blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: yuri vieira Page 13 of 107

Reinaldo fala do Foro de SP

Olha o Reinaldo Azevedo falando mais uma vez sobre o Foro de São Paulo e destacando um discurso do Lula a respeito do dito cujo carcará sanguinolento.

P.S.: No final das contas, o Reinaldo é fodinha. Foda mesmo é o Olavo de Carvalho

Fetiche por película

Você acaba de rodar seu curta-metragem com a avançadíssima Sony HVR-Z1 e, então, após queimar seus olhos semanas seguidas na ilha de edição (um Mac, obviamente), descobre que praticamente todos os festivais brasileiros de cinema importantes não aceitam inscrições de filmes digitais. (Eu sei, em sentido estrito, não existe “filme digital” mas apenas “vídeos”. Ok. E daí?) “F…-se”, você pensa. E, ao investigar, descobre que ainda há muitos dinossauros que desconsideram a produção digital como sendo cinema de verdade… (!) Ora, será que quando criaram a brochura os defensodres do códice saíram por aí a dizer que aquele objeto não correspondia a um livro de verdade e, por conseguinte, tampouco era literatura? Claro que não, trata-se de um falso problema. A grande e irônica prova disso é que 90% dos leitores de hoje jamais saberiam apontar a diferença entre um códice e uma brochura. Você sabe? (Se eu não tivesse escrito, em 1994, na Universidade de Brasília, um trabalho sobre a história do livro, é provável que eu tampouco conheceria tal distinção.)

Em 1992, Coppola lançou Dracula, o primeiro longa-metragem de um grande estúdio editado não-linearmente, isto é, digitalmente. Coppola… Não-linear… Drácula… Correto. Foi gravado em formato digital? Não, foi captado em película, mas já era então possível processar, em computadores, os dados registrados por películas. Para os entendidos: já era possível “renderizar” um filme de alta definição. Logo, o problema nunca foi a capacidade de processamento dos computadores, nunca foi a idéia de que um computador jamais conseguiria trabalhar com toda a informação contida numa película, do contrário não assistiríamos a nenhum filme hoje, haja vista que todos sem exceção são editados não-linearmente. Até o Spielberg, que torce o nariz para as câmeras digitais de alta definição do seu amigo George Lucas, edita digitalmente. O cara filma em película, transfere tudo para o computador, edita e, por fim, devolve o produto final para película. É este o procedimento. Enfim, o único e verdadeiro problema sempre foi este aqui: as câmeras digitais são capazes de captar imagens com a mesma qualidade da película? Resposta: já estão praticamente cabeça com cabeça. Em dez anos, quem quiser continuar preso ao alto preço da película só terá uma justificativa para isto: puro fetiche. Melhor faria se todas as noites ficasse nu e se masturbasse em sua própria cama enrolado em 60 metros de película virgem…

Como eu dizia, você procura um bom festival brasileiro que aceite filmes digitais e não encontra mais que três ou quatro. Gramado? Brasília? Não, não aceitam. Pedem um DVD apenas para apreciar a obra e, caso selecionada, exigem a presença da famigerada e nobre película. Sim, para exibição só recebem películas de 16mm ou 35mm, uma coisa super glamurosa. (Sacou a contradição? Se eles defendem tanto a qualidade da película contra a do digital, por que usam o DVD para avaliar previamente a qualidade dos trabalhos? Na verdade, a questão é outra…) E a piada de humor-negro por trás disso tudo é que a transferência de vídeo digital para película não sai por menos de R$1000 o minuto, uma coisa linda que o faz pensar se vale a pena vender a casa da sua mamãezinha apenas para satisfazer seu ego de artista. Como você é filho duma geração muito bacana e por isso ainda curte sua mãe, passa alguns dias melancólico, imaginando o quão diferente sua vida seria hoje se sua mãe tivesse sido uma louca espancadora de crianças…

Passada a decepção, você inicia uma peregrinação virtual pelos sites dos mais diversos festivais internacionais e descobre que até o Oscar aceita filmes digitais. (!) E não é só: Festival de Berlim? Aceita. De Biarritz? Aceita. De Clermont-Ferrand? Aceita. De Sundance? Aceita – assim como mais algumas centenas de outros festivais espalhados pelo mundo, o que você poderá verificar tranqüilamente através do site Withoutabox.com. No fundo, creio que tudo não passa mesmo de pura e simples pobreza de terceiro-mundistas. Não, pobreza mental não: pobreza material. Se os vídeos digitais tornam a produção de um filme muito mais barata, por outro lado exigem que o exibidor adquira um novo e esfuziante projetor digital, que, com o passar de dois ou três anos, deverá ser novamente trocado por outro projetor digital ainda mais esfuziante e ainda mais capaz. Quem tem dinheiro para isso num país onde se trabalha quatro meses apenas para pagar impostos? No final das contas, a culpa não é dos organizadores de festivais e de seu suposto fetiche por película: é dureza mesmo. Daí meu conselho: se você acredita no seu filme digital, gaste dinheiro com a tradução e a legendagem e o envie para festivais internacionais. Afinal, para que servem esses festivais? Não é para garimpar talentos? E quem disse que o talento depende do suporte material da obra artística?

O socialismo petista

Eis um vídeo para quem ainda é otário a ponto de achar que o Olavo de Carvalho é paranóico. (Veja o comentário dele.) A serpente começa a romper a casca do ovo.

“Great success!!”

Como já dizia aquele sábio “kazaquistanês”, Borat, great success!!! O lançamento do nosso curta-metragem – ESPELHO – superou nossas expectativas (duas sessões, muuuita gente, show de blues, etc.) e agora vamos partir para o circuito dos festivais de cinema. Quero agradecer a todos os amigos, amigos de amigos, amigos de amigos de amigos, familiares e interessados em geral pela presença e pelas risadas que pontuaram o filme. De coração, muito obrigado.

Qualquer hora escreverei sobre a experiência de escrever e dirigir um filme no nosso pobre Burajiru, e a sensação maluca que é assistir à platéia, que assiste, com visível satisfação, a um trabalho que exigiu tanto de nós.

(Feliz aniversário, Michael de Nebadon!!)

Links:

Comunidade do curta-metragem ESPELHO no Orkut.
Cartaz do filme.

Lançamento do nosso curta-metragem

Eis o cartaz/flyer do nosso curta-metragem ESPELHO. (Clique sobre a imagem para vê-la ampliada.) Para conhecer o endereço, clique aqui.

espelho_cartaz.jpg

Admirável Mundo Novo no teatro

Eis uma matéria no Correio Brasiliense sobre a peça que estou adaptando com a diretora teatral Miriam VirnaAdmirável Ainda – a partir do romance Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Hoje, em Brasília, rolará a primeira leitura pública.

A Guerrilha do Araguaia

Trailer do documentário dirigido por nosso amigo Eduardo Castro, que, ano passado, trabalhou conosco no making of da Goiânia Mostra Curtas. Guerrilha do Araguaia – As Faces Ocultas da História, segundo me disse o próprio Eduardo, mostra, em primeiro lugar, como os camponeses foram sacaneados por guerrilheiros e militares; em segundo, como ingênuos estudantes travestidos de guerrilheiros foram iludidos e traídos pelo Partido Comunista; e, finalmente, como foram todos pulverizados pelo Exército.

Best shortfilms on You Tube

Resolvi buscar no You Tube: “best short films” (melhores curtas-metragens). E então descobri a lista com o título acima: Best shortfilms on youtube. Qual não foi minha surpresa ao encontrar, entre esses melhores curtas, o vídeo “From Goyaz to Glauber Rocha“, cujo roteiro escrevi com o Pedro Novaes, e que realizamos com a ajuda de Dib Lutfi e João Paulo Carvalho. Bem, verifiquei – não sem uma pontinha de desapontamento, confesso – que o dono da lista é brasileiro, afinal, seria muito estranho um vídeo em língua portuguesa, e sem legendas, tocar a mente de um estrangeiro. (O brasileiro costuma ter um comportamento de torcida de futebol que sempre me faz duvidar de sua isenção crítica.) Em contrapartida, estamos em contato com a organização de um evento em Barcelona, uma mostra sobre o Glauber Rocha, que nos convidou a apresentar por lá o mesmo vídeo. Quem estiver na Catalunya…

Lula e a caixa preta

Do Alerta Total:

Os dados da caixa-preta e do Gravador de Dados de Vôo (FDR, na sigla em inglês) do trágico Airbus A-320 da TAM passaram pelo Palácio do Planalto, antes de serem remetidos para exame nos Estados Unidos. A informação foi passada ao Alerta Total por um brigadeiro da FAB, que não pode ser identificado por questões óbvias. A ordem foi do próprio presidente. Lula da Silva queria ter a certeza absoluta de que no acidente, onde morreram 199 pessoas, não houve responsabilidades diretas do seu governo.

A passagem da caixa preta pelo Planalto, antes de ser mandada para perícia na Nacional Transportation Safety Board, revela que não foi “uma trapalhada da FAB” o envio equivocado, à NTSB norte-americana, de um gravador comum, achado pelas equipes de resgate nos destroços do avião, no prédio destruído da TAM Express. Na verdade, o “erro” serviu para que o Planalto tivesse mais um dia para analisar a caixa-preta, antes de enviar o material correto ao órgão de segurança de tráfego aéreo, em Washington. (…)

Prática de conversação online

Apenas para avisar aos poucos que se interessam por tecnologias revolucionárias: o Second Life agora tem Voice Chat, isto é, você pode bater-papo nas mais diversas línguas sem tirar a bunda da cadeira. Sim, você pode treinar seu ouvido e sua dicção com pessoas que vai encontrando ao acaso. Sem falar que, agora, as palestras e discussões literárias, políticas e filosóficas ficarão mais dinâmicas. (Antes só o palestrante tinha acesso à transmissão de áudio, as perguntas eram feitas por escrito.) Como também há o recurso do chat comum, sempre que você não entender algo, seu interlocutor pode – como diziam lá no Equador – “dibujar” pra você, colocar tudo em letras de forma. Uma ótima escola de línguas para autodidatas. (Agora só falta a força de vontade.)

Aliás, cá entre nós, a técnica de aprender idiomas fazendo sexo – aprimorada por Sir Richard Francis Burton no século XIX – terá agora toda a segurança da virtualidade. Brave New World

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