanham a maturidade humana. O matrimônio ideal deve fundamentar-se em algo mais estável do que as flutuações do sentimento e do que o mero capricho da atração sexual; deve ser baseado em devoção pessoal genuína e recíproca. E assim, se vós podeis construir essas pequenas unidades eficientes e plenas de confiabilidade de ligação humana, quando estas forem agrupadas no todo, o mundo irá contemplar uma estrutura social grande e glorificada, a civilização da maturidade mortal. Tal raça poderia começar a realizar algo do ideal do vosso Mestre, de “Paz na Terra aos homens de boa vontade”. Ainda que tal sociedade não seja perfeita, nem inteiramente livre do mal, ao menos aproximar-se-ia da estabilização da maturidade.
    (Documento 160.)

  7. Com relação a dever e dor, vou te escrever pessoalmente, Pedro, pois sei que está sendo contraditório. Vc é um cara muito melhor e mais forte do que suas palavras sugerem.

  8. Pedro Miguel

    Sr. Rubens Alves, gostaria de começar esta resposta dizendo que o termo praga foi traduzido de maneira errônea onde o termo certo é ferida, chaga, sentido o qual se deu em todas as outras traduções. Pelo que pude escutar e ler na mídia, todos já estavam sabendo desse erro e acho no mínimo covarde usar uma informação desencontrada para pregar a tua verdade, mas convenhamos, estamos num país livre e podemos, independente da verdade, mostrar nosso louco ponto de vista, uma visão mecânica e esquizofrênica da vida. Pois bem, você começa seu texto dizendo que o Papa só pensa no divino. Então porque será que ele intercede nas guerras ou políticas internacionais? São coisas divinas? Com certeza não! Ouso dizer que efeito estufa e possibilidade do fim do mundo são conseqüências do homem ter esquecido de Deus e querer buscar o Seu amor na desenfreada busca do querer sempre mais. Você mesmo busca o amor de Deus de uma maneira mimada querendo mostrar seu débil poderio intelectual induzindo outros ao mesmo erro que você está. Por que é que Deus tem que fazer exatamente o que você quer? Quem disse que Ele é obrigado a fazer o que você quer? Deus nos criou por gratuidade e nos faz as coisas por gratuidade, não porque fazemos ou deixamos de fazer as coisas, muito menos porque o ameaçamos. E nessa gratuidade de nos dar a vida, e as outras coisas que temos ele nos convida a nos comprometer com Ele, e isso exige gratuidade recíproca. Não te condeno, pois é duro imaginar fazer as coisas de graça num mundo tão capitalista e individualista. Repare, nem cheguei na terceira linha do seu texto e já estou fazendo a segunda correção. Não estou fazendo deboche com teu texto nem com você, só estou querendo dizer que devemos escrever com embasamento e não de maneira relativista querendo passar uma grande mentira mascarada numa falsa verdade mimada de tua pessoa. Mas vamos lá, continuemos a ler teu texto…
    Você diz que o casamento não existe no paraíso. Como você pode afirmar isso? Você já esteve lá? Eu também não. Então como afirma que não existe? A sua Bíblia se resume na história de Adão e Eva? Porque se a Bíblia não diz que existe casamento no paraíso no caso de Adão e Eva, também não diz que não existe. Não vou entrar no mérito de provar que existem passagens que comprovam a união entre duas pessoas na Bíblia, vamos continuar a nossa análise…
    Você diz que o casamento pertence a ordem maldita e não se pode confiar no amor e que por isso se inventou o casamento, pois se algumas das partes não cumprisse o “contrato”, este seria obrigado a cumprir. Afirmo, com toda a clareza que você tem um entendimento por amor um tanto quanto distorcido. O casamento existe quando duas pessoas que se amam e querem, por gratuidade, selar uma aliança com Deus. Ali, naquele momento o casal assume perante Deus que vão garantir o amor, a fidelidade, entre tantos outros sentimentos envolvidos um com o outro em todos os dias da vida do casal. Só que a diferença de nós pra Deus é que Ele não esquece a aliança que foi selada. Ele é fiel e por gratuidade continua a abençoar a união. Nós, todavia, como num passe de mágica esquecemos daquele amor que prometemos para toda a vida, talvez porque o amor era egoísta e agora para manter esse amor o outro conjuge deve estar fora dos planos. O amor não se resume simplesmente em sentir-se bem ou satisfazer-se, esta é a visão distorcida do mundo de hoje, amor é comprometimento, é renuncia, é troca de corações. Deus está sempre pronto a guiar o casal para o seu fim maior, e não pense que esse fim maior é a felicidade, o fim maior é a santidade. Se fizermos uma analogia com uma viagem de aviação a felicidade é somente a rota percorrida, o destino final é a santidade. Mas amar caminhando rumo a santidade não é possível somente com felicidade, mas também com responsabilidade, e outras coisas que já citei. Agora, me diga, se você não reconhece o poder de Deus, nem sua divindade, se o seu fim maior no casamento não é a santidade, porque cogitar a possibilidade de casar na Igreja, e receber um sacramento que você não reconhece? Se não acredita em tudo isso, porque se lamentar de não poder receber a Eucaristia? A resposta é simples, você acredita, mas não é humilde, nobre e corajoso de assumir que está do lado de Deus, apesar de senti-lo e querer estar com Ele. O segundo casamento é sim uma ferida, uma ferida que ficou aberta na aliança esquecida, uma ferida aberta por você e não por Deus. Por que querer que Deus se contradiza para descontradizer a tua contradição? Você que viveu a contradição, você que abriu a ferida, você que semeou a discórdia, por que achar que agora é Deus que tem que se relativizar também? Deus é Uno e Trino, onipotente, onisciente e onipresente, com um senso se justiça sem igual e um coração misericordioso disposto a perdoar todas as nossas falhas, e aqui vale um comentário, perdoar as nossas falhas e não disposto a pecar junto conosco. A igreja não anula o primeiro casamento não por medo de se tornar uma balela, como você diz, mas sim por ter certeza do caminho trilhado e de que está, pelo menos buscando, o caminho de Deus. Casamento de padres? Nem vou entrar no mérito pois teria que escrever mais outras tantas linhas, mas só pra resumir, eles assumiram o voto de castidade, bem como o de pobreza e o de obediência, estes mais por um caráter disciplinar, mas eles assumem estes votos diante de Deus, assim como o casamento. Ao contrário da balbúrdia que vemos nos casamentos de hoje em dia, eles, na sua maioria, vivem de acordo com o que se comprometeram viver.

  9. Paulo Paiva

    Ai, Yuri, pelamordedeus.

  10. fiume

    Pô, Yuri, só os trechos em negrito dão umas 8 páginas… Abs. R.

  11. Yuri, resume aí o livro de (Y)urantia pra gente.

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