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Caso Eloá: a mídia no comando

Perfeito… não há muito o que falar além do exposto abaixo!

Caso Eloá: a mídia no comando

Por Luciano Porciúncula Garrido

Não restam dúvidas a respeito da má atuação da PMESP no seqüestro de Eloá. A condução do caso foi absolutamente equivocada. Não creio que valha a pena comentar a malfadada decisão que resultou na devolução da jovem ao poder do perpetrador, coisa absolutamente bisonha sob todos os aspectos: técnico, moral e legal. Passemos aos pontos mais controversos.

O ânimo passional do perpetrador já prenunciava um desfecho trágico do episódio. O clima de tensão levou Lindenberg às efusões de um delírio quase psicótico. Alguns chegaram a traçar-lhe o perfil psicológico semelhante ao do caráter obsessivo-compulsivo, transtorno no qual a ambivalência afetiva – isto é, as oscilações entre amor e ódio – é bastante pronunciada. Assim sendo, o prognóstico do quadro não era dos melhores, e muito menos autorizava a imprudência de tomá-lo apenas como uma “crise amorosa”. O fato do perpetrador não ter antecedentes criminais tampouco era razão suficiente para subestimar o seu potencial ofensivo. Por outro lado, em nenhum momento se ouviu falar em possíveis antecedentes psiquiátricos ou comportamentais, coisas muito mais relevantes em crimes dessa natureza.

Naquelas circunstâncias, e conforme assinala as técnicas de gerenciamento de crise, todos sabiam que as jovens tomadas em poder de Lindenberg não eram propriamente reféns, mas sim vítimas. Nos casos em que há reféns, a barganha é a motivação central na ação do perpetrador, sendo a negociação muito mais viável. Contudo, quando nos deparamos com pessoas na condição de vítimas, o espaço para negociações fica extremamente reduzido, pois os alvos em poder do perpetrador não se configuram como instrumentos de troca; eles são, ao contrário, o próprio objeto da ação delituosa. Em casos como esse, portanto, as negociações limitam-se quando muito a tentativas precárias de dissuasão verbal, donde muitas vezes se mostram inócuas frente à perturbação mental em que se encontra o autor.

Acrescente-se a tudo isso as interferências constantes de jornalistas e âncoras de TV, que faziam com o perpetrador contato telefônico em tempo real, protagonizando um verdadeiro show de barbaridade às custas da pobre adolescente. Eis aí o enredo perfeito para um desenlace macabro.

Que as vicissitudes deste episódio nos tragam uma lição exemplar. E que essa lição não se restrinja apenas a formulações tecnicistas para uso operacional dos órgãos de segurança pública. Que o drama vivido em Santo André nos sirva para repensar toda atuação de nossas próprias polícias.

Quais influências sofrem os órgãos de segurança pública para que suas ações não se pautem unicamente por fatores técnicos e científicos na condução de eventos críticos? Que utopia desvairada é essa que obriga a polícia a poupar vidas a todo custo, mesmo quando essa obstinação “politicamente correta” assinala como prelúdio a morte de inocentes?
O pronunciamento de quem comandou a operação é bastante sintomático:

“Se tivéssemos dado o tiro de comprometimento, os senhores (imprensa) estariam questionando essa decisão”

Que importa os questionamentos de uma imprensa leiga? Basta apenas que a polícia cumpra o seu dever convicta de sua isenção profissional, de sua capacidade técnica e munida de uma coragem moral inabalável. Se assim não for, continuará refém de toda sorte de hesitações obtusas e de melindres ideológicos, que redundarão inevitavelmente em erros primários de conseqüências desastrosas.

Que a polícia venha optar sempre pelo “tiro de comprometimento”, se o compromisso for com a vida de inocentes! E aos que titubeiam diante de possíveis questionamentos alheios, recomendo as sábias palavras do apóstolo São Paulo:

“A nossa glória é essa: o testemunho de nossa consciência”.

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Luciano Porciúncula Garrido é Psicólogo, Policial Civil do Distrito Federal e pós-graduando em Segurança Pública e Direitos Humanos pela SENASP/Unieuro. E-mail: garrido1974@gmail.com

Antes e depois da internet

Via Pudim de Beterraba.

McCain versus Obama

Debates são eventos contraditórios por definição. Abrem espaço para indagações diretas entre os contestantes, mas engessam as respostas restringindo temporalmente a exposição dos argumentos. Em nada se parecem com seu ancestral medieval, a desputatio. Havia dois tipos de disputatios: a comum (ou ordinária) na qual a questão discutida era anunciada de antemão; e a quodlibetal, na qual os alunos faziam perguntas ao professor – sem que este tivesse conhecimento prévio das questões – e ele deveria respondê-las de pronto, fundamentando seus pontos de vista. Este era, aliás, o método em torno do qual a pedagogia escolástica girava. Ao contrário, os debates hoje são muito mais relevantes pelo estrago que podem causar à imagem pública dos candidatos. Nenhum tema é melhor explicado ou aprofundado. Os elementos cosméticos imperam sobre as questões substantivas.

O primeiro embate direto entre MacCain e Obama deve, portanto, ser lido pelo viés da construção da imagem pública, da luta pela determinação do ethos de cada um, do modo como a figura do candidato ficará impressa na memória do eleitor.

Photoshop Disasters

A idéia do blog é mostrar os desastres feitos com o Photoshop e publicados, seja em anúncios seja em fotografias que ilustram reportagens. Nem tudo é engraçado nem fácil de ser entendido, mas alguns são bem divertidos. Clique aqui para ir para site.

Pop star cara de joelho

Nestes tempos de alta tecnologia de imagem, o bebê virou mesmo um “pop star”.

Se você não tem filho, pergunte a um amigo que tenha quantas fotos do pimpolho ele tem. Garanto que estará na casa dos milhares. E certamente elas estão em blogs, sites, Orkut… É muita facilidade.

Ainda no ventre da mãe, o bebê é “espionado” por exames como ultrassom e doppler (por favor, alguém me corrija se eu estiver errado: doppler é um aparelho baseado em ondas sonoras pelo qual podemos ouvir o coração do feto). Bem, sabemos que, na verdade, isso é uma questão de saúde, mas os pais acabam levando para casa algumas “lembrancinhas”.

Muitas vezes já recebi emails com imagens do ultrassom. Algumas até já indicam o sexo da criança.

(De uma amiga que morava na Filadélfia, recibe um ultrassom que ficou engraçado. Havia uma seta indicativa e a explicação: “Boy’s part”.)

Hoje, existem fotógrafos especializados em grávidas. Fazem fotos lindas, superprofissionais, em studio, com todo aquele aparato: luzes, maquiagem, retouching (tá na moda dizer “retouching” em vez de tratamento no Photoshop). Depois do nascimento, fotografam os pais com o bebê também. Aposto que dá até fazer um pacote: da barriga ao primeiro ano —acho só que ficaria mal incluir a concepção…

Logo depois do nascimento, você pode ver aquele ser com cara de joelho pelo site da maternidade. Tudo muito simples e seguro.

Dias desses, passei pelo Hospital São Luiz, na avenida Santo Amaro, em São Paulo, e reparei numa pequena concentação à porta da maternidade. Havia uma equipe registrando a saída do bebê do hospital. Ou melhor, a ida para casa com a família. Avós, pais, tios, sorrisos para todos os lados, e, claro, o pimpolho babão.

(Descobri depois que, na verdade, a maternidade tem uma equipe terceirizada que realiza um filme sobre o bebê, com fatos, digamos, marcantes: nascimento, primeiro banho, contato com a mãe, a ida pra casa, etc.)

Além do mais, os pais, naturalmente, têm uma câmera digital de zilhões de megapixels, sem falar no celular com câmera, e lotam o computador deles com fotos do figurinha —mas quase nunca fazem back-up!! Como já disse: é muita facilidade.

O problema nem é que boa parte —pra não dizer a maioria— está tremida e fora de foco, claro. Mas que você vai acabar convocado a ver tudo isso e, logo, logo, vai fazer tudo isso, do souvernir-doppler ao blog de fotos, com o seu próprio cara-de-joelho. E vai a-do-rar.

Rebelião no Spore!

Dica do 100nexos.

Ironia

Quem diria! Num paí­s com, talvez, a produção intelectual feminista mais consistente da história e quase toda de matriz democrata, a primeira mulher a galvanizar a atenção dos EUA numa campanha eleitoral presidencial (a segunda a concorrer como vice) acabou sendo exatamente uma conservadora. O impacto foi tectônico! Eis um trecho do que a escritora Camile Paglia escreveu sobre Palin na Revista Salon!

Conservative though she may be, I felt that Palin represented an explosion of a brand new style of muscular American feminism. At her startling debut on that day, she was combining male and female qualities in ways that I have never seen before. And she was somehow able to seem simultaneously reassuringly traditional and gung-ho futurist. In terms of redefining the persona for female authority and leadership, Palin has made the biggest step forward in feminism since Madonna channeled the dominatrix persona of high-glam Marlene Dietrich and rammed pro-sex, pro-beauty feminism down the throats of the prissy, victim-mongering, philistine feminist establishment.

Daí se vê o impacto do “furacão” Palin.

Chuck Norris e Sarah Palin

Recebi, via Human Events, um artigo do Chuck Norris (!!) no qual ele cita o Sarah Palin Facts, um site com o mesmo espírito do Chuck Norris Facts, para quem não sabe, uma das fontes de todas aquelas frases engraçadas do tipo “Não há botão Ctrl no computador do Chuck Norris. Chuck Norris está sempre no controle”. Ou ainda: “Chuck Norris está processando o MySpace por este ter tomado o nome que ele dá a tudo o que está ao seu redor”.

Dois dos “fatos” prediletos do Chuck Norris referentes à Sarah Palin:

“Uma vez, Sarah Palin esculpiu, num bloco de gelo, um retrato da Mona Lisa usando apenas seus dentes.”

“Sarah Palin é corajosa e valentona o bastante para barbear o Chuck Norris — e enfrentar seu terceiro punho disfarçado de queixo.”

Os meus prediletos:

“A Sarah Palin é a razão pela qual as bússolas apontam para o Norte.”

“Sarah Palin foi expulsa do Survivor por matar um homem e comer suas entranhas.”

“Certa vez, a Morte teve uma Experiência-de-quase-Sarah-Palin.”

“Na verdade, a Sarah Palin não tem sotaque — há apenas uma distorção na transmissão telepática feita diretamente do cérebro dela ao seu.”

Para quem ainda não entendeu o desespero dos Democratas, basta assistir ao discurso da Sarah Palin. (Ou ler a sua tradução segundo a Folha de São Paulo.)

Papai Estado

Thomas Sowell:

“Algumas pessoas consideram errado dizer às crianças que existe Papai Noel, mas, no entanto, acham certo dizer aos adultos que o governo pode dar a todos coisas que eles não podem conseguir por si mesmos. Acreditar em Papai Noel é, aparentemente, ruim às crianças, mas bom para adultos.”

Noor

Noor, agência de fotojornalismo criada há um ano, baseada em Amsterdã, Holanda. Tem fotos muito legais de caras muito bem conceituados. Dois fotógrafos da agência estão entre os vencedores do World Press Photo 2008, o principal prêmio de fotojornalismo mundial.

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