blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: cinema Page 22 of 31

Os críticos e o Oscar

Será que dá para confiar em críticos de jornais? Talvez não dê para confiar mesmo é no Oscar. Mas vamos ver como os críticos dos 3 grandes jornais do País classificaram os filmes (mantive a forma original de classificação de cada um).

Apenas O Globo deu nota máxima a Crash, o vencedor do Oscar. Para o Estadão, ele é “regular”; para a Folha, “bom”. Brokeback Mountain ganhou a nota máxima apenas da Folha; levou “bom” no Globo e no Estadão.

Del vendedor de camisas

Aparentemente nada de muito novo para quem leu as biografias de Che redigidas por John Lee Anderson e Jorge Castaneda. Mesmo a mais oficial delas, para quem não adquiriu tendinite durante a leitura e chegou ao final, não poupa a imagem do grande vendedor de camisetas.
Agora, há também, conforme o Pedro Sette Camara noticia no site do Instituto Millenium, o último livro do Vargas Llosa – “The Guevara Myth and the Future of Liberty” – e um documentário – “Che: Anatomia de un Mito”, daunloudável em formato WMV:

“Fusilamientos, sí. Hemos fusilado. Fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario.”

(Via De Gustibus…)

O monstro é humano*

[ *Ontem, revi na TV um dos melhores filmes que vi no ano passado. Este texto foi publicado originalmente em Fiume. ]

No início de A Queda, Traudl Junge diz: “Sinto que deveria estar brava com aquela jovem ou que não deveria perdoá-la por não se dar conta dos horrores do monstro, por não se dar conta de onde estava se metendo. A curiosidade me dominou. Eu simplesmente não pensei que o destino me levaria a um lugar onde eu não queria estar. Mesmo assim, é muito difícil me perdoar por ter feito aquilo.” É um depoimento sincero. Quem o faz é a idosa sobre a jovem – ela própria – que aos 22 anos se tornou a secretária pessoal de Adolf Hitler, em 1944.

I bid you welcome

ET phone homeNunca estou satisfeito com a apresentação do meu podcast. Primeiro chamei o ET para gravá-la, mas o inglês dele é tão ruim quanto o meu e ele acabou comendo a preposição “to” após o verbo “listen”. Veja como ficou:

  • [audio:http://audio.karaloka.net/audio/etphonehome.mp3]
  • Ouça aqui!

Depois tentei eu mesmo gravar a tal apresentação. Mas é simplesmente incrível a dimensão da minha sem-graceza diante do microfone. Ficou assim:

Woody Allen: mestre dos mestres

Ponto Final é o melhor filme de Woody Allen desde Desconstruindo Harry – e um dos melhores já feitos por este mestre do cinema. Talvez o melhor de seus filmes sérios. (Para mim, não necessariamente nessa ordem, seus cinco melhores filmes são: Ponto Final, Desconstruindo Harry, A Rosa Púrpura do Cairo, Zelig e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa).

Carnaval na TV

Madrugada de carnaval cinematográfica. E eu nem havia programado nada. Bastou ir apertando o botão do controle remoto e me surpreendendo. Três bons filmes, quase simultaneamente. Todos adaptações de livros. E todos foram releituras pessoais, já que nenhuma era novidade.

Mr. Porter

“Ev’ry time we say goodbye, I die a little” é um dos mais genialmente tristes versos que conheço. Lembro de, garoto, acompanhar meu pai ouvindo a canção na voz de Sarah Vaughn. Como aquilo parecia triste! Depois, mais tarde, ouvi com Ella Fitzgerald, mais suave, mas não menos bela.

Outros versos belos e, talvez, mais conhecidos: “Night and day, you are the one/Only you beneath the moon or under the sun/ Whether near to me, or far/ It’s no matter darling where you are/I think of you/Day and night”. Desses todos devem se lembrar com o Frank. São mesmo poeticamente obsessivos, não?

Tudo isso porque acabei de assitir a De-Lovely, filme que mostra a biografia do autor dos versos.

Glauber Rocha: o homem do avesso

Glauber Rocha sempre foi – isso não é novidade nenhuma – a vanguarda da vanguarda. Seus filmes permanecem atuais ainda hoje e alguns, em grande medida, pouco compreendidos.

Em primeiro lugar, na segunda metade de sua carreira, já achava o cinema narrativo pobríssimo, um subaproveitamento total das possibilidades da Sétima Arte que é, em termos sensoriais e de possibilidades de linguagem e estética, a mais abrangente e completa delas – imagem, som, movimento e possibilidade de dobrar o tempo. Contar cinematograficamente uma historinha com começo, meio e fim era coisa medíocre para ele.

Henry Fonda à italiana

No bang-bang à italiana Era uma vez no oeste, de Sérgio Leone, o personagem de Henry Fonda, um pistoleiro folgado, acomoda-se na cadeira e responde a seu interlocutor como é sentar-se atrás da mesa do dono da ferrovia, aliás, seu patrão:

“É quase como segurar uma arma, só que com mais poder…”

Essa cena já vale o filme.

Di Cavalcanti di Glauber

Assisti a esse curta-metragem do Glauber Rocha pela primeira vez em 1994, quando ainda morava na UnB. (Comentei a respeito noutra entrada.) Dei muita risada então. Fora de brincadeira, acho que é uma das melhores coisas que ele já fez. Sua narrativa é hilariante. (Sem falar que, no cortejo fúnebre do Di Cavalcanti, ele ainda aparece seguindo o caixão, todo discreto. Era o Dr. Jekyll dele. Já o narrador, piradão, é o Mr. Hyde.) Diz ele que, em 1976, estava em casa, coçando, quando ficou sabendo da morte do Di. Passou na casa de alguns amigos para pegar restos de película, chamou o cinegrafista e se mandou pro velório. Deu no que deu. A família pirou a cabeça com o resultado. E proibiu o filme de ser veiculado no Brasil. Isto até hoje.

Page 22 of 31

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén