blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Santidade

A Hilda Hilst respondeu na entrevista que deu ao Cadernos de Literatura Brasileira – eu estava presente na ocasião – que não acredita em revolução política, e sim que “a verdadeira revolução é a santidade”. Instigado por ela li as biografias de Paramahansa Yogananda e Albert Schweitzer, dois verdadeiros santos do século XX. E, finalmente, neste ensaio – A lição de uma santa -, Otto Maria Carpeaux explica por que “são os santos que transformam o mundo”.

Norbert Wiener

Foi a Hilda Hilst que me emprestou o livro Deus, Golem e Cia., de Norbert Wiener. Clique no link e conheça essa “criança prodígio cujos estudos de matemática resultaram no nascimento da cibernética”.

O Nobel de Cony

“O Carlos Heitor Cony parece ter seguido à risca aquela música do Chico Buarque, que diz: ‘Quando chegar o momento/ Esse meu sofrimento/ Vou cobrar com juros, juro’. Ao receber do Ministério da Justiça a bagatela de R$ 1,4 milhão, junto com uma pensão mensal de R$ 19.115, o escritor terá acumulado, com todo o dinheiro na poupança por sete anos, cerca de R$ 4 milhões. Isso corresponde a mais de 1,1 milhão de euros, ou seja, quantia superior à do Prêmio Nobel de Literatura, que é o sonho de todo escritor.”
(Marchezan Albuquerque)

Buceteixom

Continuo com o mau costume de ser o último convidado a deixar as festas. Na última, ainda me empurraram pra uma, digamos, jam-session, na qual fiz as vezes de vocalista. (Faço parte da comunidade Eu canto no chuveiro do Orkut.) Dizem – minha namorada e amigas – que foi um sucesso, mas eu já estava tão louco que não tenho certeza. Por via das dúvidas apresentei a banda como The king Kongs and the Avatar Metal. Improvisei algumas letras, veja só. E finalizamos, eu e o Pedro Novaes, com um heavy metal em homenagem à derrota da Marta Suplicy: “Fuck the Buceteixom” ou, se preferir, bucetation. (Nota: não ouço heavy metal nem amarrado.)

Simenon

Li “Maigret e o homem do banco”. Realmente, Simenon é excelente e é difícil largar o livro. Seu comissário estóico vê bem os demais personagens, embora no presente título tenha, na minha opinião, vacilado e deixado o mistério muito mais misterioso do que realmente era. Ah, claro: se eu estivesse num trem a tentação de jogar o livro pela janela, ao final, seria grande. Quem nunca leu esse livro não perdeu nada, mas, se for escritor e se interessar por técnica narrativa, perdeu muita coisa.

Felicidade

O sol se põe por trás de nuvens negras, carregadas, emitindo reflexos vermelhos, dourados. No parque, alguns caminham, fugindo do enfarte. Quanto a mim, deixo o shopping com três livros na sacola plástica, trocados por um vale-presente: “Maigret e o homem do banco” (Simenon), “O coração das trevas” (Joseph Conrad) e “Meia vida” (V.S.Naipaul). Não é isto a felicidade?

Efeito estufa

Cada vez que vejo um desses filmes infestados de pirotecnias fico mais convencido de que HollyWood é responsável por pelo menos metade do tal efeito estufa…

Opinião alheia

“Escrevemos para nós mesmos. Quem já escreveu criativamente sabe disso. A opinião dos outros nos lisonjeia ou nos fere, mas é, num sentido que só o autor percebe, irrelevante.”
(Paulo Francis)

8 miles

Acabo de assistir ao filme “8 miles”, do Eminem. E, quer saber?, curti muito. Nada como substituir, num duelo, a pistola pela língua. Nenhuma arma ganha da palavra sincera. O chumbo vem da matéria, a palavra vem do espírito. Toda matéria morre, o espírito vivifica. Aliás, dizem que foi assim a tal “Guerra nos Céus”: de um lado o rapper Gabriel, do outro, Lúcifer. Até o Srimad Bhagavatam fala dessa batalha. As armas eram Mantras. Mantras são palavras. Foi a maior confa deste Universo…

Guimarães Rosa

A Hilda Hilst me contou que, ao encerrar a leitura de Grande Sertão: Veredas, telefonou ao Guimarães Rosa e disse o quanto achara o livro “deslumbrante”. E ele: “O menino é bãããão, né? o menino aqui é muito bão…”

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