Categoria: Cotidiano Page 27 of 58
Reflexão do Kotscho sobre a profissão, tirada do NoMínimo:
A freguesa tem sempre razão
Ricardo Kotscho
O velho hábito de ler jornais logo cedo no café da manhã, que cultivo desde menino, está-se tornando cada vez mais penoso. No fim do ritual, ao dobrar os jornais, e dar início a mais um dia de labuta, dá um desânimo danado – a terrível impressão de que o país e o mundo não deram certo, não têm mais jeito.
Os cubanos ganharam a Copa? Não, é só o Fidel que começou a “pesar a cera”. Claro, esses aí estão em Miami, onde tal comemoração não é punida com prisão e morte.
Sempre ouvi dizer que a nova-iorquina Strokes era uma banda genial. Só se os outros álbuns forem (não os conheço). Este último, First Impressions Of Earth (2006), é bem meia-boca. O som é bobinho demais.
Sensação de seleção brasileira na Copa 2006.
Ouça (em RealAudio): You Only Live One
Ao fazer o post abaixo sobre o seu Sílvio, solucionei para mim mesmo um dos grandes mistérios da humanidade: quem é o Lombardi?
Como imagino que muitas pessoas, assim como eu, não durmam pensando nisso e se perguntando se é verdade, conforme dizem, que ele já morreu e que, na realidade, um computador com suas gravações antigas seria quem faz as locuções dos programas do Seu Sílvio, decidi divulgar seu paradeiro.
Na verdade, descobri todo o universo virtual dedicado ao meu ídolo bizarro, como a Página do Sílvio Santos, mantida por um de seus fã-clubes, contendo trechos deliciosos de vários de seus programas antigos e tiradas bizarras. Está lá o tema do “Show de Calouros” para você fazer download e colocar em seu Ipod (eu já pus no meu), bem como a coleção completa dos discos gravados por Sílvio Santos.
Mas voltando ao misterioso Lombardi, cuja foto estampo acima, clique aqui e saiba tudo.
Ando ouvindo de novo Tom Jobim Inédito (1987). Passei para o meu iPod o CD do meu pai – sempre ouvia quando ia pra Goiânia. A gravação é de 1987, mas o CD duplo só foi lançado em 1995 – daí o “inédito”. Estava fora de catálogo, mas relançaram no ano passado.
Mais perfeito que este só Elis & Tom.
Ouça: A Felicidade
O Beira-Mar estreou a prisão de segurança máxima, no Paraná, mas já tá reclamando, querendo saber das suas “visitas íntimas”. Visita íntima? Claro que o cara só está querendo um meio de se comunicar com o exterior, uma informante, uma secretária. Por que não dão uma boneca inflável pra ele? (Ou uma inflamável?) Eu, se fosse o diretor da prisão, daria é um vibrador pro cara. E com os dizeres: “fuck yourself”.
Quando é que irão mandar o José Dirceu pra lá?
Ele ficou chocado quando fez a descoberta. Estava na cama, o corpo nu recebia uma brisa suave de maio. Ela tinha ido ao banheiro, não gostava de ficar com sêmen entre as pernas. Quando voltou, deitou com a cabeça sobre o peito dele, disse as palavras carinhosas que costumava dizer nessa ocasião. Falou sobre casamento, sobre a felicidade de ter encontrado a pessoa certa. Ele se perguntava se devia lhe contar a novidade — a coisa acabava de se revelar, clara e serena como um reflexo de lua. Mas sua namorada era muito bonita, ele temia perdê-la. E o pior é que ela se culparia por tudo. Buscaria o motivo nalgum lugar do seu corpo, na barriga, nas mínimas estrias, na cor do cabelo — talvez no estranho cheiro de rosas queimadas, que ela exalava principalmente depois do sexo. Ela era mulher, não podia evitar o prazer misterioso da culpa. E por isso mesmo ele resolveu se calar. Não queria correr o risco de torná-la infeliz como uma divorciada. Se nunca mais pensasse no assunto, talvez a revelação passasse despercebida. Talvez desistisse de se mostrar, e bateria em outra porta, como essas pessoas que vêm pedir para campanhas de caridade. E, de fato, protegido pela rotina, Paulo conseguiu esquecer o assunto. Sua namorada não percebeu, e ele nunca disse a ela, nem a ninguém, que não gostava de sexo.